Verdades e mitos sobre o Big Data

Por Vladimir Motta

Grandes volumes de dados, gerados em alta velocidade e com uma enorme variedade de formatos. Essa é a definição mais difundida do Big Data. Há muito tempo não vejo um movimento tão grande em torno de um segmento de soluções tecnológicas como o que estamos testemunhando agora. Inegavelmente as empresas e governos estão aprendendo a extrair um valor extraordinário dos seus gigantescos repositórios de dados. Estão também colhendo informações de origens variadas por meio de sensores, GPS, Internet, mídias sociais, entre outras fontes, para aprimorar os negócios e oferecer melhores produtos e serviços aos clientes. Os provedores de soluções de Big Data ingressam no mercado com tecnologias atraentes e com preços competitivos. No entanto, é preciso ter critério na adoção e nas expectativas do uso da tecnologia e saber o que é mito ou verdade sobre o Big Data.

É fato que soluções de Big Data possibilitam o processamento de grandes bases de dados em escala amplamente superior aos bancos de dados e ferramentas tradicionais, fornecendo respostas mais rápidas e viabilizando novas perguntas, antes inimagináveis. Essas tecnologias também permitem que os dados gerados estejam disponíveis para serem analisados num tempo muito menor, aproximando as decisões dos acontecimentos do mundo real.

Com toda essa capacidade de processamento e um pouco de imaginação, já é possível definir e aplicar preços, produtos e ofertas para cada cliente de forma personalizada. Ainda que o público da empresa seja de milhões de pessoas.
Já há também diversos casos em operação no mundo dos negócios em que “robôs” – algoritmos automatizados por meio de softwares – analisam transações, consideram dados internos e externos das companhias, aplicam regras pré-definidas e tomam as decisões em frações de segundos. O ganho em agilidade, segurança e economia é inquestionável. Além de todas essas vantagens, é possível também acompanhar em tempo real o desempenho dessas operações, sejam vendas, compras ou atendimentos.

A definição que mais se aproxima da realidade sobre o BIG DATA é a de fronteira. Sempre haverá uma barreira de complexidade, volume e velocidade a partir da qual as tecnologias existentes não serão capazes de produzir respostas em tempo e custo adequados. Por esse ângulo, o Big Data sempre existiu. A novidade consiste em uma nova geração de soluções, que temos hoje, que amplia fortemente essas fronteiras, mas sempre haverá limites.

No filme “O guia do mochileiro das galáxias”, havia uma máquina, um supercomputador, que quando perguntado sobre qual seria a resposta para “A questão da vida, do universo e de todas as coisas” levou 7,5 milhões de anos para produzir e checar a resposta: “42”. É difícil imaginar que uma máquina seja capaz de analisar todo do contexto sobre determinada questão, ter consciência de risco e retorno ou ética. Obviamente, o poder que os computadores e softwares têm de processar dados e fazer cálculos é incomparável com a capacidade humana, mas uma máquina ainda não tem como superar as habilidades de ponderação e sentimento do homem. A combinação de boas ferramentas com proficiência nos negócios vai superar por muito tempo a pura inteligência computacional.
Muitas empresas hoje lidam com Big Data, não somente as grandes, mas também pequenas e médias corporações. No entanto, antes de adquirir soluções é importante saber onde e para que essas informações serão utilizadas. Guardar dados sem saber como vai utilizá-los para, talvez, no futuro extrair valor deles, pode não ser a melhor opção. É preciso ter em mente que os dados envelhecem e perdem, em muitos casos, a correspondência com o ambiente de negócios atual. Além disso, geram custos e riscos, especialmente, de segurança de informações ao serem armazenados sem os cuidados necessários.

Vladimir Motta é gerente de Planejamento Estratégico da Stone Age e responsável pela gestão de marketing da empresa e pré-vendas. Na Stone Age desde 2006, já ocupou a posição de coordenador de Projetos. Trabalhou também como arquiteto de soluções na Embratel. É formado em Informática com pós-graduação em Engenharia da Informação e MBA em Gestão Empreendedora.

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Os benefícios da criptografia para os negócios

Por Gabriel Silva, Arquiteto de Software da Stone Age

Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, a criptografia é um campo de conhecimento que está presente regularmente na vida da maioria dos cidadãos. Por exemplo, na hora de realizar uma compra online, consultar um extrato bancário e até mesmo enviar conversas e imagens através de aplicativos de smartphones ou nas comunicações internas em empresas. Apesar de ser muito utilizada em atividades cotidianas, essa tecnologia ainda é cercada de mistério. Então o que é exatamente a criptografia e por que deve ser usada?

A palavra criptografia, que vem do grego “grafia escondida”, é um ramo da matemática cuja função é permitir que mensagens sejam trocadas de modo que apenas o destinatário veja o conteúdo. Isto é, ninguém pode saber qual o saldo da sua conta ou ler seus e-mails sem sua autorização. A criptografia é feita através de cálculos matemáticos complexos, o que torna o conteúdo da mensagem indecifrável para alguém que não deveria ter acesso àquela mensagem. Desde o desenvolvimento das primeiras formas de criptografia, a técnica tem sido usada extensivamente no campo militar para transmissão de ordens e troca de informações sensíveis. Com a criação da Internet e do aumento do tráfego de informações pessoais, como conversas, fotos e informações bancárias, tornou-se indispensável desenvolver uma forma de proteger esses dados, e o uso da Criptografia chegou para fazer isso.

Quando não há preocupação com a proteção dos dados dos clientes, as empresas podem acabar sendo alvo de ataques e sofrer um grande baque na confiança de seus serviços. Dentre casos recentes, podemos destacar o da Sony, que em abril de 2011 teve vazados dados de aproximadamente 77 milhões de usuários da PSN (PlayStation Network), serviço que disponibiliza jogos e outros conteúdos de entretenimento, incluindo dados pessoais como nome, endereço, senha, números de cartão de crédito, dentre outros. Isso aconteceu porque hackers conseguiram acesso a máquinas da rede interna da Sony e os dados dos clientes estavam armazenados sem nenhum tipo de criptografia. O resultado foi que a Sony ficou mais de 20 dias com seu serviço fora do ar, estimando suas perdas em U$171 milhões no período, entre atualizações de segurança e suspensão do serviço.

Em junho de 2013, surgiram as primeiras publicações de documentos vazados da NSA (National Security Agency) por Edward Snowden, ex-funcionário da CIA, que mostravam que os serviços de inteligência norte-americanos obtinham acesso a informações secretas através de uma rede de grampos e parcerias com grandes empresas. Essa vigilância se dava na forma de gravações de ligações, acesso a contas de e-mail, monitoramento do tráfego de informações na rede, além de outras fontes de informações armazenadas por empresas. A revelação levantou a discussão sobre a validade da violação da privacidade de informações pessoais em favor de assuntos de segurança nacional, como a NSA categorizou seus esforços. Essas informações foram obtidas, principalmente, por meio de dados não criptografados na Internet.

Com o aumento na veiculação de notícias sobre perdas financeiras e de dados por conta de falhas de segurança, as empresas têm tido um cuidado maior com a segurança das suas informações e de seus clientes. A criação de equipes responsáveis pela segurança dos dados armazenados é uma prática que tem se tornado cada vez mais comum. Para evitar o uso de métodos criptográficos inseguros, existem órgãos como o NIST (National Institute of Standards and Technology, dos EUA) que mantêm listas atualizadas de modelos considerados seguros.

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