Por Cássio Cardoso
O mundo de TI está em constante mudança e ultimamente percebe-se uma racionalização das aplicações, virtualizações de hardware e consolidação, deixando as organizações com um grande legado da parte de facilities, leia-se capacidade, que estava inicialmente em operação. Os novos servidores de alta densidade, equipamentos de rede e storage, juntamente com sistemas de infraestrutura convergente como: VCE Vblock Systems, Cisco Unified Data Center, IBM PureSystems e Dell Active Systems, significa que menos espaço será necessário para maior capacidade de processamento a ser disponibilizada ao negócio.
Com a introdução da computação em nuvem, os gerentes de Data Centers e arquitetos de sistemas não tem mais que decidir apenas qual será a melhor infraestrutura para a carga crítica de TI. Agora, eles também terão que decidir através de qual tipo de serviço poderão fazê-lo. Uma carga crítica de TI que geralmente encontra-se totalmente instalada em uma infraestrutura própria interna a empresa, que poderá ser transferida para uma instalaçãoo de colocation ou ser terceirizada através de infraestrutura, plataforma ou software como serviço (IaaS, PaaS ou SaaS).
Mesmo cargas críticas de TI mantidas internamente podem não permanecer para sempre lá, logo pode não fazer muito sentido projetar um data center para operar determinadas cargas de TI de forma interminável. Cloud está a beira de se tornar uma plataforma popular, e as organizações que tiverem construído um data center para hospedar uma aplicação específica por um longo período de tempo, podem estar em desvantagem.
Layout flexível de Data Centers
Quando você estiver projetando um data center para o futuro, considere a infraestrutura e o hardware de TI que ele suportará. Sob o ponto de vista de hardware, uma abordagem completa do gerenciamento do ciclo de vida de TI mantém uma infraestrutura dinâmica. Os ativos de hardware podem crescer e encolher conforme as necessidades de mudança, podendo-se vender o excedente de equipamentos para se recuperar alguns custos. Com determinadas políticas de licenciamento de software, existe a flexibilidade de se adquirir e dispensar licenças conforme a demanda.
As principais demandas, no entanto, giram em torno da infraestrutura. Um data center é um ativo principalmente fixo, se o data center tem 200 metros quadrados e o negócio estabelece que apenas 100 metros quadrados serão necessários para a carga crítica de TI, as paredes não podem convergir. Mesmo se metade do espaço possa ser redirecionado para outra aplicação, para um ambiente de equipes de TI por exemplo, isto soluciona apenas uma pequena parte do problema.
A infraestrutura de um data center legado tem um layout fixo para os serviços. Os quadros de distribuição elétrica do tipo PDU (Power Distribution Unit) e os sistemas de ar condicionado do tipo CRAC (Computer Room Air Conditioner) estão fixos no local. Os equipamentos UPS (Uninterruptible power systems) e os geradores auxiliares são dimensionados para se adequar ao projeto original do data center.
A seguir algumas dicas a serem consideradas no mapeamento do layout do futuro data center:
a) Planejamento do piso
O primeiro passo para iniciar a construção do futuro data center é relativo a parte arquitetônica do projeto, o ambiente físico. A localização de paredes em relação a partes estruturais e soluções de piso elevado é um aspectp muito relevante para proporcionar acréscimos ou decréscimos de área permitindo uma gestão de interferências apropriada.
b) Planejamento da distribuição elétrica e do cabeamento de telecomunicações
Tanto a distribuição elétrica quanto o cabeamento de telecomunicações devem ser super estruturados. Os caminhos de distribuiçãoo elétrica e de telecomunicações devem ser distintos e separados, projetados de uma forma que tenham acessibilidade para alterações futuras de layout.
c) Energia
Ao invés de se instalar as PDUs junto a paredes e pilares, pode-se empregar a solução de quadros autoportantes, com a chegada dos alimentadores por cima do painel. Em uma reforma a distribuição elétrica poderá ser realocada de uma forma tão flexível quanto equipamentos de TI.
Para equipamentos UPSes e geradores, planejar um sistema que permita a adição de novos módulos sem a necessidade de alterações na parte física e de distribuição elétrica.
O consumo de combustível por parte dos geradores está diretamente ligado com o nível de capacidade utilizado. Se houver subutilização de sua capacidade, ocorrerá maior consumo de combustível. Logo, as capacidades de carga de TI e potência disponível do gerador devem ser adequadas ao projeto de engenharia.
d) Planejamento da refrigeração
O emprego de uma solução do tipo free-air cooling ou outro sistema de baixo consumo de energia, reduzirá o impacto de um re-projeto de refrigeraçãoo quando o tamanho do data center for alterado. Se for combinado com abordagens efetivas de corredores quentes e frios, retornos a plenum ou dutados, o sistema de refrigeração estará adequado a necessidade, tendo-se menores preocupações com relocações de equipamentos.
Quando houver a necessidade de utilização no data center de sistemas de refrigeraçãoo baseados em unidades do tipo CRAC, escolha um sistema modular com múltiplas unidades CRAC, balanceadas e com a característica de velocidade variável.
Fonte: SearchDataCenter.com by Clive Longbottom
*Cássio Cardoso é Sócio-Fundador da Qualityware