A internacionalização como tendência: e-commerce cross border

O cross border é uma tendência do e-commerce mundial. Por aqui, a relevância desse tipo de atuação é clara: o brasileiro está acostumado a pesquisar e comprar em sites internacionais. Segundo o relatório Webshoppers, apenas em 2017, 48% dos consumidores online brasileiros – o equivalente a 22,4 bilhões de pessoas – fizeram compras em sites estrangeiros, movimentando US$ 2,4 bilhões. No entanto, segundo a VTEX, líder em digital commerce no Brasil, é preciso olhar para o “movimento inverso”, ou seja, de empresas brasileiras que vendem para fora do País.

“A China está ganhando mercado no Brasil. Para fazermos um paralelo, basta olharmos para a Black Friday 2018, na qual vimos marketplaces brasileiros de grande porte plugarem sites chineses e desenvolveram hotsites com ofertas de itens que costumam ser comprados da China, como eletrônicos e gadgets em geral. Ao mesmo tempo em que o cross border representa uma ameaça para empresas online nacionais, ele traz a oportunidade de vender para todo o mundo e essa é uma grande oportunidade”, aponta Felipe Dellacqua, vice-presidente de vendas da VTEX.

Segundo o executivo, depois de décadas lidando com uma cultura inflacionária e um ambiente de grande volatilidade e complexidade tributária, o varejo brasileiro não desenvolveu a prática de internacionalização de negócios. No entanto, as empresas nacionais têm um grande um potencial a explorar. “É possível obter margens de contribuição maiores ao aproveitar a boa imagem que os produtos brasileiros têm no mercado internacional e a vantagem competitiva com a nossa moeda desvalorizada perante ao dólar. Há ainda questões tributárias: enquanto um produto vendido no País sofre com a cobrança de ICMS, IPI, PIS, Cofins e outros impostos, quando você faz uma exportação B2C, você fique isento de ICMS e IPI, que em alguns casos, pode chegar a uma economia em encargos de 20% do valor do produto, além de itens abaixo de US$ 800 não serem tributados pela alfandega nos Estados Unidos, por exemplo”, exemplifica Dellacqua.

A parte logística também não representa um empecilho para vender para o exterior: em média, uma entrega de frete internacional Brasil/EUA custa US$ 14,50, com entrega em três dias úteis. Do ponto de vista de um americano, trata-se de um prazo semelhante ao da entrega da Amazon, principal marketplace nos EUA, em uma compra normal, para a aquisição de um produto dificilmente encontrado em seu país, sem a cobrança de imposto de importação.

A plataforma VTEX, que está presente em 25 países e possui quase 2,5 mil clientes, dá suporte a transações multi-moeda e multi-idioma, o que facilita a expansão internacional e desenvolvimento de negócios em todo o planeta.

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