Pesquisador do Tecpar constata geração regular de energia solar em Curitiba ao longo do ano

Apesar de ser uma cidade fria e com pouca incidência de sol, Curitiba apresenta condições que permitem a produção regular de energia elétrica ao longo do ano a partir da energia solar, por processo fotovoltaico. A energia produzida poderia, por exemplo, abastecer a casa de uma família de quatro pessoas com consumo mensal de 250 kWh. Essa é uma das conclusões da dissertação de mestrado do pesquisador do Centro de Energias do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que utilizou a plataforma de energias da instituição para analisar a geração fotovoltaica da capital paranaense.

Essa geração de energia foi constatada na pesquisa de André Gomes após a coleta de dados e simulações computacionais para correlacionar a análise climática da cidade com as expectativas de energia injetada no sistema elétrico do Tecpar. De acordo com o estudo “Instalação e integração de sistemas de microgeração com fontes renováveis para redes elétricas inteligentes”, painéis fotovoltaicos em Curitiba têm capacidade para gerar, em média, 3 mil kW/h ao ano e, mesmo no inverno, as baixas temperaturas ampliam a potência dos módulos fotovoltaicos, de forma a compensar a menor incidência de radiação solar.

A pesquisa considerou três tipos de painéis disponíveis no mercado: módulos monocristalinos, módulos policristalinos e módulos de filme fino (Si-a). A análise constatou que a energia gerada em alguns meses de inverno é similar à produzida nos meses de verão, pois apesar da menor incidência solar nos meses de junho, julho e agosto, o frio mais rigoroso do período aumenta a potência de geração do painel fotovoltaico, o que acaba compensando a baixa incidência solar da estação.

“Isso mostra que Curitiba tem potencial de energia solar ao longo do ano. A informação extraída da dissertação fomenta a microgeração na cidade, que vai ao encontro das políticas públicas na área de energia no Paraná. Ao elaborar e executar um projeto deste porte, a pesquisa mostra que o Tecpar reúne o know-how de plataformas de energias renováveis para essa geração”, explica Gomes.

Redes inteligentes

Outra conclusão do estudo diz respeito à preparação das Redes Elétricas Inteligentes. Ao longo da pesquisa, Gomes elaborou e executou um projeto de integração das geradoras à rede elétrica da plataforma de energias do Tecpar com gerenciamento energético, possibilitando a integração da microgeração às redes inteligentes. O pesquisador constatou que além de produzir energia, o modelo implantado permite a compensação em até 36 meses da energia produzida e não utilizada na própria unidade consumidora, segundo a legislação brasileira atual. Este modelo estabelece a geração distribuída e o gerenciamento das informações energéticas produzidas.

O resultado da pesquisa atende aos objetivos contidos no Decreto Estadual 8.842/2013, que cria o Projeto Smart Energy Paraná, vinculado ao o Programa Paraná Inovador, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O programa consolidará a competência do Paraná em geração distribuída por fontes de energias renováveis conectadas a redes inteligentes. Um dos objetivos do programa, atendido pela pesquisa, é implementar a plataforma de certificação e exposição de tecnologias no Tecpar, que é o executor do programa.

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