Para o CEO da Invest Tech, Felipe Zaghen, 2025 começa com um cenário promissor para o ecossistema de startups brasileiras
O ano que começa agora pode se rum os mais promissores para as startups brasileiras e para quem se dispuser a investir nelas. A previsão é de Felipe Zaghen, CEO da Invest Tech, gestora de investimentos focada em fundos de Venture Capital e Private Equity, para quem os desafios impostos por um ambiente macroeconômico com taxas de juros elevadas e investidores mais seletivos pode criar grandes oportunidades.
“O retorno dos investimentos em startups será essencial não apenas para fomentar a inovação, mas também para impulsionar a economia como um todo”, afirma, lembrando que as startups desempenham um papel crucial ao introduzir soluções disruptivas que aumentam a eficiência de diversos setores, geram novos empregos e promovem a competitividade do Brasil no cenário global. “Desde tecnologia e saúde até agronegócio e energia limpa, essas empresas emergentes têm a capacidade de transformar desafios em oportunidades, contribuindo para o avanço sustentável do País”, defende.
Zaghen acredita que o ano de 2025 será marcado por uma maior maturidade tanto dos empreendedores quanto dos investidores, o que deve resultar em alocações mais estratégicas e criteriosas. “As startups com modelos de negócios sólidos e alinhadas às demandas reais do mercado estarão em posição de destaque para atrair recursos e expandir suas operações”, diz. Ele lembra que, enquanto em 2023 e 2024 muitas startups seguraram novas captações, focando no breakeven de suas operações, em 2025 será necessário voltar a captar para crescer.
A tese é comprovada por uma pesquisa da Distrito que mostra que, somente no primeiro trimestre de 2023, os investimentos em startups brasileiras foram 86% menores do que no mesmo período de 2022. Outro estudo, este da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), em parceria com a TTR Data, mostra que de janeiro a setembro de 2023 os fundos de venture capital no Brasil alocaram R$ 5 bilhões, o que foi apenas um terço do valor alocado em 2022.
“O fato é que os anos de 2020 e 2021 foram o ápice do mercado de venture capital brasileiro, pelo excesso de capital disponível em função da taxa de juros muito baixa”, analisa. Neste cenário, mesmo sem experiência em investir em startups, muitos investidores se aventuraram nessa classe de ativos, puxando os preços para cima e gerando uma bolha que estourou no final de 2022 e se refletiu em 2023.
“Mas chegamos a 2024 e o que vimos foi um cenário completamente diferente, e muito mais realista”, afirma. A pesquisa Venture Pulse Q2 2024, realizada pela KPMG, mostrou que no segundo trimestre do ano passado o mercado global de venture capital atingiu o maior crescimento dos últimos cinco trimestres, com US$ 94,3 bilhões em investimentos, e que o Brasil foi o país de maior crescimento na América Latina, com os investimentos em venture capital chegando a US$ 816,8 milhões.
“Este novo cenário é estimulado, de um lado, pela necessidade de inovação do mercado e de outro, por uma demonstração, do lado das startups, de uma visão mais realista do mercado”, explica. Hoje, além das avaliações estarem sendo feitas hoje em bases e valores mais realistas, também as startups começam a surgir a partir de planos de negócio mais bem elaborados e consistentes. “São sinais do amadurecimento do mercado e que nos levam a apostar que a próxima safra de startups investidas no País deve trazer resultados muito melhores do que os registrados por seus antecessores durante a bolha, com foco especial em inteligência artificial”, prevê.
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