O mercado de Inteligência Artificial (IA) na América Latina está em plena expansão, com um crescimento robusto impulsionado por inovações disruptivas e avanços regulatórios. Para mapear este cenário, a Grão VC desenvolveu o relatório “The GenAI Impact in LATAM”, uma iniciativa que visa identificar o impacto da IA generativa nos diferentes setores da economia, destacando tendências que prometem transformar a dinâmica do mercado nos próximos anos.
Embora o Brasil e os países vizinhos estejam adotando a IA generativa com velocidade, o foco tem se concentrado em soluções operacionais limitadas, como chatbots de atendimento ao cliente, sem explorar plenamente o potencial dessa tecnologia. Grandes corporações estão, de fato, investindo na implementação de IA, mas o uso da tecnologia segue restrito a processos básicos, o que revela uma mentalidade conservadora e pouco inovadora. Em vez de liderar com projetos de impacto mais profundo – como melhorias na inteligência de mercado, personalização avançada de produtos ou análises preditivas sofisticadas – a América Latina ainda parece estar focada em atender ao “mínimo viável” quando se trata de IA.
Para Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp e especialista em Inteligência Artificial, o momento atual da IA é realmente transformador, mas é crucial entendermos onde concentrar nossos esforços estratégicos. “Não será viável competir diretamente com as grandes corporações globais no investimento necessário para o treinamento de modelos fundacionais. O desafio, então, é identificar as oportunidades de aplicação dessa tecnologia que nos ofereçam vantagens locais e inigualáveis.”
“Um simples chatbot de atendimento não representa um diferencial competitivo. Hoje, qualquer empresa pode montar um chatbot com soluções prontas no mercado. A questão é: como vamos além? Quais outras aplicações podemos imaginar, com características locais ou voltadas a problemas específicos, que sejam realmente indispensáveis e difíceis de replicar?” comenta.
Do ponto de vista regulatório, o estudo destaca os desafios que a região enfrenta para consolidar um ambiente seguro e propício ao avanço da IA. Embora alguns países já tenham iniciado discussões sobre legislações específicas, o relatório enfatiza que ainda há um longo caminho a percorrer. A criação de marcos regulatórios claros é essencial para garantir que o crescimento da IA seja acompanhado de uma governança robusta e transparente. No Brasil, os debates sobre uma Lei de IA têm avançado no Congresso, com propostas que buscam regulamentar a transparência e a responsabilidade no uso da tecnologia.
“A legislação brasileira, ainda em fase de aprimoramento, visa não só proteger os direitos dos usuários, mas também incentivar a inovação e assegurar que o país acompanhe as melhores práticas internacionais, equilibrando o desenvolvimento tecnológico com a segurança e a ética,” finaliza o especialista.
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