Com 104 transações, report aponta que o mercado de M&A em tecnologia está aquecido no Brasil

Terceira edição do M&A Deals Report, desenvolvido pela Questum, em parceria com o Sebrae Startups, analisa o cenário de transações de M&A e investimentos em startups no primeiro semestre de 2024
 

O primeiro semestre de 2024 foi positivo para os mercados de fusões e aquisições em startups de tecnologia, com 104 transações, número que representa 60% do total do ano anterior. É o que aponta a terceira edição do M&A Deals Report, desenvolvido pela Questum em parceria com o Sebrae Startups. Nesta edição, o estudo também analisou informações do Observatório Sebrae Startups, que mapeou mais de 12 mil empresas, para traçar o perfil das startups brasileiras.
 

De maneira geral, houve um crescimento constante no surgimento de novas startups ao longo dos últimos 7 anos, exceto em 2023, quando houve uma queda, seguida por uma recuperação em 2024. “Esses dados permitem maior visibilidade e compreensão do ecossistema de startups no Brasil. E a partir da análise aprofundada, como acontece neste estudo, podemos promover ações concretas para transformarmos os pequenos negócios em protagonistas da economia brasileira”, enfatiza Alexandre Souza, gerente de inovação do Sebrae/SC.
 

Os segmentos de destaque no primeiro semestre de 2024 incluem Tecnologia da Informação, Educação e Saúde. Muitas startups estão no estágio de crescimento, enfrentando desafios como equilibrar operações de vendas e tomar decisões sobre novos aportes, possíveis saídas (exits) e gestão financeira.
 

Rafael Assunção, founder e partner manager da Questum, destaca a análise sobre o Revenue per Employee (RPE) com base no estágio de maturidade das startups. “Na fase de ideação, o RPE é baixo devido ao baixo faturamento. Na fase de tração, o RPE tende a se equilibrar conforme a equipe cresce. E vale observar que o modelo de negócios B2B se destaca por maior faturamento por colaborador, evidenciando eficiência e escalabilidade”, destaca.

Cenário de M&A e investimentos

O cenário macroeconômico mundial, com juros altos e incertezas, faz com que investidores prefiram apostas de menor risco, reduzindo recursos para M&A em tecnologia. Assunção aponta que, no Brasil, o mercado ainda é tímido, mas mostra sinais de movimento, especialmente com empresas consolidadas adquirindo startups. No primeiro semestre de 2024, foram mapeados 104 deals, atingindo 61% do total de 2023. Os setores mais ativos são Fintechs, ERP/TI, Educação, Logística, Saúde e Seguros.
 

Pela série histórica dos últimos anos de M&A de startups, há uma concentração de transações realizadas nos valores entre R$ 20 e R$200 milhões. “Esse dado é essencial para fundadores que ainda estão definindo a estratégia de suas startups, pois as decisões tomadas nos primeiros investimentos são cruciais para o futuro da empresa”, explica Assunção.
 

Neste sentido, vale observar que, em termos de investimentos, o Brasil alcançou o 19º lugar no ranking de preferência por investimentos internacionais da consultoria Kearney. No primeiro semestre de 2024, o volume de investimentos em startups na América Latina foi de US$ 847 milhões, sendo 64% destinados ao Brasil (US$ 548 milhões). Houve 171 investimentos, com destaque para Fintechs, varejo, Healthtech e logística.
 

O cenário atual é de juros altos e menor apetite ao risco, resultando em rodadas de investimento mais conservadoras e aquisições estratégicas. Contudo, há sinais de recuperação, com maior maturidade nas decisões de investimentos e aquisições. “Percebemos consequências positivas do cenário macroeconômico, principalmente com uma maior maturidade nas decisões de investimentos e aquisições. De acordo com dados da SEBRAE Startups, há boas oportunidades no horizonte, especialmente para as empresas SaaS B2B, que possuem modelos escaláveis em diversos segmentos. Os números do primeiro semestre indicam uma leve retomada em comparação a 2023, embora ainda distante do crescimento desenfreado de rodadas sucessivas. Acreditamos que essa retomada continuará, com maior ênfase no quarto trimestre deste ano, preparando o terreno para um 2025 ainda mais promissor”, acrescenta Assunção.

Confira o estudo completo neste link.

Compartilhar