Por Bruno Ribeiro, gerente de inovação na CertiSign
O grande volume de dados em circulação, a necessidade por resoluções rápidas e acessos em tempo real são apenas alguns pontos que estão impulsionando a identidade digital, incluindo biometrias, soluções de assinatura e plataformas de credenciais verificáveis. De acordo com um relatório publicado pela Liminal Strategy Partners, em 2022, o mercado de identidade digital deverá crescer de US$ 32,8 bilhões – registrados ano passado – para US$ 266,5 bilhões até 2027.
Diante disso e do surgimento de tecnologias cada vez mais avançadas e ferramentas inovadoras, como a inteligência artificial, é possível apontar algumas das principais tendências que vão impactar o segmento, acompanhando um perfil de empresas e cidadãos mais conectados e exigentes em relação a questões como segurança e praticidade. São elas:
- Identidade digital reutilizável e descentralizada
O modelo no qual as informações das pessoas são construídas por meio das chamadas credenciais verificáveis, emitidas por diferentes entes públicos e privados, é uma tendência. Em suma, os usuários guardam seus dados em carteiras digitais e, dessa forma, ficam com o controle total sobre para quem ou para o quê concedê-los, liberando acesso somente àquilo que é necessário em cada contexto.
Deste modo, todos os setores que oferecem serviços e produtos (seja no físico ou digital), podem se beneficiar. Um banco digital, por exemplo, pode definir quais são os documentos necessários para abrir uma conta. Dentro de sua carteira digital (aplicativo), o cliente registra as informações e compartilha – tudo já validado automaticamente pelos órgãos emissores, permitindo que a conta seja aberta rapidamente e com segurança.
Considerando esse exemplo e o mercado no geral, trata-se de uma evolução importante: de um lado, há os benefícios aos titulares com o controle de seus dados e comodidade de ter, em um único local, suas informações. Do outro, há as empresas que, em vez de terem que investir em infraestrutura física e lógica para colher, tratar e armazenar dados, podem se beneficiar somente acessando o que for necessário para aquela determinada ação, sem o ônus do armazenamento e responsabilidades em torno dessa questão.
2. Inteligência artificial e regulamentação
Permitindo uma grande capacidade de análise de dados, a IA surge no segmento como uma aliada no combate a fraudes e para a manutenção da segurança. Além disso, sendo uma ferramenta muito utilizada para personalização, no quesito identidade, ela pode auxiliar no monitoramento do comportamento do consumidor. Entretanto, questões como privacidade de dados e o próprio limite de uso precisam ser definidas.
3. Privacidade e controle das informações
O consumidor tem cada vez mais controle sobre suas informações pessoais. Exemplo disso é o open finance, que vem revolucionando o segmento financeiro e a independência do público atendido pelas instituições financeiras. Nesta modalidade, as pessoas escolhem, por exemplo, para quais plataformas migrar e onde iniciar ou finalizar determinado processo. Essa é uma movimentação que deve ser vista com maior frequência nos próximos anos. Em contrapartida, em relação à privacidade, as empresas deverão ser mais transparentes com o processo de identificação e autenticação, informando os clientes sobre cada etapa e utilização de dados – tendo em vista que todos estão mais conscientes sobre a importância e o valor dessas informações.