O compartilhamento de objetos, de carros e até de casas – também conhecido como consumo colaborativo – já é uma realidade bastante presente no Brasil. Depois de mais de um ano de estudos relacionados ao car sharing, (em português, compartilhamento de carros) os sócios André Marim, Israel Lot e Clayton Guimarães, colocaram o serviço em operação em Curitiba.
Em apenas quatro meses de funcionamento, o Fleety já tem cerca de 1.700 usuários e aproximadamente 140 carros cadastrados. Os próximos passos dos jovens empreendedores serão colocar o serviço em operação em São Paulo até março, em todo o Brasil até dezembro de 2015, nos Estados Unidos a partir de julho e, finalmente, chegar a outras capitais da América Latina até o ano que vem.
A concepção, bem como o desenvolvimento do negócio, ocorreu em Curitiba, com o apoio do Senai. Para André Marim, diretor do Fleety, ter a orientação de uma organização como essa dá credibilidade e abre muitas portas. Além de vencer o Desafio Senai de Startups, em novembro do ano passado, o projeto também ganhou o Desafio Brasil e foi aprovado na Abril Plug and Play. O prêmio será a oportunidade de desenvolver o Fleety na Califórnia (EUA), já que os vencedores participarão de uma aceleração no Vale do Silício, por até três meses.
Filipe Cassapo, gerente do Senai- Centro Internacional de Inovação, acredita que “o desafio central da nossa indústria e da prestação de serviços, em um mundo globalizado, veloz, e sempre mais conectado, é buscar maior competitividade e diferenciação por meio da inovação. Inovar, por sua vez, consiste em ser capaz de observar e compreender necessidades ainda não atendidas da sociedade, para então converter ideias novas, conhecimentos novos, em negócios lucrativos e sustentáveis”.
Ainda de acordo com ele, é prioridade para o Senai no Paraná apoiar os empreendedores inovadores, para que possam tirar suas ideias do papel, e convertê-las em novos negócios, fortalecendo desta forma o tecido industrial do estado e do país. “Para buscar ao mesmo tempo resultados competitivos, com produtividade e sustentabilidade, a inovação é a resposta”, conclui.
Como funciona
Os interessados em participar do Fleety, podem se cadastrar no www.fleety.com.br. Todos os cadastros são vinculados ao Facebook, para que os perfis de usuário e locatário sejam conhecidos e, com isso, propiciem maior segurança a ambas as partes.
O advogado Filipe Küster , de 27 anos, usa o serviço com frequência. Apesar de ter seu próprio carro, acredita na lógica da redistribuição. “Esse é um serviço muito simples, útil e inteligente. Além de usar um carro que estaria parado, há um carro a menos circulando nas ruas e melhorando o trânsito”.
Ana Münzner, de 35 anos, morou na Alemanha, onde o compartilhamento de veículos é usado há muitos anos. “As mudanças não vêm do governo, nem das indústrias automobilísticas. Vêm das pessoas que criam soluções. E essas pessoas podem mudar o mundo”, defende.
Ana mora no Centro de Curitiba e, por usar pouquíssimo seu carro, chegou a pensar em vendê-lo. Até que descobriu o Fleety. Atualmente, recebe por semana três ou quatro pedidos de usuários para alugar seu carro. “Só vale a pena manter o carro se puder compartilhá-lo”, diz ela, acrescentando que além destas serem soluções mais humanas, também têm boa motivação financeira.