Em evento realizado hoje em São Paulo, a Intel e a IDC revelaram dados preliminares da pesquisa “Mobilidade Corporativa”, que revela tendências sobre a adoção de dispositivos móveis – tablet e smartphones – dentro das empresas. A pesquisa também levantou dados sobre a consumerização e a falta de gerenciamento de dispositivos pessoais usados pelos colaboradores que carregam dados das empresas. A pesquisa entrevistou 288 profissionais entre os meses de Agosto e Setembro de 2013, na sua maioria gerentes de TI, CIOs ou CTOs, em empresas com mais de dez funcionários. Foram consultadas empresas nas verticais de finanças, manufatura, setor público, comércio, saúde, educação e serviços.
Para a IDC, 90% do crescimento da TI entre 2013 e 2020 será relacionado à Terceira plataforma, que agrega computação em nuvem, dispositivos e aplicações móveis, tecnologias sociais e big data. “A terceira plataforma é formada por soluções, e não somente Hardware ou Software” explicou Bruno Freitas, analista de mercado da IDC Brasil. “As grandes oportunidades nesta plataforma estão na combinação de componentes de acordo com as necessidades do negócio. E a mobilidade passa a ser cada vez mais importante à medida que o foco dos profissionais passa a ser as atualizações em tempo real das informações relevantes para a tomada de decisão.”
Em 2013, os smartphones e tablets seguem um movimento de alta popularização, tanto no mercado consumidor quanto no corporativo e governo. A IDC estima que 14% do total da venda de tablets em 2013 irá para o segmento corporativo. Entretanto, por conta da consumerização, o número de dispositivos sendo usado para fins de trabalho será ainda maior. No Brasil, 30% das empresas permitem que os colaboradores acessem dados corporativos em seus smartphones, e 27% permitem o acesso em tablets. O Brasil está marginalmente atrás de outros países na América Latina, onde o acesso de dados corporativos em smartphones chega a 33%, e em tablets, 28%.
Outro estudo da IDC também indica que o uso de tablets caminha lado a lado com os PCs: 44% dos usuários de desktops e 33% dos usuários de notebooks passaram a usar menos os PCs após a adoção do tablet, mas não os substituíram – usuários de desktops diminuíram o uso do PC em 32%, e os de notebooks em 26%. “Esses dados vão ao encontro com a visão da Intel de que o tablet é um dispositivo adicional, e não um substituto, dos computadores”, comentou Rodrigo Tamellini, gerente de produtos para tablets e smartphones da Intel para a América Latina. “O tablet oferece muita versatilidade para o usuário, mas não consegue entregar toda a produtividade de um computador. Uma opção interessante para as empresas são os dispositivos 2 em 1, que funcionam como notebook e como tablet, entregando assim o melhor dos dois mundos para os profissionais.”
Softwares corporativos apresentam oportunidades
Apesar do crescente número de pessoas utilizando dispositivos móveis para funções de trabalho, as aplicações corporativas adaptadas para dispositivos móveis ainda não decolaram no país. Das empresas com mais de 250 funcionários, apenas 19% utilizam algum tipo de aplicação corporativa móvel, como CRM, ERP ou SFA. Nas empresas com menos de 250 funcionários, a número cai para 12%. Aqueles que usam aplicações corporativas, preferem fazê-lo nos tablets do que nos smartphones – estes são preferencialmente utilizados para acesso a email (72%) e Internet (63%).
“Tablets de uso corporativo devem aumentar sua penetração nas empresas de acordo com o avanço dos aplicativos de negócios”, disse Bruno Freitas. “Verificamos que há bastante interesse por parte das empresas em adotar este tipo de aplicação, o que abre enormes oportunidades para empresas de software.”
“O mercado de software brasileiro sempre foi bastante forte no segmento corporativo, e a Intel está ajudando estas empresas a realizarem o salto em direção à mobilidade”, disse Rodrigo Tamellini. “Estamos ajudando os desenvolvedores a extraírem todo o potencial dos processadores Intel para as aplicações móveis, e mantemos comunidades bastante ativas relacionadas à mobilidade, como as comunidades de Android e HTML5. Por meio de programas de apoio, a Intel tem entregado a seus parceiros benefícios diversos, entre eles recursos de marketing e vendas, acesso a papers e materiais técnicos e comunidades online”
Consumerização não é uma escolha para a TI
A consumerização e o BYOD (traga seu próprio dispositivo, na sigla em inglês) continuam a crescer dentro das empresas brasileiras: em 2013, 38% das empresas permitiam o acesso aos dados corporativos em smartphones pessoais, contra 30% em 2012. No caso dos tablets, a permissão para uso no ambiente corporativo cresceu de 27% em 2012 para 29%. “Em 2012-2013, as empresas pararam de permitir o uso de smartphones pessoais enquanto criavam una estratégia integral de mobilidade. Em 2013, com um cenário mais claro, a tendência voltou a crescer, disse Bruno Freitas.
Entretanto, o modelo continua trazendo dor de cabeça aos departamentos de TI, em especial com relação riscos de segurança e de privacidade. No Brasil, apenas 40% dos dispositivos pessoais são inclusos nas plataformas de MDM (gerenciamento de dispositivos móveis, na sigla em inglês). O Brasil se encontra atrás da média da América Latina (47%), e de países como Argentina (64%) e Chile (45%).
A Intel defendeu um novo modelo para as empresas, o CYOD (escolha seu próprio dispositivo, em inglês), ao invés do BYOD. No CYOD, a empresa seleciona um leque de dispositivos de consumo e dá ao colaborador a chance de escolher o que mais lhe agrada. “O CYOD é um caminho do meio, onde a TI adquire um excelente grau de controle sobre os dispositivos que acessam dados corporativos e ao mesmo tempo satisfazem as demandas dos usuários”, explicou Rodrigo Tamellini. “Ignorar o fenômeno da consumerização não é uma opção: as empresas precisam criar políticas claras para os usuários e assegurar o controle dos dados corporativos.”
Nem todos os tablets nascem iguais
A Intel salientou a importância de escolher o dispositivo certo para o uso corporativo. O uso indiscriminado de produtos orientados ao mercado de consumo pode causar perda de produtividade, riscos de segurança e problemas de compatibilidade com os sistemas da empresa.
Os tablets orientados ao uso corporativo são pensados desde o início como uma ferramenta de trabalho eficiente, e que se adequa ao ambiente de TI da empresa. Estes produtos normalmente oferecem opções de gerenciamento remoto e níveis de segurança mais elevados. Também suportam aplicativos de escritório e possuem portas para conexão com periféricos. Como produtividade é essencial, esses modelos contam com maior capacidade de processamento.
A empresa demonstrou diversos novos dispositivos móveis com processadores de alta velocidade e grande capacidade de bateria, preparados para atender as demandas do mercado corporativo. A Intel destacou os benefícios de dispositivos 2 em 1 como boas opções para as empresas, devido a sua capacidade de funcionar como uma estação de trabalho móvel que entrega a mesma performance de um notebook moderno, sem perder a mobilidade dos tablets.
“Para muitos gestores de TI, o 2 em 1 é a solução perfeita, pois reduz o custo total de propriedade, diminui o inventário de dispositivos e entrega uma experiência que é altamente satisfatória e produtiva para o usuário”, concluiu Tamellini.