O uso de drones, pequenas aeronaves não tripuladas operadas por meio de controle de rádio, é cada vez mais comum no meio empresarial, tanto que eles podem ser encontrados até mesmo na construção civil. O avanço da aplicação da tecnologia no setor imobiliário é tão significativo que, segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o assunto deve ter uma indicação no novo Plano Diretor de Curitiba. Além disso, está em elaboração a primeira regulamentação federal sobre o tema.
A normatização do uso dos drones na capital paranaense deve abarcar três questões principais. Uma delas é sobre o uso do espaço aéreo, preenchendo as lacunas referentes às divisas e faixas de conflito presentes na atual legislação. Outra está relacionada a gestão de risco, em decorrência do uso dos equipamentos, e uma terceira vai compreender a questão da privacidade para divulgação das imagens captadas.
Em Curitiba, a Swell Construções e Incorporações já usa a tecnologia em seus empreendimentos. Recentemente, a incorporadora local usou os drones para captar imagens dos seus edifícios em construção na capital paranaense, nos bairros Água Verde, Cabral e Champagnat. As fotos e vídeos foram disponibilizados no site da empresa para consulta.
Por se tratar de um condomínio implantado num terreno de 3,3 mil metros quadrados, o Prime Class Residence, em fase final de construção no Água Verde, obteve o melhor resultado. “O empreendimento tem duas torres voltadas para duas frentes e uma ampla infraestrutura de lazer. Sem esse recurso, nós só poderíamos mostrar esses itens de modo estático, por meio da maquete ou do encarte com a perspectiva da implantação”, compara o diretor de empreendimentos da Swell, Leonardo Pissetti. Desde então, a empresa está usando os drones para captura de imagens, seja foto ou vídeo, a cada 90 dias.
Para o empresário, os benefícios da utilização do equipamento na construção civil são o auxílio ao comprador na visualização do entorno do edifício e de aspectos técnicos do imóvel em cada andar, aproximando-o do real, especialmente nos empreendimentos que estão na planta ou em construção. “Antigamente, vendia-se o apartamento somente a partir de uma planta baixa ou perspectiva de uma fachada. Hoje tem-se o tour virtual e o apartamento decorado. Agora com o drone, há a possibilidade de obter imagens reais”, analisa.
O diretor de empreendimentos da Swell também acredita que os equipamentos podem ajudar as construtoras e incorporadoras na decisão de compra do terreno, oferecendo informações mais exatas sobre os aspectos técnicos dos imóveis que serão implantados. “Por meio do equipamento, é possível mostrar bem a questão da insolação, em horários determinados, apurando com mais precisão a projeção dos raios solares em cada cômodo do apartamento, bem como obter imagens reais do espaço exclusivo de terraço nas coberturas”, ressalta Pissetti.
No ano que vem, deve ser publicada a primeira regulamentação federal para os equipamentos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também está voltada ao assunto, tendo como principais preocupações a determinação dos locais e horários permitidos para a circulação das pequenas aeronaves. Segundo estudos da agência, deverá ser autorizada a circulação de drones com até 25 quilos em lugares públicos e até 120 metros de altitude. Em um raio de cinco quilômetros do espaço de movimentação, não poderá haver aeroportos.