Uma pesquisa realizada pela KPMG apontou que o estilo de liderança que prevalece na empresa familiar brasileira foi o transformacional (59%) no qual o líder tem como objetivo mudar os valores básicos e crenças. O país é seguido pela região das Américas (56%) e pela Europa (36%). Já no Oriente Médio e África (50%) e na Ásia (39%), o maior índice foi o autoritário. Essas são algumas das conclusões de um estudo que ouviu 2.439 líderes dos setores de agricultura, construção, manufatura e serviços de 70 países, inclusive o Brasil, em comparação com regiões da Europa, Américas, Ásia-Pacífico e Oriente Médio e África.
Segundo o estudo, no estilo autoritário, o líder é paternalista e refletido na autoridade e o carismático tem a capacidade de motivar e inspirar seguidores que demonstram confiança no líder.
“Os líderes e o seu estilo na condução dos negócios têm uma influência direta na cultura e nas estratégias predominantes das empresas familiares. Nenhum deles tem somente um estilo de liderança, e isso muda dependendo da idade e fase do negócio e do ambiente econômico, social e empresarial”, analisa o sócio-líder de Private Enterprise da KPMG no Brasil e na América do Sul, Jubran Coelho.
A capacidade empreendedora das empresas familiares:
Já sobre as dimensões principais da orientação empreendedora, o Brasil apareceu em segundo lugar com 41%, ficando atrás somente da região das Américas. Dentro do pilar inovação na empresa familiar, o país foi o que apresentou maior índice (50%), ficando à frente de todas as regiões. Sobre proatividade, o Brasil foi elencado como nível médio com 41%, enquanto nas Américas e no Oriente Médio e África é alto. Por fim, o nível de prevenção de risco nas empresas familiares brasileiras ainda é baixo (54%).
Líderes mulheres ainda são a minoria:
Com relação ao gênero do líder das empresas familiares, o levantamento apontou que no Brasil, apenas 22% são mulheres, mas é um percentual maior do que nas outras regiões (Ásia com 14%, Oriente Médio e África com 16% e Europa com 18%) e menor apenas do que nas Américas (25%).
“O percentual feminino de liderança nas empresas familiares brasileiras ainda é pequeno, mas segue crescendo nos últimos anos com a profissionalização da gestão. Inclusão e diversidade vêm ganhando espaço na agenda dos líderes, assim como a agenda ESG tem ganhado força e comprometimento nas empresas familiares, mas ainda é um longo caminho que precisa ser trilhado ”, explica a sócia-diretora de Private Enterprise da KPMG no Brasil, Carolina de Oliveira.