A edição deste ano da pesquisa “Agenda”, realizada pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, apresenta a perspectiva de 663 empresas que, juntas, faturam R﹩ 1,2 trilhão, para 2021, quanto à recuperação e à sustentação de seus negócios no contexto pós-crise da Covid-19. A pesquisa retrata que segundo as empresas participantes da região Sul os aumentos de investimentos refletem um otimismo para expansão dos negócios em 2021. Quase a metade entende que a economia, mesmo que de forma mais lenta, voltará a crescer em 2021 e ficará igual ao nível pré-crise da Covid-19. Nesse mesmo ponto, 21% acreditam que será superior ao nível de antes da pandemia, enquanto 28% assinalaram que a economia deve ficar um pouco abaixo desse patamar. Para 2%, haverá queda em relação ao fechamento de 2020.
Dentre os investimentos para esse novo ambiente favorável, o que se destacou é que as empresas da Região Sul, participantes da pesquisa, pretendem aumentar o quadro de funcionários em 57% no próximo ano. Esse é um reflexo da curva de recuperação, o que indica que haverá uma recomposição de parte dos postos de trabalho perdidos no ápice da crise. Entre os entrevistados, 16% dizem que vão manter o quadro atual de funcionários sem substituições; já 20% pretendem manter o quadro de funcionários com substituições, mas destas, quase metade apontam que o motivo é a robotização ou automatização dos processos. Além disso, seguem com foco em tecnologias digitais e infraestrutura, sobretudo para gestão de dados.
“A pesquisa deixa claro que, apesar da crise, a região Sul está de certa forma otimista para o próximo ano, mas com a racionalidade e a cautela que o momento requer. Em 2020, as empresas da região não deixaram de investir em melhorias. Entretanto, um aumento no volume de vendas, na digitalização e no incremento do quadro de funcionários é esperado para 2021, mostrando que a crise vai deixar um legado importante para quem estiver preparado”, destaca Antonio Morais, líder de mercado para a região Sul da Deloitte Brasil
Transformação é evolução
Devido ao isolamento imposto pela pandemia, surgiram novas necessidades para as empresas, onde o digital se tornou o ponto principal para elas. Entretanto, de acordo com a pesquisa, a Região Sul foi a que menos liberou seus profissionais para o trabalho remoto e que demostra o maior interesse em continuar com trabalho presencial em 2021. Isso pode ser devido ao tipo de negócio das empresas da região.
Mais da metade das empresas aumentaram os investimentos em tecnologia durante o ano de 2020, principalmente em infraestrutura. Essa é uma tendência que continuará crescendo na região em 2021 – mais de 60% delas pretendem avançar nos investimentos em soluções digitais, gestão de dados e infraestrutura. 52% dos empresários mostram uma necessidade em ampliar área de customer marketing e 56% dizem que irão investir em segurança digital.
Investir e expandir
A Agenda 2021 mostrou as empresas do Sul são as com maior apetite em investimentos com foco em crescimento da produção para o próximo ano. 91% dos respondentes disseram que pretendem lançar produtos e/ou serviços, enquanto 54% estão planejando abrir ou ampliar o número de pontos de vendas. Os dados mostram que será um momento de expansão: 38% pretendem aumentar os parques de produção e outros 30% pretendem adquirir outras empresas.
Negócios responsáveis: ESG precisa avançar
A governança ambiental, social e corporativa (ESG) ganhará um espaço maior em 2021, e a pesquisa indica que as empresas da região Sul têm um bom espaço para avanço na adoção dessas práticas. 21% pretendem adotar a implementação de relatórios de sustentabilidade (48% não fazem atualmente) e 20% querem utilizar indicadores de gerenciamento de impacto ambiental (51% ainda não têm).
Prioridade na governança dos dados
A LGPD ainda é um grande desafio para a maioria das empresas. Por mais que o tema tenha ganhado força no último ano, em sua fase de entendimento e adequação. Na região Sul, 36% das empresas se consideram preparadas para atender a todos os requisitos da lei – 43% estão parcialmente preparadas e apenas 22% ainda não se consideram preparadas.
Prioridades para os negócios em 2021
Diante do que foi vivenciado em 2020, as prioridades para os negócios se recuperarem no próximo ano será, para a maioria do empresariado do Sul entrevistado, ampliar a oferta de créditos às empresas (70%), investimentos em ciência e tecnologia (44%) e a revisão e ampliação das (31%).
Metodologia e amostra
A edição de 2021 da pesquisa “Agenda” contou com a participação de 663 empresas, cujas receitas líquidas totalizaram R﹩ 1,2 trilhão em 2020 – o que equivale a 15% do PIB brasileiro. A distribuição geográfica da amostra dividiu-se da seguinte forma (considerando a sede das empresas): 58% em São Paulo, 17% nos demais Estados da Região Sudeste, 15% na Região Sul, 7% no Nordeste, 3% no Centro-Oeste e no Norte do País. Do total dos respondentes, 65% estão em cargos de liderança C-Level. Adicionalmente, 32% das empresas participantes são de prestação de serviços, 16% de bens de consumo, 15% de TI e Telecomunicações, 12% de Infraestrutura, 8% de Agro, Alimentos e Bebidas, 8% de serviços financeiros, 6% de comércio e 3% de veículos e autopeças.
