Barômetros Econômicos Globais sustentam recuperação

Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia sinalizam continuidade da tendência de retomada da atividade econômica mundial em novembro, após apresentarem resultados dúbios no mês anterior. A evolução favorável foi bastante influenciada pelos barômetros da região da Ásia, Pacífico & África.

O Barômetro Global Coincidente sobe 8,4 pontos em novembro, ao passar de 86,2 pontos para 94,6 pontos. O Barômetro Global Antecedente aumenta 5,7 pontos no mês, alcançando 114,0 pontos, maior nível desde junho de 2010. Todas as regiões contribuem de forma positiva para o resultado do Barômetro Coincidente, com a região da Ásia, Pacífico & África, contribuindo com 90% para o resultado agregado. O Barômetro Antecedente sobe nas regiões da Ásia, Pacífico & África e Hemisfério Ocidental, enquanto a Europa contribui de forma negativa para o indicador agregado. Com a perspectiva de segunda onda na Europa, medidas de proteção foram reforçadas durante o mês de outubro. É provável que esse desenvolvimento não tenha sido inteiramente captado nesta edição dos Barômetros Globais.

“O Barômetro Global Coincidente em novembro voltou a apresentar variação positiva ao longo das regiões, porém ainda com dispersão significativa no que diz respeito ao desempenho dos setores. Em particular, a concretização dos temores em relação à retomada de restrições de atividades do setor de serviços em função de novas ondas da pandemia teve impacto negativo sobre o barômetro antecedente na Europa. Esse resultado, juntamente com as incertezas sobre a continuidade de programas de incentivos a partir do final desse ano, coloca em questão a possibilidade de aceleração do ritmo de retomada dos Barômetros Globais”, avalia Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE.

Barômetro Coincidente – regiões e setores
O Barômetro Coincidente da região da Ásia, Pacífico & África sobe em novembro, contribuindo positivamente com 7,6 pontos, ou 90%, para o resultado do indicador geral. As regiões da Europa e do Hemisfério Ocidental (América do Norte, América Latina e Caribe) também avançam, mas contribuem de forma mais moderada com 0,5 e 0,4 ponto, respectivamente. A Europa alcançou em novembro o mesmo nível do período pré-pandemia, o que já havia sido alcançado pelo Hemisfério Ocidental no mês passado. A região da Ásia; Pacífico & África está 0,9 ponto abaixo desta referência. O gráfico abaixo ilustra a contribuição de cada região para a distância do Barômetro Coincidente em relação ao nível médio histórico de 100 pontos.

A maior contribuição setorial para a alta do Barômetro Coincidente Global em novembro foi dada pela Indústria, seguida pelo conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral). As variáveis do Comércio e de Serviços contribuem modestamente e a Construção contribui de forma ligeiramente negativa para o resultado.

Barômetro Antecedente – regiões e setores
O Barômetro Antecedente Global antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três a seis meses. Em novembro, a região da Ásia, Pacífico & África e do Hemisfério Ocidental contribuem positivamente para o resultado agregado, com 7,3 e 1,6 pontos, respectivamente. Na Europa houve queda do Barômetro, que contribui negativamente com 3,2 pontos para o indicador global, possivelmente sob influência da ameaça de uma segunda onda de Covid-19 na região. Apesar do recuo, essa região ainda apresenta o maior nível em comparação com as demais.

Em novembro, apenas a Indústria contribui para a alta do Indicador agregado, com 6,5 pontos, uma participação de 115% no resultado do Barômetro Global Antecedente. Comércio e Construção contribuíram de forma positiva, porém pouco expressiva, enquanto Serviços e o conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) contribuíram de forma negativa para o indicador final.

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