Segundo dia do FUTURECOM 2024 é marcado pelo estudo que revela tendências e possibilidades de 5G e Inteligência Artificial

Inovação a serviço da qualidade de vida e do desenvolvimento socioeconômico pautou o segundo dia da 24ª edição do Futurecom, maior evento de conectividade, inovação e tecnologia da América Latina. Na tarde desta quarta-feira a consultoria Omdia e o Futurecom apresentaram em parceria os resultados de dois levantamentos exclusivos – “Evolução de 5G no Brasil e no Mundo” e “Digital Consumer Insights”.

Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Americas da Omdia; e Hermano Pinto, diretor geral do Núcleo de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets Latam, comentaram a evolução do 5G no Brasil e o nível de implantação da tecnologia na região latino-americana. Em toda a região, já há 47 milhões de conexões 5G até ao primeiro trimestre de 2024, sendo que 79% desse total se concentram em Brasil e México.

Ainda segundo o estudo, o atraso na liberação de espectros de 5G e regulação em alguns dos países da América Latina inibiram a disponibilidade desse recurso para a maioria da população e as aplicações com base em Inteligência Artificial. De acordo com Ari Lopes, “a velocidade de crescimento de 5G nos primeiros anos foi menor do que o observado na tecnologia 4G, ainda dominante na base instalada”.

Mercado
As possibilidades proporcionadas por uma conexão mais veloz e de tecnologia mais avançada poderiam trazer à região, principalmente ao Brasil, mais desenvolvimento de aplicações e precisão para o aprendizado das máquinas que serão orientadas pela Inteligência Artificial. Essa conexão foi discutida hoje no painel “A Geopolítica da IA e as relações entre as maiores potências mundiais”, realizado durante o Futurecom 2024 com mediação de Valter Wolf, presidente da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (Abria).

O painel mostrou que, enquanto os países que são potências tecnológicas como Estados Unidos e China buscam o protagonismo na utilização e regulação da Inteligência Artificial, o Brasil está tentando encontrar uma forma de aproximar os estudos globais sobre a tecnologia para também desenvolver o mercado nacional.

Para Valter Wolf, “é muito necessário encontrar uma forma de dominar a grande quantidade, qualidade e diversidade dos dados captados no nosso país, que é o que vai gerar precisão das máquinas de IA. Só no DataSUS, por exemplo, são 200 milhões de vidas cadastradas, com uma diversidade genética absurda”. Também participaram deste painel Alexandre Del Rey, sócio fundador da International Association of Artificial Intelligence (I2AI); e Roberta Grünthal, superintendente executiva de TI e Portfólio da BB Seguros.

Cidades inteligentes
Inteligência Artificial aliada à conexão estável e veloz como é o 5G podem oferecer mais qualidade aos cidadãos ao convergir para o conceito das cidades inteligentes. O painel “O uso transformador da IA na gestão pública de cidades inteligentes” abordou esse tema questionando a que passo estamos no aproveitamento da IA para a melhoria dos serviços públicos do país.

A head de Competitividade do Centro de Liderança Pública, Carla Marinho, mediou o debate, quando a secretária de Gestão da cidade de São Paulo, Marcela Arruda; e o secretário adjunto de Transparência de Mogi das Cruzes, Marcelo Oliveira, apresentaram iniciativas recentes desses municípios que utilizam a IA analítica e generativa para melhorar os serviços prestados ao cidadão.

Jamile Sabatini Marques, diretora de Inovação e Fomento da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), fez uma análise sobre a importância de as cidades brasileiras compartilharem dados e informações. “Felizmente, o Brasil tem um ecossistema de inovação e troca entre colaboradores muito grande. Afinal, dados são bens comuns e devem ser usados pensando na coletividade, em promover mudanças e melhorar a gestão das nossas cidades.”

Para Jamile, se torna preciso capacitar o servidor e “tirar o ‘medo’ dele com relação à IA, porque muitos se consideram ‘donos’ dos dados e não querem disponibilizá-los para integração”. “Mas uma economia baseada em dados é boa para todos, e é justamente essa integração que fomenta o empreendedorismo e o desenvolvimento do país. É o que eu chamo de ‘inteligência do coletivo.”

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