Hidrogênio verde: o combustível do futuro

Por Andreas F. H. Hoffrichter, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná)

Imagine se fosse possível obter energia usando água como matéria-prima em substituição ao petróleo e ao gás natural, reduzindo a zero a emissão de gás carbônico (CO2) nesse processo.  

A solução, cada vez mais viável economicamente, é a produção de hidrogênio por meio da separação da água em hidrogênio e oxigênio pela utilização da energia elétrica, processo conhecido como hidrólise. Se essa energia gerada vier de fontes limpas e sustentáveis como a eólica, hídrica e solar, resulta o hidrogênio verde, o combustível do futuro!

O Brasil produz 83% de sua energia por meio dessas fontes, que são abundantes. O potencial é enorme e constitui uma vantagem competitiva sem igual, e, também, um meio para reduzir drasticamente as emissões de carbono de modo a atingir as metas firmadas no Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário.

O hidrogênio é três vezes mais potente que a gasolina. A sua combustão libera água na forma de vapor, e, portanto, trata-se de uma energia limpa, um gás de fácil armazenamento e transporte, muito flexível na sua utilização.

O uso da energia elétrica na indústria da mobilidade é irreversível. A indústria automotiva já anunciou o fim do motor a combustão até o final desta década. O hidrogênio pode ser aplicado como alternativa nos casos em que não faz sentido usar uma bateria, e sim um gás ou líquido que pode ser armazenado em tanques, por exemplo, nos ônibus, trens, caminhões pesados e empilhadeiras. Ele também pode ser utilizado na siderurgia, na indústria química, na produção de cimento, do vidro e da cerâmica, entre outros.

Para o Brasil, o hidrogênio pode ser a chave para impulsionar ainda mais um setor que contribui muito para a geração do nosso PIB, o agronegócio. O nosso país é um dos principais produtores mundiais de alimentos – não à toa, é chamado de celeiro do mundo. Ele é o quarto maior consumidor de fertilizantes e importa aproximadamente 80% do total de que necessita.

O hidrogênio é utilizado para sintetizar a amônia, base para produzir a ureia e o nitrato de amônia, que são fertilizantes amplamente utilizados na nossa agricultura. Se produzirmos hidrogênio verde sem emissão de gás carbônico, teremos uma matéria-prima de origem nacional para a produção desses fertilizantes, reduzindo a nossa dependência estratégica das importações e fortalecendo a nossa produção agrícola de modo sustentável.

A produção do hidrogênio verde ainda é cara, mas o seu custo tende a cair, à medida que aumentarmos a produção de energia elétrica renovável e avançarmos no desenvolvimento de processos inovativos de hidrólise com maior eficiência.

Atualmente, são necessários 50.000 KWh para produzir 1.000 KG de hidrogênio verde, quantidade suficiente para abastecer 11 domicílios, com três moradores cada, por um período de um ano.

A Alemanha lançou, recentemente, por meio do seu Ministério Federal da Economia e Energia, o Plano Nacional de Hidrogênio Verde, que constitui e regula a produção, o transporte e a utilização do hidrogênio verde, bem como as inovações e investimentos necessários.

Já foram investidos mais de 8 bilhões de euros para a ampliação da produção de hidrogênio verde, o que representa uma economia de milhões de toneladas de gás carbônico.

Na Europa, estima-se um mercado que crie um faturamento de 800 milhões de euros por ano e que gere 5,4 milhões de empregos até 2050.

A AHK Paraná trabalha intensamente para estimular e intensificar a cooperação entre o Brasil e a Alemanha, e fomentar a produção de hidrogênio verde a fim de promover o progresso econômico sustentável.

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Afinal, o que é inovação corporativa?

Por Hector Gusmão, CEO da Fábrica de Startups

Inovação corporativa é um ciclo constante da busca pelo novo. Pode-se realizar inovação disruptiva ou incremental, em diferentes níveis de profundidade, porém sempre com o foco em solucionar desafios de uma forma diferente, que traga um novo olhar sobre os problemas que surgem. É também uma maneira de se posicionar à frente da concorrência, de se preparar para o futuro que necessariamente irá exigir mudanças, mais cedo ou mais tarde.

Uma pesquisa recente da McKinsey & Company, líder mundial no mercado de consultoria empresarial, aponta que 80% dos executivos das empresas tradicionais acreditam que seus modelos de negócios atuais estão em risco. Enquanto isso, a pesquisa da CB Insights, empresa especializada na análise de negócios e banco de dados global, afirma que 42% das startups fracassam porque não atendiam a necessidade do mercado.

A zona de conforto pode matar uma corporação, ou você é inovador ou você será descartado. A inovação, além de fazer algo novo visando resultados inéditos, é também fazer diferente algo que já é realizado no dia-a-dia, visando maior eficiência, produtividade e redução de custos. Com as constantes transformações digitais e mudanças de comportamento do consumidor é natural que ocorra uma corrida pela diferenciação e consolidação da atuação da empresa, e a inovação corporativa permite que essas companhias promovam estratégias para melhorar seu posicionamento no mercado, tanto pelo desenvolvimento de novos produtos, serviços e tecnologias, quanto por canais de distribuição, processos organizacionais, novas formas de competir ou cooperar, novos modelos de negócios, etc.

Por meio das ferramentas adequadas e de metodologias acertadas, a empresa que alcança a inovação tem mais possibilidades de ganhos nos negócios e reconhecimento de mercado, uma vez que ela passa a detectar os desafios com exatidão e identificar ou implementar a cultura de inovação. Isso abre o leque de atuação e amplia o network com startups nos mais diferentes níveis de maturidade, levantando oportunidades de apoio e mentoria por meio da apresentação de soluções que satisfaçam melhor o público e as suas expectativas.

Hoje além de ser possível, é extremamente necessário que as corporações tradicionais de décadas de história, também sejam inovadoras. Essa visão mantém a empresa à frente dos concorrentes, possibilitando o aumento de receita, redução de custos e maior eficácia em seus processos. É uma constante renovação, para se manter relevante. Um dos cases de sucesso é a Magazine Luiza, uma empresa “tradicional” até pouco tempo atrás, mas que abriu sua frente de inovação, adquiriu dezenas de startups e chegou a comprar até o Jovem Nerd, empresa voltada para conteúdo.

Muitas corporações querem iniciar o projeto de inovação aberta pelo matchmaking. Porém o crash cultural pode ser uma barreira intransponível. É importante preparar o terreno, conhecer seus desafios, seu mercado e trabalhar a cultura interna para receber o novo. Ter apoio externo é um bom começo, pois é muito difícil mudar a cultura estabelecida internamente sem um suporte e expertise de parceiros.

Um dos processos inovadores que podem transformar o dia a dia das empresas é a ação de digitalizar processos de backoffice, esse é um exemplo de como a inovação traz redução de custos. Conhecer e fazer negócios com retail techs pode aumentar as vendas da corporação em questão de meses e novas soluções de onboarding e treinamento de funcionários, pode trazer maior retenção de talentos a médio prazo. Também usar soluções de descarbonização ou de edutechs voltadas para a diversidade traz velocidade às metas de ESG das empresas. São inúmeras possibilidades que só dependem da disposição das empresas em dar o primeiro passo de início para inovar.

Não saber por onde começar, faz parte do processo, porém felizmente, existem soluções que contemplam tal necessidade, contribuindo para analisar, orientar, desenvolver e executar as ações necessárias para a inovação organizacional.

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O futuro da agricultura é de baixo carbono e sustentável

Por Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola

Nos últimos anos, a exigência, por parte de toda a sociedade, por uma produção agrícola que respeitasse o meio ambiente e que fosse sustentável fez com que empresas e produtores modificassem seus métodos de produção e adotassem medidas que estivessem em linha com estas diretrizes, sobretudo na preservação do solo e na redução de gases de efeitos estufa (GEE). E quem tinha adotado protocolos ambientais em sua produção aprimorou ainda mais seus procedimentos para estar sintonizado com tendências mundiais na agricultura.

Cada vez mais, os investidores e a sociedade em geral esperam o fortalecimento do compromisso do agronegócio brasileiro com o desenvolvimento sustentável em todos os processos. E a sigla ESG – governança socioambiental – é a diretriz para que os produtores agrícolas brasileiros promovam a agricultura do futuro cada vez mais sustentável.

As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento da temperatura média do planeta são críticas para todos os setores produtivos e comunidades. Alterações nos regimes de chuva, a intensificação de eventos do clima catastróficos e o crescimento de processos de desertificação podem impactar severamente o potencial agrícola. Desta forma, iniciativas que reduzam o impacto ambiental são fundamentais, sobretudo na redução da pegada de carbono nos processos produtivos.

Uma das vantagens competitivas do agronegócio brasileiro é a possibilidade de produzir duas safras (soja e milho ou algodão) na mesma área plantada. Essa técnica amplia a produtividade das áreas agrícolas, gera valor aos produtores e contribui para manter o potencial produtivo do solo ao longo dos anos. Além disso, cada vez mais o Brasil vem adotando a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que ajuda na redução de emissão de gases por conta da utilização de diversas culturas na mesma safra.

Outra prática importante para a produção sustentável na agricultura brasileira é a adoção do plantio direto, que possui potencial para absorver 300 kg de carbono a mais por hectare/ano, quando comparamos ao sistema tradicional. Desta forma, com o uso de todas estas ferramentas, os principais produtores brasileiros de já estão elaborando metas para descarbonizar a agricultura e diminuir a emissão de gases de efeito estufa em suas operações.

Nós, da SLC Agrícola, temos uma meta de, até 2030, diminuirmos em 25% a quantidade de gases de efeito estufa a partir de nossas operações agrícolas, que são compostas por vinte e duas fazendas, todas localizadas no bioma Cerrado, que possui ótimas condições climáticas e de solo para o desenvolvimento das culturas de soja, milho e algodão. Queremos cumprir esta meta por meio do investimento em novas tecnologias no campo e na continuidade da adoção de práticas sustentáveis, como o plantio direto, a manutenção de cobertura do solo (palhada), a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária e o fomento ao enriquecimento de áreas com essências nativas que são produzidas nos viveiros das nossas fazendas e utilizadas em projeto internos e para doação junto a comunidades locais. É dessa forma que conectamos os investimentos que realizamos à geração de valor para toda a sociedade, contribuindo para descarbonizar a agricultura ao mesmo tempo que prosseguimos em nosso propósito de fornecer grãos e fibras para o desenvolvimento humano. Além disso, utilizamos a técnica do plantio direto em aproximadamente 90% da área que cultivamos a cada ano-safra, o que representa um potencial de sequestro da ordem de 360 mil toneladas de carbono equivalente por ano (tCO2e). Isso equivale ao plantio de 51 mil árvores. Além disso, possuímos 31,4 milhões de tCO2e estocadas em um total de 97, 4 mil ha de reserva legal e preservação permanente mantidas com vegetação nativa.

Aliando o potencial recorde do agronegócio brasileiro com medidas que preservem o meio ambiente, teremos um futuro cada vez mais dourado para a nossa agricultura: produtiva, de baixa emissão de carbono e sustentável – um exemplo para o mundo.

Aurélio Pavinato é graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (1990), possui Mestrado (1993) e Doutorado em Ciência do Solo, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Formação em gestão pela Fundação Dom Cabral, Kellogg School of Management (USA-2012) e INSEAD (França-2016) e cursando OPM-Owner President Management por Harvard (USA). É CEO da SLC Agrícola.

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Inteligência Artificial no Comex 4.0

Por Leandro Aires de Oliveira, Customer Success e Team Leader dos times de Alfandegados e Tracking da LogComex

O Comércio Exterior é uma área considerada tradicional por muitos. No entanto, a cada ano a adoção de novas tecnologias e medidas que visam a desburocratização avançaram sobre a área e, assim como aconteceu na indústria, o segmento vem passando por uma grande revolução que já está sendo chamada de “Comex 4.0”. 

Uma das principais tecnologias que vem sendo adotada para desburocratizar e agilizar os processos do Comex é a Inteligência Artificial. Segundo Leandro Aires de Oliveira, líder de Sucesso do Cliente da LogComex, empresa especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a cadeia de comércio exterior, a IA pode ser aplicada na grande maioria dos processos da área porque, como a comunicação entre os países está cada vez mais rápida, é necessário promover um trânsito mais célere de documentos e informações que alimentam o segmento e os órgãos anuentes brasileiros.

Entre os processos que podem ter Inteligência Artificial, Leandro destaca carga e descarga de navios nos portos, identificação de rotas nos portos e terminais para os caminhões fazerem entregas de contêineres, avaliar dentro do pátio qual é o equipamento que esteja disponível para fazer manobra de carga ou descarga, analisar a possibilidade da mercadoria sair mais cedo do terminal, envio e recebimento de todas as informações para os órgãos anuentes brasileiros como declaração de ICMS, licença de importação, entre outros documentos.

Segundo Leandro, hoje em dia os portos, aeroportos e armazéns já centralizam todas as consultas que o importador precisa fazer em um portal que dá acesso aos sites dos órgãos anuentes e dos armadores para trazer todas as informações da carga do cliente em um único lugar. “A Inteligência Artificial também pode ser utilizada para fazer todo o rastreamento da carga, acompanhando cada estágio desde o embarque até a entrega dela na planta do importador”, detalha.

Para auxiliar os importadores a digitalizar seus processos de comércio exterior, a LogComex oferece a ferramenta Search, que funciona adotando a inteligência de dados baseada em Big Data com um cruzamento de bases públicas do governo e informações separadas de vários lugares diferentes, permitindo ao importador fazer a análise de seu mercado em relação à posição que ele está perante os concorrentes, qual é a média de frete que a concorrência está pagando, qual é o valor de seguro, onde essas cargas estão sendo desembaraçadas, enfim, uma grande gama de informações para facilitar o trabalho do cliente. “O Search tem gráficos com o ranking do importador, traz um cálculo de market share, faz comparações com os principais concorrentes, exportadores, além de trazer comparativos das principais rotas e mercadorias. É uma ferramenta completa que permite fazer essa análise sem precisar extrair nem manipular os dados”, descreve.

Outro ponto que Leandro considera importante no processo de digitalização do comércio exterior é o Customer Success (CS), ou sucesso do cliente. Segundo o especialista, hoje em dia as pessoas querem as informações em segundos e a função do CS nessa jornada dos clientes do Comex 4.0 é estar ali para acompanhá-los e guiá-los para extrair o máximo de dados possíveis, no mínimo de tempo gasto e essas informações se traduzam em ganhos. “O objetivo do CS é ajudar o cliente a ser mais competitivo no mercado ou controlar a produtividade ou ter maior controle sobre os documentos, enfim, é fazer essas análises e ser consultor do cliente para trazer novas ideias e entregar uma experiência ainda melhor para o contratante”, finaliza.

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IBM anuncia código aberto que reduz substancialmente o tempo para configurar, executar e escalar testes de aprendizado de máquina

Por Carlos Costa e Priya Nagpurkar da IBM

Quando aplicado a estrutura para analisar e otimizar aproximadamente 100.000 pipelines para treinar modelos de aprendizado de máquina, o CodeFlare reduziu o tempo de execução de cada pipeline de 4 horas para 15 minutos.

Junto com a proliferação de análises de aprendizado de máquina e tecnologias de dados em quase todos os setores, há uma complexidade crescente de tarefas. Ter conjuntos de dados maiores e uma quantidade maior de sistemas para pesquisas baseadas em IA é ótimo, mas enquanto esses fluxos de trabalho se tornam cada vez mais elaborados, mais tempo eles requerem dos pesquisadores para sua configuração e, com isso, menos tempo para conduzirem ciência de dados.

IBM anunciou o CodeFlare , uma estrutura de código aberto destinada a simplificar a integração e o dimensionamento eficiente de big data e fluxos de trabalho de IA na nuvem híbrida. O CodeFlare é construído em Ray, uma estrutura emergente de computação distribuída de código aberto para aplicativos de aprendizado de máquina. O CodeFlare estende os recursos do Ray e adiciona elementos específicos para facilitar o dimensionamento do fluxo de trabalho.

Atualmente, para criar um modelo de aprendizado de máquina, pesquisadores e desenvolvedores devem primeiro treinar e otimizar este modelo. Essas tarefas podem envolver limpeza de dados, extração de recursos e otimização de modelo. O CodeFlare simplifica esse processo usando uma interface baseada em Python, para o que é chamado de pipeline, que simplifica as etapas de integração, paralelização e compartilhamento de dados. O objetivo da nova estrutura é unificar fluxos de pipeline em várias plataformas sem que os cientistas de dados tenham que aprender uma nova linguagem de fluxo de trabalho.

Os pipelines CodeFlare são executados facilmente na nova plataforma serverless da IBM, IBM Cloud Code Engine e Red Hat OpenShift. Os usuários podem implementá-lo em quase qualquer lugar, estendendo os benefícios da plataforma serverless para cientistas de dados e pesquisadores de IA. Também é mais fácil integrar e fazer a ponte com outros ecossistemas nativos na nuvem, fornecendo adaptadores para acionadores de eventos (como a chegada de um novo arquivo), carregando e particionando dados de uma ampla gama de fontes, como armazenamentos de objetos em nuvem, data lakes e sistemas de arquivos distribuídos.

Com o CodeFlare, espera-se que os desenvolvedores não tenham que duplicar seus esforços ou enfrentar a dificuldade de determinar o que os colegas fizeram no passado para colocar um determinado pipeline em execução. Com o CodeFlare, a IBM visa fornecer aos cientistas de dados ferramentas e APIs mais avançadas que possam ser utilizadas de forma mais integrada, permitindo que se concentrem mais em suas pesquisas em andamento e se desliguem da complexidade de configuração e implementação.

E já estamos vendo isso. Por exemplo, quando um usuário aplicou a estrutura para analisar e otimizar aproximadamente 100.000 pipelines para treinar modelos de aprendizado de máquina, o CodeFlare reduziu o tempo de execução de cada pipeline de 4 horas para 15 minutos. Com outros usuários, o CodeFlare diminuir meses de desenvolvimento e permitir que os desenvolvedores lidem com problemas de dados cada vez maiores.

A IBM oferece o open-sourcing CodeFlare junto com uma série de postagens de blog sobre como ele funciona e sobre o que você precisa saber para começar. E este é apenas o começo da jornada que a IBM planeja fazer com o CodeFlare. Começou a aplicar essa tecnologia em temas que estão construindo na IBM, em sua própria pesquisa de inteligência artificial. Continuarão a trabalhar na evolução do CodeFlare para suportar pipelines cada vez mais complexos. Estão planejando fornecer níveis aprimorados de tolerância a falhas e consistência, bem como melhorar a integração e gerenciamento de dados para fontes externas e adicionar suporte para visualização de pipelines.

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Investigação corporativa: o cliente pode interferir no resultado?

Por Adriel Santana


Uma investigação corporativa conduzida por uma empresa especializada inevitavelmente esbarrará, cedo ou tarde, com uma situação que tende a gerar certo incômodo, mas que é natural em qualquer trabalho que seja de meio, não de fim: o resultado entregue não agradou o cliente.

No caso de investigações que simplesmente não foram encontrados indícios ou provas ligadas à denúncia ou à suspeita que lhe deu origem, uma das opções mais comuns é ampliar o escopo inicial, utilizando até outras ferramentas de apuração que estejam à disposição.

Porém, há um cenário muito mais delicado: quando a investigação encontra muito mais evidências do que o esperado, não necessariamente sobre o seu escopo inicial e investigados, mas envolvendo outras pessoas e ilícitos cometidos. Em alguns casos, essas provas podem envolver pessoas em cargos maiores que os investigados inicialmente. Esta situação pode provocar um caso no qual os pesquisadores se encontrem em posse de evidências potencialmente prejudiciais ou embaraçosas, direta ou indiretamente, ao seu cliente ou pessoas próximas vinculadas a ele.

Antes de estudar potenciais soluções para esses casos específicos, é importante revisitar a natureza do trabalho realizado por uma consultoria que conduz investigações empresariais. Afinal, ela trabalha pelo cliente ou para o cliente? Em outras palavras, ou a consultoria deve agir e entregar resultados alinhados com os interesses e objetivos do cliente ou o seu serviço não implica num compromisso de atuar em prol de um resultado que seja favorável a quem a contrata.

Se examinarmos o exemplo de um advogado, é evidente que se trata de um profissional contratado para atuar em defesa dos interesses do seu cliente. Nessa condição, seu objetivo primordial influencia diretamente na sua forma de atuar. Ou seja, ele deve selecionar, desta maneira, quais provas e recursos são interessantes ou não de utilizar num julgamento, visando sempre o melhor resultado para o seu cliente.

Por outro lado, os peritos e técnicos não possuem esse compromisso de resultado com interesses particulares previamente definidos. Pelo contrário, seus trabalhos e ferramentas utilizadas são orientadas principalmente para encontrar a verdade, independente dela ser agradável ou desagradável para aqueles que os financiam ou contratam seus serviços. Isso implica dizer, portanto, que seus compromissos profissionais se restringem a atuar para descobrir, na medida do possível, a verdade sobre algum evento ou fato.

Diante dessa diferenciação, se compreendermos que o trabalho de um investigador está mais próximo de um advogado, então a resposta sobre a interferência nos resultados envolve, por exemplo, requisitar que uma evidência do relatório da investigação seja excluída da investigação. Como é o interesse do cliente que determina o agir do serviço visando um fim, então a conduta do investigador e tudo que ele produz deve estar alinhando com essa finalidade.

Contudo, se entendermos que a investigação corporativa é um serviço similar ao de peritos como quaisquer outros, sendo estritamente técnica, então o pedido de um cliente para expurgar informações de um relatório final se torna altamente problemático.

Há, claro, uma exceção nessa situação conflituosa. Por exemplo, o pedido de exclusão de um dado do relatório que está fora do escopo previamente definido para o serviço. Nessa situação, parece haver sentido contratual para uma exigência do tipo. Mesmo sendo um técnico, o investigador atua dentro de um escopo alinhado diretamente com seu cliente. Uma prova encontrada no curso do trabalho, por mais crítica que seja, se não estiver alinhada diretamente com o escopo definido no começo do serviço, está fora do que o investigador foi previamente contratado para apurar.

O ponto realmente complicado é quando a evidência encontrada está ligada ao escopo definido. Nessa situação, a atitude profissional mais correta é não ceder ao pedido do cliente. Ao permitir que o seu trabalho possa ser modificado para agradar ou atingir certos interesses, prejudicando ou de qualquer forma escondendo dados ligados ao caso concreto, a credibilidade do investigador como prestador de um serviço técnico pode ser totalmente minada e, consequentemente, quaisquer outros serviços futuros estarão sob suspeita.

Sob um olhar externo, o material elaborado por uma consultoria de investigação é julgado em torno de uma pergunta: o relatório apresentado reflete o que realmente foi encontrado e concluído pelos especialistas ou apenas contém o que está alinhado com os interesses daquele que contratou o serviço? Se a resposta se inclinar para a segunda opção, então qualquer investigação, por mais técnica que pareça nos métodos empregados, perde sua força como meio de convencimento para provar o que se pretendia inicialmente.

Adriel Santana, advogado e coordenador de Forense e Investigações Empresariais na ICTS Protiviti

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Pensando em segurança cibernética para a era 5G

Por Fernando Siqueira, Arquiteto de Cibersegurança Sênior, Especialista Global em Segurança 5G, IBM Security América Latina

Não existem mais dúvidas sobre a evolução (e “revolução”) que a tecnologia 5G vai proporcionar para a nossa sociedade e tudo ao seu redor. Capacidades como a ultra velocidade, baixa latência e o aumento nos dispositivos conectados por metro quadrado virão em carga máxima – o resultado será a explosão de novas experiências, não só quantitativas e em variadas dimensões, mas principalmente as qualitativas. Essas experiências serão aceleradas pelas novas tecnologias, muitas delas já conhecidas, como IA e a Automação, e ainda suportadas pelas principais capacidades do 5G.

Em um estudo global recente do IBM Institute for Business Value, 45% dos executivos de Telcos na América Latina concordaram que os provedores de serviços de telecomunicações (Communications Services Providers – CSPs – ou as Telcos) devem se tornar nuvens protegidas, mescladas com as novas tecnologias¹ no intuito de aumentar receitas e lucros nos próximos anos. Com a mistura do 5G com Edge Computing e IA, vão surgir casos de uso inovadores para quase todas as indústrias que as utilizarão. Entretanto, tecnologias aceleradas pelo 5G vão mudar a forma como costumamos abordar a segurança. Surge um componente que requer muita atenção: o risco cibernético.

Com a complexidade atual dos cenários de TI e para proteger rapidamente os ativos de tecnologia em plena expansão, as equipes de TI de empresas e indústrias variadas têm atuado como verdadeiros integradores multissistemas. Atualmente é cada vez mais normal, no dia a dia desses times, a adoção de até 50 soluções de segurança diferentes, vindas de até 10 provedores² de tecnologia ou parceiros de negócios diferentes. Processos de governança de segurança em TI têm se tornado insanos. Portanto, como esperamos que a tecnologia 5G seja um divisor de águas em várias indústrias nesse sentido, precisamos estar muito preparados, pois o 5G também será uma tecnologia revolucionária para os cibercriminosos.

Uma pergunta fundamental a se fazer: os CSPs estão prontos para o desafio?

Com a aceleração do 5G, cada único nó conectado a essas redes pode funcionar como portas ou janelas que, pelas complexidades citadas, podem ser deixadas abertas inadvertidamente e, dessa forma, representar um potencial ponto de entrada para cibercriminosos, colaborando para o aumento exponencial dos ataques cibernéticos. Para o ecossistema do 5G, alguns princípios e revisões do contexto de segurança podem ser sugeridos:

• Definir um plano estratégico robusto de segurança capaz de refletir na arquitetura corporativa de modo geral, através da inclusão de tecnologias e ferramentas específicas de segurança, bem como um aumento da maturidade dos profissionais envolvidos nos temas de segurança, processos e até modelos específicos de governança.

• Antecipar verificações de possíveis integrações de elementos que irão compor qualquer sistema a ser colocado em ambiente de produção, sejam recursos em multiclouds, códigos que compõem aplicações ou até mesmo a maturidade das equipes envolvidas, sempre com foco na mitigação de riscos cibernéticos. Artifícios como o uso intenso das técnicas de autenticação, autorização e definição de diferentes privilégios, bem como o uso irrestrito de criptografia entre domínio, são sugeridos para esse princípio.

• Já que os elementos de rede virtuais serão predominantemente baseados em software, devemos adotar técnicas abrangentes que gerenciem e suportem a segurança em diferentes fases dos projetos que envolvam codificação, seja em momentos de desenvolvimento e implementação ou durante a execução e manutenção dos códigos de programação. O uso intenso do “DevSecOps” nas esteiras CI/CD (“Secure by Design”), a adoção do gerenciamento de vulnerabilidades em todos os componentes que suportarão o sistema, APIs protegidas por autenticação e políticas robustas de Firewall são exemplos de cumprimento desse princípio.

• Manter políticas de gerenciamento de ameaças em vigor (“threat management”). À medida que novas ameaças surgem e evoluem diariamente, precisam ser constantemente pesquisadas (“CyberThreat Intelligence”) e testadas (“Penetration testing”). Além disso, é recomendado antecipar a visibilidade aos gestores, sempre que possível, sobre possíveis impactos técnicos e de negócios que envolvam os sistemas 5G, no sentido de evitá-los. Velocidade é a palavra-chave para esse princípio.

• Sempre estar alinhado à conformidade regulatória (“compliance”). Requisitos regulatórios devem estar sempre presentes na evolução e no crescimento orgânico dos sistemas que compõem o 5G. Estar distante dessa conformidade pode trazer sérios problemas aos CSPs, mais cedo ou mais tarde, e inviabilizar novas iniciativas suportadas pelo 5G.

• Focar sempre em uma rede resiliente e robusta para suportar e manter o sistema 5G à prova de violações de segurança, como os ataques DoS, por exemplo. Nos casos de implementações 5G, a resiliência e a robustez podem ser originadas nos controles da postura (políticas e regras de segurança) presentes na arquitetura de cloud e, dessa forma, transferidas para os serviços que serão executados sobre as redes 5G.

• Utilizar intensamente os recursos de automação e orquestração mirando os aspectos de segurança no ecossistema 5G, para controlar, por exemplo, os acessos privilegiados (“IAM – Identity and Access Management”). Tradicionalmente, a diversidade de sistemas e interesses em redes de telecomunicações traz múltiplos usuários e atores que demandarão segregação dos acessos variados, sejam para execução de tarefas temporárias ou até na participação de terceiros.

O 5G é um grande passo tecnológico com o potencial gigantesco de criar e acelerar oportunidades para uma ampla gama de setores (vide o chamado “Network Slicing”) e, dessa forma, empoderar pessoas, a sociedade, organizações diversas e inúmeras empresas.

Para o 5G, ainda não é possível afirmar quando e como os níveis de maturidade em segurança desejados serão totalmente alcançados até que todo o ecossistema esteja implementado. No entanto, é possível dizer que a segurança nas redes 5G deve ser obrigatoriamente suportada por princípios robustos e controles orquestrados com cobertura de ponta a ponta, mencionados neste artigo. Nesse sentido, tais controles de segurança podem ser considerados verdadeiros habilitadores para os novos negócios que farão uso intensivo da tecnologia 5G, assim como outros habilitadores já conhecidos nas arquiteturas 5G, como os já citados Cloud, inteligência artificial e automação.

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Logística reversa: uma oportunidade de negócio para empresas criativas

Por Marcelo Souza

Desde 2010, com a lei n° 12.305/10, conhecida como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a logística reversa vem ganhando mais notoriedade e espaço nos mais diversos meios de comunicação, escolas, empresas, entre outros. A Lei organiza a forma como o país irá lidar com o resíduo sólido que vem crescendo de forma considerável a cada ano, estimulando os setores públicos e privados de maneira compartilhada a não gerar, reduzir, reutilizaar, reciclar e tratar dos resíduos sólidos, bem como a disposição final ambientalmente adequada. A PNRS contempla o descarte correto de agrotóxicos e suas embalagens, pilhas e baterias, pneus, óleo lubrificante e suas embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio, mercúrio e mistas, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, embalagens plásticas, metálicas ou vidro e medicamentos. Para cada item citado há um instrumento que apresenta diretrizes, como por exemplo as metas que os atores da cadeia precisam cumprir.

Em fevereiro de 2020 foi a vez do lixo eletrônico, que encontra no decreto 10.240/2020 as metas a serem praticadas nos próximos 5 anos: 1, 3, 6, 12 e 17% em volume do lixo eletrônico colocado no mercado deverá ser destinado conforme previsão da PNRS entre 2021, 2022, 2023, 2024 e 2025 respectivamente. A definição das metas e o início da obrigatoriedade, já não era sem tempo. De acordo com o Internacional Solid Waste Association (ISWA), o mundo vem batendo recordes a cada novo ano de geração de lixo eletrônico. Em 2019, foram 53,6 milhões de toneladas geradas ou o equivalente a 46.812 estátuas do Cristo Redentor ou ainda 5.306 torres Eiffel. Segundo o ISWA a previsão é crescente, indicando que em 2030 serão 74 milhões de toneladas ou o equivalente à 64.600 estátuas do Cristo Redentor ou ainda 7.330 torres Eiffel, a associação afirma que os eletrônicos descartados são a categoria de lixo doméstico que mais cresce no mundo, impulsionada pelo forte avanço tecnológico que vemos diariamente na era da Quarta Revolução Industrial e catalisado pela Covid-19, esse número poderá ser ainda mais expressivo.

Apesar do termo logística reversa estar ganhando grande relevância, não estamos falando de algo novo, muito pelo contrário, ela já é praticada no Brasil há muitos anos e quando bem compreendia a sua função dentro da economia circular, que tem como baluarte a circulação de insumos pelo máximo de tempo possível, assim preservando os recursos e o valor econômico, se torna uma grande oportunidade de negócio e é o “berço” de grandes empresas do nosso país. Trago aqui algumas empresas brasileiras que fizeram história e sucesso debruçadas sobre a economia circular e a logística reversa:

Tramontina: sem dúvida uma das marcas mais famosas do Brasil e reconhecida internacionalmente, começou suas operações em 1911 no Sul do Brasil com o senhor Valentin Tramontina. Entre muitos desafios do empreendedor, o maior era conseguir matéria-prima. O aço 1070 utilizado para fazer as lâminas eram 100% importados, gerando uma escassez muito grande do insumo. Assim, a Tramontina encontrou na logística reversa a fonte de aço que precisava, aproveitando as molas de suspensão de automóveis e caminhões para a fabricação das lâminas, os cabos dos icônicos canivetes eram feitos de ossos, obtidos em frigoríficos locais. Dessa maneira, debruçada sobre conceitos da economia circular, mesmo sem saber, encontrou na logística reversa a autossuficiência de matéria-prima e o caminho para se tornar uma das maiores cutelarias do mundo.

Gerdau: outra empresa de origem sulista do Brasil, iniciou suas operações com uma fábrica de pregos em 1901. Quando se encontrava em fase de expansão, não tinha dúvida de que precisava ter autonomia em relação à matéria-prima que, assim como a Tramontina, dependia de importação e ainda sofria com o recebimento de metais oxidados da viagem. Em 1948, buscando a autossuficiência em adquiri-lo da Siderúrgica Riograndense,viu na logística reversa de sucata de ferro uma fonte abundante de material. Hoje, a Gerdau é uma empresa brasileira de reconhecimento internacional que já processou mais de 12 milhões de toneladas de ferro.

JR Diesel: teve um início bastante inusitado quando os dois caminhões do seu fundador se envolveram em acidentes quase que simultaneamente, inviabilizando o conserto. Assim, o senhor Geraldo Rufino decidiu vender as peças dos equipamentos a fim de minimizar o prejuízo, o que ele não sabia era que com isso nascia a maior empresa de desmontagem e aproveitamento de peças de caminhões da América Latina.

Empresas visionárias enxergam na logística reversa oportunidades de negócio e sem dúvida, o assunto estará na agenda de executivos de grandes empresas que veem na Economia Circular a fórmula para ter um negócio com propósito e valor.

Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox

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Investimentos em fundos florestais são a nova tendência do mercado financeiro

Por Felipe Souto

Pouco falado aqui no Brasil, o investimento em ativos florestais é uma prática recente em todo o mundo, mas é uma tendência já experimentada em mercados mais evoluídos, como os Estados Unidos. Para se ter uma ideia, o setor florestal brasileiro é um dos mais competitivos e avançados do mundo, pois nossos insumos são essenciais para a fabricação de produtos como papel e celulose, carvão vegetal, chapas, painéis e compensados, móveis, pisos, lenha, óleos e resinas, fármacos, cosméticos e alimentos.

O setor florestal responde por 3% do PIB brasileiro e, segundo o Instituto Brasileiro de Árvores ( Ibá ), em 2019, o nicho de árvores plantadas e florestas faturou R$ 97,4 bilhões em 2019. O saldo da balança comercial da indústria de base florestal chegou a US$ 11,3 bilhões, segundo melhor resultado nos últimos 10 anos. Além disso, US$ 11,3 bilhões foi a receita das exportações de produtos florestais, o equivalente a 4,3% de remessas brasileiras ao exterior, capaz de gerar mais de três milhões de empregos diretos, indiretos e resultantes do efeito-renda do setor.

Diante de tais dados, confirmamos que o segmento florestal é extremamente diversificado e apresenta uma demanda que não para de crescer. E é exatamente por isso que tem atraído cada vez mais investidores institucionais no Brasil. Esses fundos são usados, principalmente, por grandes investidores que buscam diversificar, proteger e rentabilizar sua carteira com ativos reais – modalidade que se refere a bens físicos, direitos e valores, relacionados à economia real, com menos volatilidade e sendo mais rentável para interessados em renda recorrente no longo prazo.

O que ainda é pouco falado é que investimentos nesse mercado oferecem excelente retorno financeiro, em especial, os ligados a produção de madeira e insumos essenciais para a indústria. Além disso, os ativos florestais são capazes de gerar benefícios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). E é por isso que todo investidor que deseja diversificar sua carteira com ativos sustentáveis e altamente lucrativos não pode ficar de fora do setor florestal.

Para os interessados em captar ou investir em ativos florestais, já é possível ter uma forcinha extra da tecnologia, por meio da atuação de plataformas de crowdfunding especializadas neste mercado, pois muitas delas têm sido responsáveis por democratizar o acesso a esse segmento.

Vale lembrar que além desse segmento ser extremamente rentável, ele conversa e contribui muito para o meio ambiente em si, com a redução da pressão sobre as florestas naturais e a conservação de ecossistemas. Da mesma forma, contribui muito para o cultivo das florestas plantadas (para a produção de madeira), florestas naturais e seminaturais (com o manejo voltado para a produção de madeira), produtos não madeireiros e sequestro de carbono e conservação da biodiversidade.

Por fim, reforço que os investimentos nesse segmento beneficiarão todos os envolvidos e, principalmente, o meio ambiente. Esse tipo de modalidade veio para ficar, seja para pequenos empresários, pessoas comuns e até grandes grupos. Acredito ser um setor com alto potencial de negócios, por meio de projetos sólidos e confiáveis, de forma desburocratizada, segura e essencial para uma carteira de longo prazo focada em geração de valor e proteção de patrimônio.

Já pensou nisso?!

Felipe Souto, CEO da Bloxs Investimentos, plataforma pioneira em investimentos alternativos no Brasil

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O varejo nunca mais será o mesmo

Por Erick Buzzi, VP de vendas da VTEX

Ainda sentiremos por muito tempo o impacto das mudanças globais que a pandemia provocou na forma como compramos e vendemos. Para começar, duas novas palavras já estão incorporadas ao cotidiano do varejo: contactless e frictionless. Em bom português: sem contato e sem atrito. Não importa quanta tecnologia e investimento sejam direcionados para promover essa experiência fluída que os consumidores esperam, é o que temos a fazer.

Entres as muitas incertezas que ainda nos aguardam, podemos trabalhar com a convicção de que o crescimento das vendas on-line não é uma tendência temporária. Ele sinaliza um comportamento que veio para ficar e pressiona o varejo a um crescente movimento de aderência à transformação digital. O que significa abraçar a tecnologia para oferecer aos clientes uma experiência de compras muito mais avançada.

A maior conclusão de 2020 é a mudança para o comércio eletrônico; os consumidores adotaram as compras on-line com vigor e os varejistas responderam com o lançamento rápido de novas tecnologias”, diz a National Retail Federation.

Mas as tendências deste ano não são definidas apenas pela adoção das novas tecnologias. Quem aponta os rumos do futuro são os clientes. Eles assumiram novos comportamentos de compras, exigindo também novas posturas das marcas em sintonia com a cultura que emergiu do caos. A pandemia trouxe à tona o consumismo consciente e as pessoas agora querem comprar menos e melhor. Elas esperam que as marcas atuem em sintonia com seus valores e demonstrem credenciais éticas e sustentáveis.

Ao mesmo tempo, as pessoas também querem mais atenção, agilidade, transparência e personalização em diferentes pontos de contato. Tanto para detectar as mudanças culturais, como para atender às crescentes expectativas por mais facilidades na jornada a resposta é investir em tecnologia. O grande problema é que as organizações mais atrasadas na transformação digital vivenciaram uma grande corrida contra o tempo para não perder mercado em 2020 e agora é o momento chave de corrigir falhas e avançar ainda mais nesse processo.

O bem-estar será considerado uma necessidade, não um luxo. A pandemia levou os consumidores a repensar como vivem, como trabalham, o que valorizam e o que desejam em sua vida. Eles voltaram sua atenção para a saúde e o bem-estar e procurarão comprar de marcas confiáveis que combinam tecnologia com significado para ajudá-los a viver uma vida melhor e mais conectada”, disse Mindy Grossman, CEO da WW International.

Em artigo na Forbes, o autor e futurista Bernard Marr comenta as tendências que devem moldar 2021 e elas reforçam a importância da tecnologia para acompanhar a jornada de compras nesse momento profundamente transformador para o varejo:

• Omnichannel é um desafio que envolve a união de várias tendências, incluindo IA, robótica, IoT e realidade estendida (XR) – que inclui realidade virtual e aumentada (VR / AR).

• O varejo de big data impulsionado por IA vem amadurecendo e os principais varejistas contam com análises avançadas para entender o que deve ser estocado nas lojas e aumentar a eficiência em logística, além de iniciativas voltadas para o cliente, como chatbots e assistentes virtuais.

• A tecnologia de reconhecimento de voz alimentada por IA foi aprimorada a ponto de realmente poder ser usada para agregar valor tanto na loja quanto por meio de aplicativos de e-commerce. Será usada cada vez mais para obter informações e fazer compras e os varejistas irão adaptar sua infraestrutura para se adequar a esses hábitos.

Se tudo isso parecer futurista além da conta, pense que todas essas tecnologias já estão disponíveis e são muitas as possibilidades de conexão entre elas para promover iniciativas inovadoras. A pressão dos clientes e do mercado não vai parar daqui para a frente. Essas previsões também se conectam com as tendências apontadas pela National Retail Federation – NRF para os próximos meses:

• Marcas com vendas diretas ao consumidor, flexionando os músculos da parceria e explorando modelos para se diferenciar, verão crescimento e lucratividade perturbadores. As marcas Direct To Consumer introduziram novas categorias e estão injetando novas energias no aperfeiçoamento de seus objetivos de obsessão pelo cliente.

• A transformação da cadeia de suprimentos foi acelerada pela pandemia, alavancada pelo 5G e sustentada por investimentos substanciais em soluções digitais.

• O livestreaming será o centro das atenções, com potencial para ser uma das categorias de crescimento mais rápido no ecossistema digital one-to-one. O Interactive Advertising Bureau informou que as vendas geradas pela transmissão ao vivo devem dobrar para US $ 120 bilhões em todo o mundo em 2021. Os especialistas dizem que os compradores digitais querem mais do que apenas um produto; eles querem sentir uma conexão com uma marca. Assim, um número crescente de marcas está incorporando a transmissão ao vivo em sua estratégia.

• Adoção de tecnologia robótica, robôs de entrega de comida e veículos autônomos. Os robôs da loja devem coletar e processar dados de maneira precisa, repetida e autônoma para resolver problemas de negócios. Os drones ainda têm o potencial de tornar certas viagens obsoletas, conservar energia e contribuir para práticas mais sustentáveis.

• “Evolução” é a palavra para shopping centers. Os compradores voltarão após a pandemia, mas os shoppings precisam ser reinventados com ambientes menores e mais atraentes.

• A tecnologia touchfree se tornará a tendência. As compras digitais dispararam, os pagamentos sem contato rapidamente se tornaram a norma e a realidade aumentada estão prontas para crescer.

• Social Commerce tem potencial para crescer mais rápido que o comércio eletrônico geral. A ideia de varejistas e marcas criarem experiências de compra por meio das mídias sociais decolou. Seu poder de permanência é inegável por várias razões, incluindo os sentimentos exclusivos que essas oportunidades criam, a chance de construir a intenção de compra e o processo de pagamento sem atrito que dá um novo significado à palavra “perfeito”. A Technavio informou recentemente que o mercado global de Social Commerce deve crescer US $ 2.051 bilhões durante 2020-2024, progredindo a uma taxa composta de crescimento anual de quase 31 por cento. Quem está liderando o ataque? Facebook, Instagram, Twitch, TikTok, Pinterest e Spotify.

• A fabricação On-demand permite que as marcas respondam mais rapidamente às mudanças na demanda dos clientes, criem produtos conforme os pedidos são colocados e mantenham quantidades mínimas de estoque.

• Procurar maneiras de monetizar os dados do cliente é a aposta para os varejistas; o desafio é fazer isso em um verdadeiro ecossistema omnichannel. As empresas que acertarem serão onipresentes para os compradores – conectando-se on-line, em lojas e por meio do comércio social e garantindo que cada ponto de contato seja sem atrito. Um facilitador fundamental de todas as coisas digitais é o 5G. Os consumidores não podem se dar ao luxo de serem desconectados, então nem é preciso dizer que as empresas também não.

• Os clientes querem opções de pagamento em cada etapa da jornada. O modelo de pagar por itens na íntegra está desaparecendo à medida que a próxima geração de compradores adota modelos e assinaturas de pagamento complementar.

• As marcas enfrentam novas regulamentações de privacidade que exigem investimentos em plataformas de dados de clientes. Enquanto os varejistas buscam o próximo Santo Graal da segmentação, procure aqueles que têm bancos de dados gigantes e / ou parcerias para vencer.

Avaliando as trends que foram identificadas nesse artigo penso que a pandemia apenas acelerou todos esses movimentos, sejam eles culturais ou de digitalização, trazendo rapidamente à tona tudo o que já era esperado em um processo natural de evolução. Mas ainda temos um intenso trabalho de adaptação das organizações que correm para se unir em ecossistemas digitais mais avançados porque não há mais tempo a perder.

Com tantas mudanças em curso, o futuro pode ser imprevisível. Cada vez mais vamos ter o uso intenso da tecnologia para aperfeiçoar a experiência de compras em uma jornada que se tornou mais complexa. Com o cliente no centro de todas as iniciativas, o objetivo agora é corresponder aos seus novos níveis de consciência e às crescentes demandas por experiências fluídas. Esse é o mix que vai definir quem pode superar os desafios à frente e sair fortalecido para as próximas ondas que virão.

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IoT Industrial representa o futuro da manufatura digital

Por Hélio Sugimura, Gerente de Marketing da Mitsubishi Electric


A Internet das Coisas (IoT) já é uma realidade no mundo todo. No dia a dia já lidamos com ela, mesmo sem perceber, como por exemplo, no momento em que utilizamos o smartphone para fazer uma vídeo chamada com o médico, que já recebeu nossas informações coletadas pelo wearable. Mas, em especial no setor da Indústria, o futuro reserva recursos muito mais avançados do que a análise de dados disponíveis em uma tela – é a chamada Internet Industrial das Coisas (IIoT).

De acordo com uma pesquisa realizada pela Microsoft, 57% das empresas aumentaram seus investimentos em IoT em 2020, enquanto a IIoT deve alcançar um valor de USD 751.3 bilhões até 2023, mostrando que os benefícios desse tipo de investimento já estão no centro da Indústria 4.0.

Na Indústria, o potencial dos sistemas ciberfísicos para melhorar a produtividade no processo de produção e na cadeia de suprimentos é vasto. Considere processos que governam a si mesmos, onde produtos inteligentes podem tomar ações corretivas para evitar falhas e onde peças individuais são reabastecidas automaticamente.

A IIoT cria o benefício potencial da conexão e integração de dados de sistemas de tecnologia da informação (TI) e do data center com dados de tecnologia operacional (OT) no chão de fábrica e dispositivos conectados. O lado de TI dos negócios se concentra em recursos que processam dados para funções relacionadas aos negócios. O lado OT visa sistemas e elementos que constroem, executam, controlam e monitoram processos industriais ou de serviço.

O futuro caminha para sensores embutidos nas máquinas e com variedade de tecnologias conectadas, incluindo sensores compactos para medição de variadas grandezas, redes mais confiáveis e flexíveis, processamento computacional de alto desempenho, robótica, armazenamento em nuvem, Inteligência Artificial, tecnologias cognitivas e realidade aumentada. Juntas, elas vão transformar completamente o setor, que atingirá o verdadeiro patamar de manufatura digital.

Perspectivas com a Lei da Internet das Coisas

A entrada em vigor da Lei da Internet das Coisas, no dia 1º de janeiro, promete acelerar ainda mais a oferta e viabilizar investimentos no setor, já que a regulamentação prevê alíquota zero nas fiscalizações de instalação e operação de sistemas de comunicação máquina a máquina (M2M).

A automação criou uma nova maneira de se comunicar, mas elas já não são mais suficientes. O que as indústrias esperam das novas tecnologias é mais do que recursos embutidos nas máquinas, mas que essas funcionalidades possam ser levadas também para fora do chão de fábrica. Aí entram os dispositivos móveis ou wearables, que vão tornar a manufatura digital a nova realidade da Indústria 4.0.

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Govtechs buscam fim da burocracia e do papel no Brasil

Por André Brunetta, CEO do Zul+

O Brasil vem provando, progressivamente, que tem sim condições para promover grandes avanços tecnológicos e se tornar referência quando falamos em govtechs. Nós já somos vistos em diferentes rankings internacionais como uma das nações mais empreendedoras da América Latina, e agora, mais do que nunca, estamos a caminho de alinhar a oferta de govtechs à demanda dos governos do país. É claro que ainda temos um longo caminho pela frente, e alguns desafios para serem superados, mas o futuro é otimista.

De acordo com o relatório “As startups Govtech e o Futuro do Governo no Brasil”, existem atualmente cerca de 1,5 mil startups com potencial para o mercado deste segmento, visto que 80 delas já trabalham de maneira consistente junto ao setor público. Pense que até três anos atrás ainda não se falava sobre esse conceito, e hoje já existem soluções inovadoras de baixo custo e impacto profundo aos desafios cotidianos, enfrentados tanto pelos governos, quanto pelos cidadãos.

As transformações que temos vivido por conta dos efeitos da pandemia, principalmente no último ano, confirmam que as tecnologias digitais podem levar à extinção no uso do papel nos procedimentos burocráticos, sejam eles estatais ou privados. Essa discussão se torna tão importante visto que impacta diretamente o sistema público e a população, uma vez que o potencial de agilidade, transparência e sustentabilidade das govtechs resulta em economia significativa de papel, combustível e protocolos.

É preciso considerar, também, que as empresas que fazem investimentos em tecnologia se beneficiam igualmente disso. Um estudo feito pela TNS Research apontou que as instituições que investem em tecnologia têm aumento na receita e crescem aproximadamente 60% a mais em comparação às empresas que descartam o investimento em tecnologia. E é diante desse cenário que a preocupação com os processos tecnológicos se estendem aos órgãos públicos.

Não à toa, recentemente foi sancionado o novo marco legal das startups, que além de impactar diretamente o cenário das govtechs no país, confirma a capacidade brasileira de assumir o protagonismo na área. Assim como a recém aprovada Lei do Governo Digital, que busca a digitalização, desburocratização e simplificação da gestão administrativa, por meio da inovação e uso de tecnologia.

Apesar de não solucionarem todos os problemas enfrentados pelo setor, não há dúvidas de que os últimos acontecimentos são fundamentais para traçar o caminho em busca do fim do papel e da burocracia. Temos motivos e provas suficientes para crer que caminhamos para um ambiente digital que torne o trabalho mais simples, transparente e sustentável.

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