Pandemia poupou agronegócio e impactou setor de energia: veja as análises

A pandemia do novo coronavírus, que atingiu de forma significativa a economia de todos os países afetados, teve efeitos diferentes sobre os diversos setores da economia brasileira.

Segundo dados oficiais, o PIB (Produto Interno Bruto) recuou -1,5% no primeiro semestre de 2020 em relação ao segundo semestre de 2019. Mas setores como a indústria (-1,6%), por exemplo, sofreram mais do que o agronegócio (+0,6%).

Com atuação em diversas áreas, o Grupo Interalli percebeu os diferentes impactos. Enquanto terminais portuários comemoravam resultados positivos nas movimentações, o braço de energia precisou de flexibilidade para se adaptar.

“Como um Grupo atuante em diversos setores, pudemos perceber os diferentes impactos e como cada um reagiu à pandemia neste ano. O agronegócio se manteve firme, sustentando a economia brasileira neste momento difícil”, afirma Fabrício Fumagalli, diretor do Grupo Interalli. “Já nos setores de energia e combustíveis, o momento exigiu adaptabilidade, mas temos conseguido responder a este desafio e as perspectivas são positivas”.

Agronegócio registra resultados positivos

O agronegócio é responsável por 25% do PIB brasileiro (cerca de R$ 700 bilhões) e foi um dos setores que ajudaram a segurar a economia do país durante a pandemia.

Enquanto o PIB brasileiro deve ter retração de 6% em 2020, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o PIB do agronegócio pode crescer 2,5% no mesmo período, tomando como base as previsões de safra do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo Helder Catarino, gerente do terminal graneleiro Interalli Grãos, do Porto de Paranaguá (PR), um dos principais fatores que contribuíram para este resultado foram as medidas do governo federal que permitiram a continuidade das atividades nos portos, considerados uma atividade essencial. “O que fazemos foi nos adequar para enfrentar e temos conseguido. Não paramos e estamos batendo recordes de crescimento”.

Segundo ele, o Porto de Paranaguá acumula um crescimento nas movimentações de 14% neste ano e o Interalli Grãos já registrou aumento de 12% nas suas movimentações. Índices que devem ser ainda maiores no final de 2020. “O segundo semestre de 2019 foi difícil, então o crescimento deve ser maior neste ano”.

Catarino ainda destaca que a continuidade das atividades, adotando as medidas de segurança necessárias, permitiu que a mão-de-obra nos portos não sofresse os impactos da pandemia. De acordo com ele, foram tomadas medidas como uso de máscaras, reforço da higienização, medição de temperaturas, kits de alimentação e higiene para caminhoneiros, entre outras.

“Nenhum terminal teve problema de falta de mão-de-obra, todo mundo conseguiu controlar bem”, comemora. “Como a gente não parou, não perdeu mão-de-obra, e existiu demanda, a gente está em um ritmo acelerado, mantivemos contratação de funcionários e os terminais todos estão em franco movimento”.

Sobre os fatores externos que mais contribuíram para os resultados positivos, Catarino ressalta a demanda crescente. “A China, que é o grande importador do agronegócio, está demandando. O país teve problemas com a safra e produção de carne, então ela precisa comprar e está comprando. Hoje, ela adquire cerca de 60% da carne exportada pelo Brasil e cerca de 80% da soja”, exemplifica.

Além da demanda, o câmbio favorável à exportação, a safra recorde de grãos, com cerca de 250 milhões de toneladas no Brasil, e a falta de chuvas, que permite a continuidade das atividades, ajudaram o setor. “Tudo de bom para a gente. Rodamos plenamente. Não nos faltou produto, não nos faltou gente, e conseguimos fazer um excelente trabalho”, afirma.

Ainda de acordo com Catarino, os resultados positivos podem ajudar, também, nos próximos anos. “Estamos com vendas para 2021 bastante acima da média. Os produtores venderam a safra nova, que nem foi plantada, e já estão vendendo a safra de 2022, que vai ser plantada em um ano. A demanda por alimentos está firme e sólida”, afirma.

Setor de combustíveis espera retomada

O setor de combustíveis foi um dos afetados pelas medidas de prevenção do novo coronavírus. Com o distanciamento social, fechamento de escolas, academias e comércio, entre outros, houve queda no consumo. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no primeiro semestre de 2020, as distribuidoras venderam 8,7% a menos do que no mesmo período do ano anterior.

Entre os meses de abril e julho a redução do consumo foi sentida com maior intensidade pelas empresas do setor. “Embora não tenha sido um impacto grande na movimentação de produtos, em virtude dos decretos que asseguraram as manutenção dos serviços essenciais, com a redução da demanda, naturalmente, percebemos entre os clientes uma preocupação em relação à importação de combustíveis”, explica Carlos Camillo, gerente do terminal de líquidos CBL, no Porto de Paranaguá (PR).

Camillo acrescenta que, por causa da sobra de combustível nas refinarias, houve também uma tendência da Petrobras de ocupar uma fatia maior do mercado neste ano, o que impacta a atividade das empresas que importam o produto. “Quando o mercado opera normalmente, a Petrobras mantém 80% da fatia do mercado, em média, e 20% fica aberto para importação. Agora, com a pandemia, como sobrou produto no Brasil e no mundo inteiro, naturalmente a Petrobras acabou segurando o preço”, explica.

O gerente da CBL lembra que a queda de preços ocorreu em todo o mundo e que ela chegou a valores expressivos em abril. “Os preços chegaram a ficar negativos no final de abril em razão da sobra de produto no mercado mundial. Então tudo isso acabou impactando nosso segmento de terminal de líquidos”.

Além das mudanças na demanda do produto, as medidas de segurança necessárias durante a pandemia também exigiram adaptabilidade das empresas, segundo Camillo.

“Tivemos impactos do ponto de vista financeiro e de operações para preservar a segurança durante a pandemia. Investimos em equipamentos, pessoas e materiais para continuar as atividades sem correr risco de contaminação”, afirma. “Entre as ações, fazemos alterações de processo, mobiliários, rotinas de trabalho de alguns setores e a reinvenção de atividades, tornando-as digitais”, exemplifica.

Mercado de energia começa a se recuperar

As medidas de prevenção da Covid-19 causaram um impacto significativo na geração e consumo de energia no Brasil. Segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), a pandemia causou retração no setor a partir de março. Em junho, com o início das flexibilizações das medidas de prevenção, o consumo voltou a crescer, com tendência de retomada, apesar de os índices ainda se apresentarem baixos em relação a anos anteriores.

Ainda de acordo com a CCEE, nas três primeiras semanas de agosto, com a flexibilização de medidas de prevenção da Covid-19 e retomada de atividades econômicas, o consumo de energia no mercado livre aumentou 4,5% na comparação com o mesmo período de 2019. No mercado regulado, o volume consumido caiu 2% na mesma comparação.

Em relação à geração, as usinas hidrelétricas registraram crescimento de 12,9% na primeira metade de agosto na comparação com o mesmo período de 2019. A geração fotovoltaica teve aumento de 26,9% na mesma base de comparação. No Sistema Interligado Nacional (SIN), a produção de energia manteve-se praticamente estável (-0,1%) no período.

A energia solar e hidrelétrica são dois dos ramos de investimento do Grupo Interalli, que têm projetos para construção de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e placas fotovoltaicas.

Segundo Simone Matico, gerente do setor de energia do grupo, o impacto maior foi sentido no começo da pandemia. “Tínhamos uma expectativa de começar a construção da PCH Salto Vermelho, por exemplo, neste ano. Mas por causa do cancelamento do leilão em março, por causa da pandemia, não pudemos avançar. A pandemia acabou atrasando o início de projetos”.

Com a perspectiva de recuperação, o grupo espera reforçar os investimentos em energia renovável e recuperar estes projetos atrasados.

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LGPD: conheça ferramentas tecnológicas para cumprir a lei

Por Celso Breve, Head de LGPD, Assessment e Business Central na 4Results

Você já deve ter ouvido muito que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) veio e veio para ficar.Você também já deve ter ouvido muito que ela vai impactar nos seus negócios.

As perguntas, agora, seriam:

– Como realmente a LGPD vai impactar meus negócios?

– Minha empresa está realmente preparada para atender aos requisitos da LGPD?

A Gestão da Tecnologia da Informação pode ser estruturado por 3 pilares:

– as pessoas,

– os processos,

– a tecnologia.

As pessoas da sua empresa precisam estar treinadas para este novo ambiente e entender a responsabilidade delas ao trabalhar com as informações dos titulares (é assim que a LGPD chama os donos das informações que lidamos dentro das empresas).

Até foi criado o papel do DPO (Data Protection Officer), que precisará estar no organograma da empresa com responsabilidade bem definida. Os processos precisarão ser redesenhados para atender às exigências da LGPD e, mais uma vez, as pessoas precisam ser envolvidas para saber como utilizar os novos processos.

E a tecnologia? Qual sua empresa utilizará para atender a LGPD?

Hoje, as pessoas podem trabalhar em casa, na cidade, no campo, em outro país e, às vezes, até mesmo na empresa. Podem estar utilizando computadores, laptops, celulares. E podem estar trafegando dados dos titulares em arquivos, Word e Excel, por exemplo.

Podem enviar essas informações por e-mail e chat. Ou até salvar na nuvem. São dados não estruturados trafegando por vários meios. E a responsabilidade por vazamento desses dados é da empresa

No ciclo para governança de dados e proteção da informação, é preciso detectar, classificar, proteger, monitorar. E rodar este ciclo continuamente. É o PDCA da governança de dados.Como sua empresa poderia controlar essas informações?

A Microsoft desenvolveu várias ferramentas para ajudar nessa missão. Através da assinatura do Microsoft 365, você terá muito mais que o Office com que você já está acostumado. Você terá, também, muitas ferramentas de controle dos dados não estruturados que circulam pela empresa.

O Cloud App Security, o Advanced Data Governance e o Azure Information Protection são 3 ferramentas que estão à disposição para descobrir os dados sensíveis em dados não estruturados. Eles detectam, rastreiam e classificam as informações, de acordo com a política definida pela empresa, através dos chats, e-mails e documentos.E como eles fazem isto?É feita a entrada na ferramenta do que são considerados dados sensíveis para a empresa (CNPJ, por exemplo).

São definidas quais ações os usuários podem tomar para cada tipo de classificação que o documento recebeu e se essas informações serão criptografadas.

Através dessas ferramentas, é feita a classificação.Com o Microsoft Intune é confirmado que os acessos estão sendo feitos realmente pela pessoa que está se identificando, pela máquina e pelo aplicativo homologados pela empresa, estejam esses dados trafegando na estrutura local da empresa, na nuvem ou em dispositivos móveis.

Todos os dados sensíveis que forem trafegados o Microsoft Intune vai detectar, rastrear, classificar e criptografar.Com o Azure Active Directory e o Portal Office 365, sua empresa restringe o acesso aos dados apenas para as pessoas que realmente deveriam ter acesso a eles.

Além do padrão usuário e senha para identificação, você tem disponível “Multifactor autentication” que analisa o hardware que está sendo utilizado para o acesso, o IP (endereço da internet) que está acessando, além da localização. Tudo é integrado, tanto na nuvem como on premise (na empresa).

O acompanhamento dos dados trafegados podem emitir avisos de ações suspeitas ou restringir o acesso, além de ter os facilitadores de senha, que podem ajudar a deixar mais amigável a identificação no ambiente, utilizando biometria, pin ou o Windows hello.Você também tem disponível o Portal Microsoft Compliance Manager que, através do Compliance Score, ajuda a mostrar o quanto seus esforços, através da tecnologia, estão atendendo às exigências da LGPD.

Um dos princípios da LGPD garante livre acesso, ao titular, das informações que a empresa detém sobre ele. Como atender a este princípio com dados não estruturados? Através da ferramenta eDiscovery.

Com ela, o DPO coloca as credenciais para a busca e o sistema faz essa busca em todas as ferramentas Microsoft (Exchange, Sharepoint, OneDrive, Teams, Grupos, Pastas Públicas) e gera um relatório em que o DPO pode se basear para definir a ação a ser tomada.

A essas e outras ferramentas você tem acesso através da assinatura do Microsoft 365. Como foi dito acima, é muito mais que o Office. É o Office com todas as ferramentas de segurança que você precisa na sua empresa.

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Olist promove pesquisa para entender o profissional com deficiência

A contratação de pessoas com deficiência ainda é um desafio enfrentado por diversas empresas, apesar dos números de mercado. De acordo com dados do IBGE de 2010, são mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Além disso, hoje são mais de 12 milhões de desempregados no país. Pensando nisso, o Olist , startup que ajuda quem quer vender a encontrar quem quer comprar, acaba de lançar uma pesquisa para entender com mais profundidade quais são as experiências e expectativas de PcDs no mercado de trabalho.

“Quais dificuldades você já enfrentou, enfrenta ou imagina que poderá enfrentar em um novo local de trabalho? Qual é sua expectativa relacionada a um novo local de trabalho? Você tem preferência pelo trabalho home office?”, são algumas das perguntas abordadas na pesquisa. Para Monica Calliari, Coordenadora de R&S do Olist, o objetivo das empresas não pode ser única e exclusivamente cumprir a meta imposta pela legislação. “A inclusão de PcDs precisa se tornar um compromisso das empresas, precisamos contratar essas pessoas não só por ser a coisa certa a se fazer, mas por representarem uma importante força de trabalho”, comenta.

Reconhecida por prezar por seus funcionários e estimular ações de engajamento, a startup agora busca melhorar ainda mais a área de RH e construir uma empresa mais inclusiva. Para isso, o Olist conta com dois comitês construídos por colaboradores voluntários. O Comitê de Clima e Cultura, em que os participantes têm acesso aos resultados da pesquisa de eNPS para planejar ações internas focadas nos valores da companhia, incluindo ações de cunho social. E o Comitê de Diversidade, responsável por construir um ambiente cada vez mais seguro, inclusivo e com respeito às diferenças.

“A pesquisa é só o pontapé inicial de um grande plano de inclusão da empresa, um projeto construído por várias mãos e que busca trazer resultados a longo prazo”, afirma Rhayana Souza, Analista de Endomarketing e Employer Branding do Olist e integrante dos comitês.

Para quem é PcD, a empresa auxilia na emissão do laudo médico, caso a pessoa não tenha, e ainda oferece possibilidade de trabalho remoto a nível nacional. Segundo Rhayana, uma empresa que valoriza as pessoas é uma ideia aplicada desde o primeiro dia do Olist pelo CEO e fundador, Tiago Dalvi, que apoia o projeto junto com a liderança da empresa.

Pessoas com deficiência podem se candidatar às vagas do Olist pelo link .

Link pesquisa: http://lnkd.in/deXszax

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Biopark lança Programa Trainee para Desenvolvedores

Entre os propósitos do Biopark está a transformação da Região Oeste do Paraná em um grande polo de Tecnologia da Informação. Para isso, o Ecossistema tem atraído empresas do setor e fomentado novos cursos e parcerias com Instituições de Ensino. Agora, o Empreendimento lança um novo projeto para a formação profissional de alta qualidade, o Programa de Trainee para Desenvolvedores de TI, uma oportunidade para profissionais da área se desenvolverem em um dos ambientes mais inovadores do Brasil.

O objetivo do Programa é atrair mão de obra para atender a demanda crescente por profissionais da área que possam atuar em diversos setores como indústrias e o setor agrícola, ramos em constante expansão na região. Além disso, dentro do Biopark a grande maioria das mais de 80 empresas em atividade, atuam na área e a demanda por profissionais qualificados está cada vez mais evidente.

Para se inscrever é preciso ter a formação em cursos da área de Tecnologia com período de conclusão entre junho de 2019 e dezembro de 2020. Além disso, o candidato deve saber programar, ter disponibilidade de mobilidade ou mudança para Toledo durante o programa. Será considerado um diferencial a fluência em inglês. O salário para os participantes do Programa é de R$ 3.000,00 mais benefícios como vale-transporte, vale-alimentação, restaurante na empresa e capacitação em métodos ágeis.

O Programa terá duração de seis meses e as inscrições vão até o dia 30 de outubro. Entre as etapas de seleção estão testes online, desafio Tech, Pitch, desafio em grupo e entrevista. A previsão é que o Programa tenha início em janeiro de 2021. As inscrições podem ser feitas no site: http:// trainee biopark.gupy.io/ .

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Análise SWOT: O que é, e como fazer uma para sua empresa

Por Robson Conceição, Executivo com experiência em gestão estratégica

A Análise SWOT, sigla em inglês que corresponde às palavras Strength (Força), Weakness (Fraqueza), Opportunities(Oportunidades) e Threats (Ameaças), é uma das metodologias mais importantes da Administração, e foi desenvolvida nos anos 60, dentro da Universidade de Stanford.

Essa análise é considerada essencial para a elaboração do planejamento estratégico de empresas e novos negócios. Através dela, é possível estabelecer um diagnóstico completo sobre o cenário em que a empresa se encontra, e desta maneira, articular estratégias de gestão bem-sucedidas.‍

Qual é a importância da Análise SWOT?‍

Acima de tudo, a Análise SWOT funciona para que o empreendedor tenha embasamento ao tomar decisões acerca de seu negócio. Com o auxílio do diagnóstico proveniente desta análise, o gestor consegue reduzir os riscos ao adotar um plano, seja ao explorar um novo mercado ou lançar um produto diferente.

Além de trazer vantagens, essa é uma metodologia fácil de ser aplicada. Deste modo, ela se tornou bastante popular tanto entre as grandes empresas multinacionais, como também entre os pequenos negócios. Em suma, qualquer cenário que demande uma decisão importante pode ser resolvido com a aplicação dessa metodologia.‍

Como fazer essa análise dentro da sua empresa‍

Primeiramente, existem dois passos a serem tomados para dar início a Análise SWOT. Confira quais são eles a seguir.

1. Investigue os fatores internos

Os fatores internos dizem respeito às forças e fraquezas de um negócio. Nesse aspecto, a análise defende que o autoconhecimento é fundamental para que uma empresa se torne próspera. Eliminar as fraquezas e potencializar as próprias forças não é uma tarefa fácil, mas é algo que está dentro das possibilidades de um gestor.

Para analisar esses fatores, em primeiro lugar é preciso identificar quais atributos são primordiais no segmento de atuação da empresa, e qual é a posição do seu negócio em relação a cada um deles. Para se ter uma ideia, um restaurante costuma ter entre seus atributos mais importantes, a sua localização e a qualidade do atendimento. Por outro lado, uma corretora de imóveis deve considerar a credibilidade e a tradição entre suas características fundamentais.

No geral, apesar das distinções de acordo com o segmento de cada negócio, devem ser considerados atributos como tempo de mercado, reputação, capacidade de operação, materiais e equipamentos, recursos humanos, entre outros. Após identificá-los, é preciso investigar quais desses atributos são a força da empresa, e quais são suas fraquezas.

2. Examine os fatores externos

Os fatores externos, por sua vez, correspondem às oportunidades e ameaças que influenciam no mundo dos negócios. Mesmo não estando dentro da esfera de controle do gestor, é necessário entender o nível de influência que eles possuem e a melhor forma de lidar com eles.

Esses atributos externos são amplos, e estão relacionados a estabilidade econômica e política, as estatísticas e inclinações do setor de atuação da empresa, e até mesmo o comportamento do público-alvo, por exemplo. Para analisá-los, o ideal é dividi-los entre microambiente e macroambiente.

O “microambiente” é tudo o que está relacionado ao universo da empresa. Os principais destaques são os clientes, a forma como se comportam e o poder de barganha que possuem e a relação da companhia com os seus fornecedores. Também é importante considerar as características da concorrência, se esta é muito acirrada ou se existe uma grande rivalidade nesse setor.

O “macroambiente”, por sua vez, se refere aos aspectos que estão além do alcance da empresa. Informações econômicas, políticas, legais, tecnológicas e socioculturais são algumas das que se enquadram nesse quesito. Apesar de ser impossível prever o futuro, as empresas capazes de identificar tendências são as que conseguem se preparar melhor para elas.‍

Após ter coletado todos esses dados, o gestor terá em mãos a sua Matriz SWOT. Porém, para que ela se converta em resultados, é preciso enxergar como as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades se conectam entre si.

Para começar, basta analisar as forças do seu negócio e identificar como estas podem contribuir para potencializar os lucros da empresa, com base nas oportunidades constatadas. Além disso, as forças de uma companhia também são capazes de reduzir o poder de influência das ameaças.

Através do conjunto de informações presentes nessa análise, é possível converter a Matriz SWOT em novas ações e estratégias para o negócio. A grande vantagem dessa metodologia é o auxílio concedido para maximizar os aspectos positivos e minimizar ao máximo os negativos.‍

Conclusão‍

Considerada prática e de fácil compreensão dentro do campo da Administração de Empresas, a Análise SWOT é bastante eficaz, mas exige esforço durante a sua execução para ser concluída. Com o auxílio dessa ferramenta, os empreendedores podem tomar decisões com bases mais sólidas, deixando de lado os perigosos “achismos”. Em síntese, a análise oferece um aprendizado relevante sobre a empresa e o mercado no qual está inserida.

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Trabalho Intermitente e segurança jurídica: risco ou oportunidade?

Por Decio Sebastião Daidone Jr.

A modalidade de trabalho intermitente, antes de ser implementada pela empresa em uma atividade rotineira, deve ser analisada sob dois aspectos distintos de incidência de risco, sendo o primeiro por parte de quem vai prestar o serviço, o empregado, e o segundo por parte de quem contrata, a empresa.

Do ponto de vista do empregado, os destaques da lei (CLT, artigo 452-A) sobre o trabalho intermitente devem estar presentes para evitar a desconsideração do contrato, sendo eles: não continuidade/ausência de habitualidade; obrigatoriedade de alternar trabalho ativo com períodos inativos; e imprevisibilidade de oferta de trabalho. Sendo esse último uma construção da jurisprudência ao conjugar os dois primeiros pressupostos.

O regime intermitente pressupõe obrigatoriamente que o empregado tenha com o seu empregador um trabalho irregular, mesclando períodos de atividade com períodos de inatividade, sob pena de descaracterização do contrato.

Significa dizer que, se o empregado se acostumar a uma rotina de trabalho fixa, seja ela semanal ou mensal, o que era intermitente passa a assumir um caráter contínuo e habitual, contrariando a finalidade da lei.

No quesito habitualidade, tanto a legislação, quanto a jurisprudência, não definem parâmetros objetivos, de modo que o caso a caso deve ser acompanhado. Toda a convocação de um mesmo empregado que seguir uma padronização (ex. uma vez por semana, toda semana, em dia pré-determinado) sem uma justificativa específica, por conflitar com os pressupostos acima destacados, pode ser questionada. O ideal, portanto, é evitar uma conduta padrão de convocação sobre um trabalho recorrente.

Caso a empresa mantenha um “banco de intermitentes” e promova um rodízio na convocação dos trabalhadores para assegurar a aplicação dos pressupostos da lei, para a relação empregado-empregador não haverá risco de desvirtuamento do contrato de intermitente.

A principal diferença, portanto, entre o contrato intermitente e o contrato de trabalho regular/padrão, do ponto de vista do empregado, é a imprevisibilidade. Enquanto no regular há uma demanda corriqueira de trabalho, com uma expectativa básica constante, no intermitente não se sabe ao certo quando a necessidade surgirá, sendo dependente de fatores que descolam da atividade ordinária. O trabalhador intermitente presta serviços apenas quando convocado pelo empregador e, ao final do período demandado, não tem previsão de uma nova convocação. O período de inatividade, portanto, também deve ser irregular.

Do ponto de vista do empregador, são três indicativos que justificam a contratação de um empregado intermitente: oscilação de intensidade de trabalho (aumento de carga ou atividade pouco frequente); expertise diferenciada para tarefa ou evento específicos; substituição temporária de empregado convencional.

O uso do empregado intermitente requer, por parte da empresa, a existência de uma demanda que sobrepõe a rotina operacional ordinária. Somente essa demanda diferenciada será capaz de justificar a contratação de uma pessoa por um período singular.

Entenda-se como demanda diferenciada não apenas no quesito quantidade/volume de operação, mas também na escassez de ação, ou seja, havendo um trabalho necessário, mas muito pouco utilizado, essa demanda também será entendida como fora do padrão e pode ser absorvida por um empregado intermitente.

Essa condição (demanda diferenciada) para esse tipo de regime contratual se justifica em razão da principal característica conceitual do trabalho intermitente, que é a alternância obrigatória de períodos ativos e inativos, ou seja, se há uma demanda ordinária, inserida no sistema operacional da empresa e que precisa ser cumprida rotineiramente, essa demanda deve ser executada por um empregado convencional e não pode ser suprida por empregado intermitente.

O balizador será, portanto, a quantidade de horas trabalhadas por mês no regime intermitente. Atingindo-se um número mínimo mensal rotineiro, estará subentendido que o contrato correto a ser utilizado será o de tempo parcial, ainda que em números menores do previsto no caput do artigo 58-A, da CLT, consoante previsão no parágrafo 4º do mesmo artigo, devendo ser descartado o trabalhador intermitente para tal atividade.

Para o empregador, a má utilização do trabalho intermitente pode gerar uma fiscalização e autuação da Superintendência do Trabalho ou o enfrentamento de um procedimento administrativo por parte do Ministério Público do Trabalho, principalmente se, na prática do dia a dia, for identificada uma precarização do trabalho ou a redução de custos e encargos de maneira ilícita.

Para suprir essa necessidade de mão de obra regular com um custo menor, caso a jornada de oito horas seja extensa, há duas alternativas: utilizar-se do contrato a tempo parcial para trabalho de 26h ou 30h por semana (lembrando que a carga horária semanal pode ser ainda menor e restrita a um ou dois dias na semana); firmar um acordo coletivo para regrar as condições específicas do trabalho intermitente, conferindo mais segurança jurídica.

Conclui-se, portanto, ser possível a implementação do trabalho intermitente em uma atividade rotineira desde que sobreposta por um dos três indicativos acima descritos, caso contrário, sua utilização poderá ser questionada.

Decio Sebastião Daidone Jr. é sócio do Barcellos Tucunduva Advogados

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Pequena Empresa e o mercado de 400 bilhões

Por Francisco Camargo

Com a entrada em vigor da Plataforma AntecipaGov, Governo atende à antiga recomendação da ABES e abre um mercado de 400 bilhões de reais em compras públicas para as MPMEs

Desde 2017, a ABES vem sensibilizando o Governo Federal das dificuldades que as micro e pequenas empresas encontram na hora de vender para o governo. Na teoria, são privilegiadas em licitações, por meio do chamado Empate Fictício, mas na prática, o principal problema não é o preço, mas sim o financiamento da venda para o comprador.

Com o AntecipaGov (http://www.gov.br/compras/pt-br/antecipagov ), que permite o financiamento de até 70% do contrato, os negócios, de fato, podem, competir em condições de igualdade com as grandes empresas. Abre-se um mercado estimado em 400 bilhões de reais por ano em compras públicas nos governos federal, estaduais e municipais.

Governos pedem prazo de pagamento que podem se entender a 180 dias ou mais e as micro e pequenas empresas não têm capital de giro suficiente para financiar suas vendas. Pior, não dispõem de nenhum instrumento legal, duplicata ou fatura, que possa ser cedido em garantia ou ser descontado por uma instituição financeira para financiar as suas necessidades de capital de giro.

Duplicatas são sacadas contra o comprador pelo vendedor, desde que a transação se realize entre empresas privadas e podem ser descontadas ou cedidas em garantia junto a instituições financeiras.

O sacado paga diretamente ao banco que descontou as duplicatas, fim da transação.

Todas as instituições financeiras consideram as duplicatas de venda mercantil uma excelente garantia para o financiamento do capital de giro das empresas.

Se entre empresas o financiamento das vendas é um processo muito antigo e azeitado, para o governo, isso muda radicalmente.

Com +75% do quadro associativo da ABES constituído por MPMEs, certamente o grosso dos empregos do setor e todas as startups, a ABES vem trabalhando há quase três anos por mudanças no processo que possibilitem às MPMEs concorrerem em regime de igualdade com as grandes empresas.

A ABES vem recomendando desde 2017 que o Governo permita a emissão, pela MPMEs, de algum instrumento legal, cedível para ser dado em garantia ou descontável, que espelhasse o “empenho da despesa” ou o “contrato assinado” com o governo.

Depois de algum tempo de peregrinação da ABES para viabilizar essa proposta, a equipe da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade ouviu e entendeu o alcance da demanda, cujo encaminhamento ficou a cargo da Secretaria Adjunta de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, e veio, finalmente, por meio da Instrução Normativa nº 53 da Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

Como os Estados e Municípios podem aderir, quando se tratar de verbas federais esperamos que o exemplo se espalhe pelo Brasil.

Seria interessante que não só os bancos pudessem se cadastrar no sistema AntecipaGov, mas também todos os Fundos de Aval (Estaduais, Municipais e Privados), os FDICs e demais Finthecs .

Com a melhoria do acesso das MPME’s a esse mercado de compras governamentais e atendendo os associados, ABES, criou o GT Compras Públicas, para acompanhar a evolução e colher sugestões que permitam aperfeiçoar o sistema.

Francisco Camargo, Engenheiro, empreendedor resiliente, fundador do distribuidor CLM Latam e Presidente do Conselho da ABES

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BRDE estimula negócios inovadores no Paraná

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) tem sido um forte aliado da inovação nas empresas paranaenses. Por meio do programa de crédito Inovacred, foram liberados R$ 10 milhões para iniciativas voltadas ao desenvolvimento e aprimoramento de produtos, processos e serviços, e também ações inovadoras no âmbito organizacional e de marketing.

Em parceria com o Governo do Paraná, o acesso ao crédito voltado a projetos inovadores foi ampliado. O objetivo é a consolidação de uma cadeia produtiva moderna, para transformar o Estado o segundo mais inovador do País, como líder nos próximos anos.

“Estimular a inovação contribui para tornar a economia paranaense mais competitiva. Por isso, colocamos o fomento à inovação entre as nossas prioridades e é muito importante ter linhas de crédito para que os empreendedores possam investir e melhorar seus produtos e processos”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

O diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley Lipski, explica que o Inovacred é um dos principais instrumentos oferecidos pelo Banco para promover a inovação no ambiente produtivo da Região Sul. “São financiamentos de longo prazo para empresas e projetos inovadores com juros, condições, tarifas e acompanhamentos diferenciados. Incentivos importantes que nos permitem fomentar a inovação e o desenvolvimento da economia paranaense”, diz Lipski.

O Inovacred pode ser solicitado por empresas beneficiárias com receita operacional bruta anual ou anualizada de até R$ 90 milhões. Já as linhas Inovacred 4.0 e Inovacred Conecta podem ser acessadas por empresas de porte maior.

No Brasil, o BRDE é o maior financiador da inovação, repassando recursos da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O Inovacred é disponibilizado desde 2013.

NOVOS MERCADOS – A Circuibras Circuitos Impressos é uma das empresas beneficiadas com os recursos do Inovacred. Fundada em 1985, em Curitiba, com 45 funcionários, tem sede em Araucária, na Região Metropolitana da Capital, desde o início de 2020. Hoje, são 180 colaboradores. Nos últimos dois anos, foram celebrados quatro contratos de financiamento com o BRDE.

“Utilizamos recursos do Inovacred para montar a infraestrutura da nossa atual sede, em Araucária. Mas em todos os grandes projetos, desde 1998, tivemos apoio do BRDE”, diz Katia Ulaf Webber, diretora-administrativa da Circuibras.

Em 2016, por exemplo, a empresa iniciou um projeto para produção de placas eletrônicas para televisores LCD. No ano passado, a empresa passou a fornecer para grandes fabricantes de TV na Zona Franca de Manaus. Em 2020, diante da pandemia da Covid-19, houve fortalecimento da atuação na área médica, com a produção de placas para ventiladores pulmonares.

“A indústria médica percebeu a necessidade de contar com fornecedores nacionais, abrindo possibilidades para fornecer placas para outros equipamentos. O apoio do BRDE foi fundamental. Sem ele, não teríamos conseguido implantar os projetos”, afirma Katia.

A Circuibras tem ainda atuação nas áreas aeroespacial, militar, de segurança, transporte, energia e comunicações, entre outras.

Para saber mais sobre o programa, basta acessar o site do BRDE (www.brde.com.br/servicos/inovaca/)

Fonte: Agência de Notícias do Paraná

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Gartner: governos gastarão US$ 15 bilhões com equipamentos para Internet das Coisas em 2020

De acordo com o Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, os gastos mundiais de governos com equipamentos eletrônicos e de comunicações para dispositivos de Internet das Coisas (IoT – de Internet of Things, em inglês) serão de US$ 14,7 bilhões em 2020, o que representa um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

“A pandemia de COVID-19 está forçando a redução de gastos. No entanto, os governos em todo o mundo continuam usando tecnologias e soluções de IoT para melhorar a segurança dos cidadãos. Ao mesmo tempo, a queda de custos com conectividade e canais de comunicação tornam as iniciativas de cidades inteligentes mais viáveis”, afirma Kay Sharpington, Analista e Diretora de Pesquisa do Gartner.

As maiores oportunidades de receita no mercado governamental de IoT em 2020 serão geradas por vigilância externa, iluminação pública e externa, pedágio rodoviário e gestão de tráfego.

Cinco principais gastos governamentais de eletrônicos e canais de comunicações para IoT, comparando de 2019 a 2021 (em bilhões de dólares)

Caso de Uso201920202021
Vigilância Externa6,26,77,6
Pedágio Rodoviário e Gestão de Tráfego1,91,62,0
Iluminação Pública e Externa2,01,71,9
Rastreamento de ativos em cidades1,41,62,0
Coleta de Evidências Policiais0,60,91,3
Outros1,92,12,5
Total13,914,717,4

*Devido a arredondamentos, alguns números podem não corresponder exatamente aos totais mostrados.

Fonte: Gartner (Outubro de 2020)

Governos priorizam a segurança pública – “Os governos estão aumentando seus gastos com câmeras de vigilância externas para melhor monitorar o crime nas cidades. Como consequência do COVID-19, os equipamentos também estão sendo utilizados para rastrear o cumprimento das medidas de prevenção e segurança”, diz a analista do Gartner.

Em escala mundial, o Gartner espera que os governos implementem cerca de oito câmeras a cada mil habitantes urbanos para vigilância externa até 2021, ante seis câmeras por mil pessoas em 2019.

No comparativo entre os países, a China é o principal contribuinte para o crescimento dos gastos com vigilância externa. O governo chinês está investindo em câmeras que utilizam técnicas avançadas de reconhecimento facial e implantará 32 câmeras a cada mil habitantes para monitoramento até 2021, contra 27 câmeras por mil registrados em 2019.

No total, a região da China continental será responsável por 48% dos gastos com eletrônicos e comunicações em 2020, enquanto os Estados Unidos e a Europa Ocidental representarão 16% e 15%, respectivamente.

Além disso, com os incêndios florestais se tornando mais frequentes, as autoridades governamentais estão, cada vez mais, recorrendo à tecnologia para ajudar a mitigar os incidentes e alocar recursos. Drones do corpo de bombeiros já usam câmeras e imagens térmicas para identificar focos de incêndio, áreas de calor extremo, pessoas em situação de risco e as posições dos membros do quartel em campo. “Os drones permitem que os bombeiros determinem recursos para as áreas em emergência e garantem a proteção prévia antes do envio de pessoal”, explica Sharpington.

As agências de controle também passaram a implementar o uso de drones para auxiliar no gerenciamento eficiente do tráfego e obter informações sobre situações perigosas antes que os policiais arrisquem suas vidas. “Ao contrário dos veículos policiais ou câmeras fixas, os drones oferecem uma vigilância mais eficaz e móvel, independente do tráfego e do terreno”, diz a analista.

O Gartner prevê, ainda, que o número de drones para a operação de bombeiros e da polícia crescerá de 1 para cada 58.000 habitantes em 2019 para 1 para 18.000 habitantes em 2021.

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Provas de Conceito evitam prejuízos e tiram a inovação do papel

Por Nathalie Dalle Molle


A maioria das grandes corporações já ouviu pelo menos uma vez que: “é preciso inventar o negócio que tem o potencial de acabar com seu negócio atual”. No entanto, é inegável que tirar a inovação do papel, com maestria, pode ser um imenso desafio.

O legado de décadas passadas, onde a regra recorrente vinculava o fato de “fazer acontecer” ao princípio de “azeitar a máquina”, no afã de se obter eficiência, hoje representa uma barreira para as grandes corporações quando estas precisam se ajustar às demandas ou capturar oportunidades de mercado de uma forma ágil.

Considere o seguinte cenário hipotético: um executivo de uma empresa já consolidada no mercado de iogurtes percebe que existe um potencial de negócio na tendência de customização e personalização dos alimentos. A fim de entrar nesse jogo, ele forma uma equipe com seus melhores profissionais para a criação de um projeto mercadológico que inclui quiosques oferecendo aos clientes a oportunidade de inventarem o seu sabor de iogurte produzido na hora.

Daí, a partir do momento em que inicia o projeto, a equipe começa a identificar obstáculos para o seu lançamento como, por exemplo, a área de marketing precisa aprovar minuciosamente tudo o que será feito em torno da marca, entre outros empecilhos internos, como a necessidade de abrir cinco processos internos diferentes para estar de acordo com a burocracia da empresa. E o departamento jurídico, por sua vez, levanta diversos riscos potenciais que precisam ser endereçados. Sem contar que o fluxo de aprovação do projeto parece não ter fim.

Desta forma, o projeto, que se tratava de uma iniciativa conectada com uma tendência, evolui de forma morosa e ainda gerando custos para a empresa. O mais grave é que ninguém da equipe tem a certeza se vai dar certo, até porque não se discutiu qual seria o conceito de “dar certo”.

Vamos considerar agora que, ao invés de seguir esse caminho, a equipe tivesse optado por uma outra abordagem. Na sua primeira reunião, alguém sugere a estruturação de uma “Prova de Conceito” ou POC. A verdade é que a POC nada mais é do que uma forma de validar (ou não) uma ideia, usando o racional de experimentos científicos. Isso implica na definição de algumas hipóteses para as quais são desenhados testes que utilizam os recursos disponíveis de forma eficiente e tem por objetivo comprová-las (ou não) . No caso dos iogurtes customizáveis, por exemplo, a equipe poderia definir as seguintes hipóteses: 1) O consumidor tem interesse em personalizar o sabor do seu iogurte. 2) O consumidor só se interessa em personalizar o seu iogurte se tiver à disposição muitas possibilidades de sabor para criar.

Considerando essas duas hipóteses, a equipe poderia desenhar um teste, fazendo uma campanha nas mídias sociais, lançando uma nova marca, divulgando que o seu diferencial é permitir aos clientes a criação do próprio sabor de iogurte.

O exemplo é apenas hipotético, mas transmite a importância e as vantagens da execução de uma Prova de Conceito antes de se lançar um novo negócio ou iniciativa. Além do uso eficiente dos recursos, a POC representa uma abordagem estruturada para a inovação, guiando a equipe responsável no ciclo construir – medir – aprender. E, de quebra, ainda ajuda a desenvolver a cultura do aprendizado contínuo na empresa.

Por ter um viés quantitativo de análise de dados, a POC permite a tomada de decisões baseadas em fatos e dados. Ao mesmo tempo, quando é feita com um complemento qualitativo, como, por exemplo, a execução de entrevistas em profundidade com os clientes, é possível refinar ainda mais a interpretação dos dados.

Quando bem desenhada e executada, a POC possibilita que a solução seja lançada no mercado com uma maior compreensão do público-alvo e de suas exigências, muitas vezes evitando o investimento desnecessário em atributos que não têm valor percebido pelos clientes. Se um fornecedor é utilizado como parceiro na Prova de Conceito, é possível avaliar se seria interessante mantê-lo na fase de implementação ou não. A principal vantagem, no entanto, talvez seja evitar um alto investimento em iniciativas que somente passam a impressão de ser boas ideias quando concebidas.

Um ponto importante: empresas ainda novatas no processo de inovação, ao concluir a primeira rodada da Prova de Conceito, eventualmente podem chegar à conclusão de que realizaram o processo inteiramente e já tomam a decisão de seguir em frente com a implementação completa ou de finalizar o projeto.No entanto, a Prova de Conceito deve ser um processo contínuo em que os aprendizados de uma rodada sejam aplicados em outra, a fim de abrir a possibilidade para novas hipóteses serem analisadas. Não existe um número mágico de interações, mas a equipe envolvida deve estar confortável com a qualidade das informações que levaram à comprovação ou não das principais hipóteses do projeto.

A fim de possibilitar as várias rodadas de Prova de Conceito, a equipe responsável se beneficiaria por conseguir um “sponsor”, com poder de tomada de decisão, e por estar atuando em uma empresa com cultura tolerante a erros.

Nathalie Dalle Molle, consultora da Play Studio, consultoria de inovação e venture builder

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Quais são as empresas que vão sobreviver na pós-pandemia?

Por Marco Santos

A “crise do século”, “pior recessão desde o fim da guerra”, e assim por diante… Essas são algumas manchetes que lemos muito neste momento. Hoje, ninguém pode dizer quão severa e quanto tempo a recessão durará, mas uma coisa é certa: não será a última crise deste tipo.

Os cientistas prevêem que as instabilidades financeiras se tornarão ainda mais frequentes no futuro. Consequentemente, muitos estão procurando maneiras de se armar contra tudo isso. Embora não exista nenhuma solução simples e rápida para todas as ameaças à economia colocadas pela pandemia da Covid-19, há alguns fatores que podem explicar por que algumas empresas são mais afetadas do que outras, em setores semelhantes. Por isso, é importante dividir a crise em duas fases:

Início da pandemia: corrida para o home office

A primeira fase consiste em reagir rapidamente aos efeitos de curto prazo da crise e tentar limitar os danos. Esta primeira fase começou para a maioria das empresas com a classificação da Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma pandemia global, e também com o “bloqueio”, em larga escala, de trabalhar em escritórios e fábricas com contato físico. Qualquer um que não pudesse mudar rapidamente para o home office, estava em desvantagem.

A nuvem é a principal tecnologia para poder auxiliar nesta flexibilidade. O nosso próprio exemplo ilustra isso: na GFT, fomos capazes de inserir nossos quase 6.000 colaboradores para o trabalho remoto em apenas 48 horas. Como já tínhamos uma infraestrutura de cloud sólida, bem como os regulamentos de Recursos Humanos, a maioria dos hardwares e a cultura corporativa já estavam adaptados ao modelo.

A tecnologia em nuvem permite não apenas que os colaboradores trabalhem juntos e tenham acesso a um conjunto de documentos e informações, mas pode também monitorar e controlar remotamente as áreas de produção e logística. O uso consistente da cloud torna as empresas independentes das vulneráveis e tradicionais estruturas em vários níveis e, portanto, é, provavelmente, o pré-requisito mais importante para a resiliência em crises de todos os tipos.

Hoje, é essencial confiar e investir em novas tecnologias, como a nuvem, não apenas por aspectos técnicos. Quando analisamos os cenários, essas soluções são tão importantes quanto as estruturas legal e organizacional e a cultura corporativa. Demanda, no entanto, tempo e, claro que as companhias que só começam a pensar em transformação quando a crise já está instalada irão considerar o processo muito difícil.

A primeira fase da crise do Covid-19 terminou em alguns países, como a Alemanha, e o Brasil, por exemplo, com o relaxamento de algumas medidas de isolamento. Porém, já está claro que o mundo se tornou diferente. Mesmo que a pandemia termine completamente, nunca mais trabalharemos da mesma forma. Sem a digitalização, não será possível retornar à produção normal, e as transformações que isso traz consigo permanecerão.

Segunda fase: efeito de longo prazo

No contexto atual, já experimentamos um impulso repentino para a extensa digitalização e virtualização de nossas vidas: nosso trabalho e de todas as interações humanas. Isso também exige cada vez mais produtos, serviços e processos digitais da indústria. Os produtos e serviços físicos tradicionais nunca mais alcançarão as quotas de mercado que tinham antes da pandemia. Ou seja, significa que aqueles que não desenvolveram uma estratégia abrangente de digitalização no início, e apenas fizeram por impulso, ou aqueles que não ainda não fizeram a transformação digital, terão mais dificuldade em permanecer relevantes agora e a longo prazo.

Embora quase nenhum grande projeto estratégico esteja sendo lançado no auge da crise, temos certeza de que, a médio prazo, haverá um impulsionamento exponencial para a digitalização. No entanto, a transformação digital não deve ser apenas a transferência de processos e modelos de negócios antigos (e muitas vezes desatualizados) para o mundo digital, e sim entendida como uma oportunidade para se concentrar mais fortemente no cliente e em suas necessidades, desenvolvendo novos produtos e serviços modernos.

A nuvem e o IoT são os caminhos para acelerar a transformação digital

A nuvem também é uma tecnologia essencial para a transformação digital, pois promove a orientação e agilidade aos clientes pelas possibilidades de análise e processamento de dados em tempo real. Essas soluções são independentes de localização, geralmente mais seguras do que os servidores das empresas, além de mais baratas e atualizadas. Com essas vantagens, muitas empresas industriais, que no passado tinham medo de investir nesta tecnologia, começarão a reorganizar sua estrutura de TI no pós-crise.

Para a digitalização do setor, no entanto, além do uso da nuvem, é importante também ter uma plataforma IoT estável e orientada para o setor. Esta tecnologia pode extrair dados de qualquer tipo de máquina e vinculá-los a todos os negócios e dados do sistema. Com base em regras definidas ou mesmo em inteligência artificial, os ambientes conectados podem ser controlados automaticamente por meio da plataforma, o que torna o sistema à prova de crises.

Estou convencido de que aqueles que implementam consistentemente os pontos acima estarão preparados de maneira ideal para enfrentar crises. Também tenho uma certeza: não há remédio simples e rápido. A resiliência contra crises e o sucesso sustentável são o resultado de decisões estratégicas de longo prazo. A melhor hora para começar é agora!

Marco Santos, presidente da GFT para Estados Unidos e América Latina.

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SEEDCORP I HO: nova opção de germoplasma para o Paraná

Com praticamente 95% da safra comercializada, a SEEDCORP I HO comemora a crescente participação de mercado no Paraná, um dos maiores produtores de soja do País. De janeiro a agosto, a empresa vendeu aos produtores paranaenses 200 mil sacos de sementes, que irão ocupar aproximadamente 120 mil hectares.

“O produtor do estado reconhece o nosso germoplasma como diferenciado, aliando boa produtividade à resistência a nematóides, um dos grandes desafios do estado”, informa Daniel Glat, diretor de Operações da empresa. Segundo ele, ao comparar os resultados de 2019 x 2020 no Paraná, as vendas mais que dobraram.

Com cinco pontos de produção e logística no Paraná, uma em Santa Catarina e três no Rio Grande do Sul, a SEEDCORP I HO consegue, segundo Glat, atender mais prontamente o agricultor paranaense, seja com cultivares mais adaptadas ao clima e condições do estado, seja no recebimento de sementes de forma rápida, de acordo com a necessidade do agricultor. “Além da pesquisa desenvolvida no Brasil, no Centro-Oeste, a SEEDCORP I HO desenvolve materiais adaptados para o Sul em sua estação em Ramallo, na Argentina”, informa. “E temos uma logística diferenciada, conseguindo atender nosso cliente em, no máximo, dois dias”, completa.

Pequena gigante

A SEEDCORP I HO desponta como um dos fortes players na oferta de sementes de soja no País. Além da pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares, que contemplam plataformas atuais e futuras de biotecnologia, a empresa vem dando vários passos para ampliar a oferta de sementes. Recentemente, fechou parceria com a Agro Galaxy, plataforma agrícola do grupo Aqua Capital – com a Sementes Campeã e a Rural Brasil, em todo o Cerrado brasileiro; Grão de Ouro, em Minas Gerais; a Agro Ferrari, em São Paulo; e Sementes Boa Nova e AGRO100, no Paraná.

A empresa espera aumentar a capilaridade do seu germoplasma, disponibilizando, para a safra 2021/2022, 3,5 milhões de sacas de sementes de soja. “Hoje, além do modelo verticalizado, temos 17 parcerias de licenciamento, que visam ofertar cada vez mais os nossos materiais genéticos ao produtor”, explica Glat.

Atualmente, a penetração comercial da SEEDCORP-HO, que teve sua primeira operação comercial própria a partir de janeiro de 2017, é de 5,5 milhões de hectares, o que equivale a 15% do mercado de soja brasileira, o que, segundo o diretor de Operações, demonstra a imensa oportunidade de crescimento para os próximos anos. “Temos variedades de alta performance e amplitude, o que assegura nosso crescimento junto aos agricultores com os quais já trabalhamos. Nosso grande desafio é aumentar nossa capilaridade e expandir nossa oferta ao restante do mercado”, afirma.

A empresa atua em uma área entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai que equivale a 60 milhões de hectares. Em 2019, faturou R﹩ 223 milhões, aproximadamente 50% com o modelo verticalizado (venda com a própria marca) e 50% licenciado. Na safra 2020/2021, a SEEDCORP I HO espera faturar R﹩ 320 milhões em 2020 .

“Com a introdução do banco de germoplasma HO aportado pelo nosso sócio GDM, em 2017, hoje temos todas as importantes plataformas de biotecnologia em nosso portfólio”, revela Glat, que está otimista em fechar o ano com 8% de market share nacionalmente, com base no volume já comercializado. “Para a próxima safra, em 2021, nossa expectativa é alcançar aproximadamente 10%”, afirma.

Principais números

. Faturamento em 2019: R﹩ 223 milhões, aproximadamente 50% no modelo verticalizado e 50% no licenciado.

. Número de funcionários e colaboradores: 160

. Capacidade instalada: 2 milhões de sacas, sendo 1.2 milhões próprias e 800 mil com terceiros.

. Banco de germoplasma HO e todas importantes plataformas de biotecnologia atuais e a serem lançadas em portfólio.

. Volume de sacas de sementes comercializadas em 2019: Aproximadamente 1.6 milhão de sacas de genética HO entre verticalizado e licenciado no Brasil, devendo atingir em 2020 aproximadamente 2.5 milhões de sacas no mercado brasileiro.

. Com apenas cinco anos no mercado, a SEEDCORP I HO:

– Está presente em toda cadeia de sementes de soja, iniciando na pesquisa, passando pela produção, desenvolvimento de mercado, venda, distribuição, logística, armazenagem até atingir nosso consumidor final.

– 100% das vendas de amplo licenciamento em produtos exclusivos HO.

– Rede robusta rede de licenciamento que representa 50% das suas vendas, com volumes de vendas próximos de 100 mil sacas.

– Empresa com visibilidade no mercado nacional.

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