As empresas de Tecnologia da Informação (TI) do Paraná devem apostar, nos próximos anos, em soluções de varejo, educação, saúde, agronegócio e gestão remota, incluindo logística, gestão de frota e rastreabilidade. A orientação faz parte de um planejamento estratégico para a consolidação do setor, uma iniciativa do Sebrae/PR, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Assespro-Paraná), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
O Plano Estratégico Estadual para o Setor de TI foi divulgado durante um encontro no Sebrae/PR, em Curitiba, que reuniu empresários e lideranças do setor. O estudo, indicando os novos nichos de mercado a serem explorados pelas empresas de TI, foi realizado pela Competitiviness, empresa internacional especializada em levantamentos e análises de tendências sobre o setor de TI. O estudo, que levou seis meses para ser concluído, envolveu lideranças dos seis Arranjos Produtivos Locais (APL) – Maringá, Londrina, Curitiba e Região Metropolitana, Campos Gerais, Oeste e Sudoeste – e incluiu entrevistas com 70 empresários de TI, além da análise de perfil de mais de 400 empresas paranaenses.
Para o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, os empresários paranaenses devem investir energia nesses nichos, para garantir a sustentabilidade de seus negócios. “A iniciativa de realizar o estudo surgiu da necessidade de garantirmos a sustentabilidade das empresas que atuam com TI. Ficamos bastante satisfeitos com o interesse demonstrado pelos empresários na apresentação do Plano Estratégico Estadual, pois é um caminho que aponta os novos rumos do setor e a sobrevivência de seus negócios”, afirma.
O Plano Estratégico Estadual inclui ainda um ‘mapa’ das empresas paranaenses, responsáveis pela geração de 16 mil empregos, e das instituições que trabalham no apoio ao setor de TI no Estado, como incubadoras e universidades, conforme explica o presidente da Assespro-Paraná, Sandro Molés. “Os indicadores científicos, obtidos com esse estudo, mostram áreas saturadas e novas oportunidades para o mercado de TI no Paraná e apontam as características de cada localidade por meio de um mapeamento regionalizado”, explica Molés.
A ideia de construir um planejamento estratégico para o setor de TI, fruto da mobilização dos próprios empresários e das entidades e instituições de apoio, surgiu há aproximadamente dois anos, durante o Paraná TIC, considerado o maior evento do setor no Estado. O presidente do Tecpar, Julio Félix, destaca que o Paraná é o primeiro estado brasileiro a fazer um plano estratégico desta envergadura. “Não existe capacidade de competir sem planejar. Esperamos que a iniciativa traga resultados e que sirva de exemplo para o País.”
Governança
A criação de uma governança, composta por lideranças do setor, é outra orientação que consta no Plano Estratégico Estadual, divulgado pelo Sebrae/PR, Assespro-Paraná, Seti e Tecpar. O tema foi discutido pelos empresários e lideranças, durante o encontro em Curitiba. A expectativa é que o grupo gestor seja formado ainda neste ano. “Com uma governança representativa e participativa, será possível formular e garantir ações em benefício do setor”, observa o coordenador estadual do Setor de TI do Sebrae/PR, Emerson Cechin.
“Existem muitas oportunidades para o desenvolvimento de novas tecnologias no Paraná, as quais constam no estudo, principalmente através da inter-relação dos setores e investimento no potencial do Estado. É preciso incentivar a integração dos arranjos produtivos locais existentes com as empresas e universidades, para que seja realizada uma construção coletiva. É nesse sentido que o grupo irá agir, para articular medidas que melhorem o ambiente de atuação das organizações de TI no Paraná”, reforça Emerson Cechin.
O coordenador estadual do Sebrae/PR defende investimentos no setor de TI. No seu entendimento, não são apenas as empresas do setor as beneficiadas. “As soluções desenvolvidas pelas empresas de TI são pensadas para facilitar a vida das pessoas e, invariavelmente, causam impactos positivos em toda a cadeia produtiva na qual estão inseridas, o que beneficia a economia do Estado, como um todo, e os serviços oferecidos para a sociedade”, complementa Emerson Cechin.