Após três dias intensos, a 24ª edição do Futurecom teve seu encerramento. A edição deste ano reuniu 250 marcas expositoras que apresentaram aos profissionais do mercado as mais eficientes soluções em tecnologia aplicadas à saúde, indústria, varejo, agronegócio, cidades inteligentes e tantos outros setores da economia. O maior evento de conectividade, tecnologia e inovação já tem data para 2025. Será realizado entre os dias 30 de setembro a 2 de outubro.
A edição deste ano superou a anterior ao receber mais de 33 mil visitantes. O evento contou ainda 8 palcos, 800 palestrantes e mais de 240 horas de conteúdo disponíveis nas trilhas de conhecimento, em um espaço de cerca de 25 mil m².
Os temas do 3º dia de Futurecom
AIoT e Smart Edge ganham força como ferramentas para inovação e eficiência do setor de TI e Telecomunicações no Brasil
Empresas brasileiras já discutem a próxima fase da IoT, chamada AIoT, fundamental para a hiperautomação, visando maior eficiência e inovação. A fundadora do grupo Tudo Sobre IoT, Thelma Troise, mediou o painel “Hiper Automação em Ambientes Complexos: AIoT e Smart Edge expandindo a inovação e eficiência operacional”, que recebeu executivos do setor de TI e Telecomunicações para mostrarem cases da aplicação dessa tecnologia no Brasil atualmente.
Diuliana França, diretora de Soluções de Cloud da Embratel, destacou que a IA já integra os processos da empresa e que o foco agora é informar sobre o Smart Edge, onde o processamento ocorre diretamente nos dispositivos. Pietro Colloca, da Intel, mencionou um projeto com uma cervejaria, que usou câmeras 3D e IA para otimizar a contagem de produtos. Pietro Colloca, especialista de Aplicações da Intel para a América Latina, destacou um projeto com uma cervejaria, que usou câmeras 3D e IA para otimizar a contagem de produtos.
LGPD não é suficiente para evitar abusos envolvendo a IA generativa na indústria brasileira, afirmam especialistas
No painel “Regulação de IA e interações entre pessoas e máquinas” do Futurecom 2024, Rony Vainzof, coordenador de defesa e segurança cibernética da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), abordou o avanço das leis sobre IA no Brasil. Miriam Winner, da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), explicou que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) de 2018 não cobre todos os riscos da IA generativa, pois regula apenas dados pessoais, deixando de fora dados não pessoais, como os de pessoas jurídicas. Miriam destacou que o projeto de lei em discussão prevê governança de IA alinhada à LGPD.
Também participaram do painel o coordenador-geral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Guilherme Corrêa; a coordenadora de Transformação Digital do Ministério, Cristina Shimoda; e o conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Victor Oliveira Fernandes.
GenAI: A Nova Fronteira da Engenharia Social e Fraudes Digitais
Com o avanço contínuo da tecnologia, a convergência entre inteligência artificial generativa e engenharia social tem gerado uma nova série de riscos cibernéticos. O painel do Future Cyber apresentou alguns dados: No Brasil, os ataques cibernéticos são responsáveis por R$ 190 bilhões de prejuízo por ano e 62% dos CISOs estão preocupados com falhas de segurança dos colaboradores.
O mediador Josean Siqueira Santos, CISO e DPO da Sapore, defendeu o uso moderado da IA generativa nas empresas, ao destacar os riscos de ataques. Já André Frutuoso, business information security officer da Raízen, reforçou a importância de alinhar cibersegurança ao negócio, considerou que o profissional de cibersegurança deve ter cada vez mais o olhar ligado ao negócio e mencionou experiências com colaboradores early adopters da Gen AI.
Alexandre Nery, executivo de data science da Serasa Experian, alertou para o potencial do uso de deep fakes nos golpes de engenharia social e fraudes financeiras. Guilherme Aquino, professor do Inatel, alertou sobre o uso da Gen AI para ataques hackers feitos por novos players. Antes, os ataques vinham de hackers especializados, mas as novas tecnologias permitem que a população comum também tenha acesso a ferramentas de ataques.
Já Ricardo Brito, diretor de serviços profissionais para a América Latina da Nexis Risk Solutions, comentou sobre o uso da IA para combater a IA. Com avanço da tecnologia, é uma corrida entre especialistas de segurança e os atacantes, “na maioria das vezes, nós vencemos”, finalizou.
Da Previsão à Prevenção: Como a Tecnologia Pode Transformar a Gestão de Desastres Climáticos
A palestra destacou a crescente preocupação com desastres naturais intensificados pelas mudanças climáticas e a necessidade de adaptação. Carlos Afonso Nobre, professor da USP, alertou sobre o perigo das ondas de calor, que causam mais de 1 milhão de mortes anuais, e defendeu o investimento em infraestrutura verde, como florestas urbanas para reduzir poluição e controlar temperaturas. Os palestrantes ressaltaram o papel da tecnologia e da inteligência artificial na previsão e mitigação de desastres. Outro ponto abordado foi a importância de modelos inteligentes para monitorar dados em tempo real, e a conscientização pública, citando o Japão como exemplo de sucesso.
O desafio de ampliar a conectividade em áreas rurais, onde o governo, em parceria com a Defesa Civil, está desenvolvendo um aplicativo de alertas e a necessidade de parcerias entre setores público e privado para enfrentar desastres, também foram temas de destaque na palestra.
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