A geração de riqueza e bem-estar social exige parcerias entre universidades e empresas

Por Filipe Cassapo

Para definitivamente mudarmos de rumo em direção a uma sociedade mais justa, e rica em oportunidades para todos, não podemos mais perder tempo na busca constante de novas razões para frear as parcerias entre universidades e empresas
Nos últimos 10 anos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil não tem conseguido sair da casa dos 0,7 pontos, com crescimento relativo de apenas 5% em uma década. Multiplicam-se os debates sobre a necessidade de aumentarmos a geração de riqueza, por meio da descomoditização da nossa pauta de exportação, mas nenhuma politica, nenhuma iniciativa focada e contínua, tem sido de fato implementada para transformar o discurso em prática. Ao contrário, parecemos estar constantemente à busca de qualquer exemplo contraprodutivo, para justificar a criação de novas regras que engessarão e frearão mais ainda a relação entre a Academia e o Setor Produtivo, reduzindo desta forma a nossa capacidade de transformar conhecimento em produtos, processos e serviços que, por sua vez, gerarão riqueza, renda e bem-estar, na medida da sua absorção pela sociedade.
Todos sabem que, para gerar riqueza e crescimento social, não basta o Brasil representar 2,7% da produção científica mundial, não é suficiente gerar cerca de 53 mil artigos acadêmicos de alto impacto por ano. Essa capacidade de produção científica, não tão distante dos 64 mil artigos produzidos pela Coreia do Sul, não prescinde da necessidade definitiva de consolidar um diálogo produtivo, ético e de ganhos mútuos, entre as universidades e as empresas. A relação entre a Academia e o Setor Privado deve ser pautada pela Inovação, ou seja, pela transformação dos avanços científicos em ganhos econômicos, que necessariamente ocorrem na medida do crescimento competitivo do Setor Produtivo.
Comprometer apenas 1,24% do Produto Interno Bruto Nacional em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), obviamente, não é suficiente para um país como o Brasil, ainda mais se relembramos que a fatia do protagonismo privado está em declínio nos últimos 10 anos, sendo atualmente de 43% do total investido. Nenhum país desenvolvido no mundo encontra-se em uma situação em que investimentos públicos em P&D, que são obviamente voltados à pesquisa universitária, superam investimentos privados, transformando tal pesquisa básica em aplicações voltadas à geração de negócios. Em nenhum país desenvolvido a proporção de pesquisadores inseridos em atividades empresariais é menor de que 50%, mas no Brasil, tal fatia tem regredido de 40,6% em 2000, para o índice muito preocupante de 25,9% em 2010.
O que mais precisamos esperar para reagir com coragem e determinação? Que a nossa balança comercial seja tão deficitária, em função da importação de produtos de alta tecnologia, que não exista então mais nenhuma possibilidade de gerar e distribuir riqueza para todos, entrando em uma crise econômica e social que não possa ser revertida por muitos anos? Não existe mais tempo a perder, com novas razões de distanciar a Academia do Setor Produtivo. Necessitamos nutrir a cultura da parceria entre universidades e empresas, além de, juntos, acelerarmos e desburocratizarmos os instrumentos que permitam o desenvolvimento de projetos concretos entre o pesquisador e o empresário, para o benefício mútuo destas atividades humanas absolutamente necessárias e complementares, e para o benefício definitivo da sociedade paranaense e brasileira.

Por Filipe Cassapo, gerente do Senai Centro Internacional de Inovação

Fonte: Agência Fiep

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Pesquisa mostra cenário da inovação no PR

O Sistema Fiep acredita que a inovação é fundamental para as indústrias na busca por produtividade, ampliação do mercado e melhores resultados. Por isso, através do Senai Centro Internacional de Inovação e dos Observatórios Sesi/Senai/IEL, foi produzida a pesquisa “Bússola de Inovação”, da qual participaram 1.240 empresas, representantes de 27 setores industriais. Por meio do projeto, considerado pioneiro no Brasil, pelo detalhamento e abrangência, foi possível conhecer como está a inovação em todo o Estado.

Realizada em cooperação com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a pesquisa que conta com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) mapeou indústrias em aproximadamente 46% dos municípios paranaenses. Como resultado da primeira etapa, foram gerados 22 relatórios técnicos setoriais – como Vestuário e Acessórios, Construção Civil, Metalurgia e Alimentos. A pesquisa completa é um retrato regional da inovação no Paraná e fornece informações para novos estudos sobre o tema, além de dados para a oferta de produtos e serviços alinhados às necessidades de cada setor da indústria paranaense, e subsídios para a elaboração de políticas públicas.

Ao todo, foram três anos para chegar às 22 publicações, que foram entregues aos sindicatos de cada setor durante as comemorações da Semana da Indústria de 2013. Já a segunda etapa da pesquisa contemplará a análise dos dados levantados e uma avaliação do caráter inovador das indústrias do Estado. Segundo a gerente dos Observatórios, Marília de Souza, a principal contribuição das publicações é criar um referencial para que cada setor industrial situe-se em relação ao processo de inovação. “A Bússola permite vislumbrar a inovação sob a ótica setorial, permitindo que as empresas identifiquem seus pontos fortes e, principalmente, aqueles que precisam de melhorias, através de orientação e sensibilização sobre ferramentas e práticas de gestão que permitem o incremento da competitividade”, explica.

Além de ter acesso aos resultados descritivos de cada setor, os participantes da pesquisa receberam um diagnóstico personalizado sobre como está o processo de inovação da empresa, gerado com base nas respostas. Assim, segundo a gerente, cada empresa e setor podem apropriar-se de sua respectiva publicação para nortear suas ações em inovação. “Ao observar a situação atual de suas indústrias e de seus setores industriais, em relação às diferentes variáveis da inovação, os empresários poderão mais facilmente identificar oportunidades de negócios”, finaliza Marília.

Coleta-Aprendizagem

A coleta de dados para a Bússola da Inovação foi feita através de um processo de “coleta-aprendizagem”, que aliou pesquisa a uma proposta de sensibilização dos respondentes sobre inovação. Assim, durante o preenchimento do questionário, o respondente também pôde ampliar e atualizar seus conhecimentos sobre o tema de maneira didática.

Os relatórios setoriais estão disponíveis no site http://www.bussoladainovacao.org.br

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Paraná vai ter primeiro Instituto Senai de Inovação do Brasil

O Paraná será o primeiro estado brasileiro a inaugurar um Instituto Senai de Inovação (ISI). O foco do Instituto no Paraná será em Eletroquímica e deverá atender a uma demanda do setor industrial, por soluções que fortaleçam a competitividade e a produtividade, sobretudo para os segmentos petroquímico, mineral, metalmecânico, de energia e da construção civil. Até 2015, serão inaugurados 23 ISIs em todo o Brasil, divididos em oito temas ligados à indústria, como produção, materiais e componentes, engenharia de superfícies e fotônica, microeletrônica, tecnologias de informação e comunicação, tecnologias construtivas, energia e defesa. Os ISIs estão sendo estruturados a partir de parcerias estratégicas com o Massachusetts Institute Technology (MIT) e Instituto Fraunhofer, da Alemanha.

O Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica começa a funcionar oficialmente em Curitiba no dia 16 de setembro de 2013, durante a realização do 1º Seminário Internacional de Inovação Industrial em Eletroquímica – S3IE . O Instituto terá 300 metros quadrados de laboratórios, com infraestrutura e equipamentos equivalentes aos Centros de P&D mais avançados internacionalmente. As primeiras instalações situadas na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) do Jardim Botânico, em Curitiba, somam investimentos de R$ 8 milhões – incluindo nesta soma a contratação e capacitação de equipe especializada, além de aquisição de equipamentos. A unidade paranaense do ISI vai desenvolver linhas de trabalho nas áreas de criação de sensores, baterias, nanotecnologia, revestimentos e novos materiais para melhores performance e resistência à corrosão de equipamentos e superfícies.

Até 2015, a infraestrutura do ISI no Paraná deverá ser ampliada, com um novo edifício de 10 mil metros quadrados, também na sede da Fiep, orçado em mais de R$ 50 milhões. Com as duas sedes, o ISI terá 2 mil metros quadrados de laboratórios para atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I) e 7,5 mil metros quadrados para a gestão da inovação e à incubação e aceleração de novos empreendimentos inovadores industriais.

Para o gerente executivo do Senai Centro Internacional de Inovação, Filipe Cassapo, responsável pela implementação desta iniciativa no Paraná, as indústrias brasileiras poderão estabelecer uma relação inédita de parceria com o Instituto de Inovação em Eletroquímica, que deverá fortalecer a competitividade e a produtividade de todo o setor nacional, por meio de atividades de pesquisa aplicada e inovação. “A inauguração do ISI será um divisor de águas, porque terá papel decisivo na pesquisa aplicada à prática, transferindo conhecimento, tecnologia e infraestrutura de ponta para o ambiente industrial, visando gerar produtividade, competitividade, lucratividade e sustentabilidade”, avalia Cassapo.

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Empresa incubada no Senai-PR vence prêmio nacional de empreendedorismo

O Já Entendi, startup de inteligência educacional, foi um dos 10 projetos vencedores da edição 2013 do Desafio Tecnologias que Transformam, promovido pela Fundação Telefônica Vivo. A empresa, que faz parte da Incubadora do Senai em Curitiba, recebeu como prêmio uma verba-semente de R$ 10 mil. O resultado do desafio, que visou buscar ideias empreendedoras que utilizem tecnologia para gerar impacto social, foi divulgado na última quinta-feira (20). Ao todo, o DesafioFT, como ficou conhecido, teve mais de 200 ideias inscritas durante sua fase inicial e 30 finalistas.

A Já Entendi comercializa uma metodologia de aceleração de aprendizado através de diversas plataformas, como vídeo-aulas, jogos educacionais, aplicativos para tablets e smartphones. Pretende alcançar alunos de todos os estados brasileiros transformando a aprendizagem e usando a inovação metodológica a favor desse processo. Sua proposta é vender interesse pelos estudos – e não uma metodologia de ensino. Além do DesafioFT, a Já Entendi também foi uma das vencedoras do Prêmio Estadão PME, também divulgado no dia 20, e da 3ª Edição do Desafio Senai de Empreendimentos Inovadores, de 2012.

Atualmente, está na incubadora do Senai, na categoria residente, localizada no Sistema Federação das Indústrias do Paraná – Sistema FIEP, em Curitiba. A Incubadora é uma iniciativa no Senai Centro Internacional de Inovação que promove o empreendedorismo em startups e spin offs que possuem um negócio com perspectiva de mercado e crescimento em escala.

Para a empreendedora Gladys Mariotto, o suporte fornecido pelo Senai Centro Internacional de Inovação é fundamental. “O Senai nos dá todo o apoio. Nos ajuda a sanar dúvidas que temos em relação ao mundo empresarial, como investimentos e problemas de gestão, entre outros. Sempre posso contar com a orientação deles”, disse Gladys. “Como empreendedora, é essencial poder contar com esse apoio. É como se a Incubadora do Senai fosse minha sócia, pois eles têm interesse no desenvolvimento e crescimento da empresa”, finaliza.

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Inscrições abertas para o Desafio Senai de Inovação

O Senai Centro Internacional de Inovação, do Sistema Federação das Indústrias do Paraná, está com inscrições abertas para a 4ª Edição do Desafio Senai de Empreendimentos Inovadores, um concurso de planos de negócios que reconhece ideias inovadoras e incentiva a cultura do empreendedorismo. As inscrições podem ser feitas até 14 de julho, pelo site www.senaipr.org.br/desafio.

O Desafio é uma oportunidade para pessoas que possuem uma ideia inovadora e querem a chance de torná-la realidade. Podem participar todas as pessoas que tenham uma ideia de negócio inovadora. As edições anteriores contaram com a participação de mais de 800 projetos, que receberam consultoria de gestores de fundos de investimentos e empresários de sucesso.

Este ano, a primeira etapa do Desafio Senai irá capacitar 300 empreendedores, por meio do programa Bota Pra Fazer, do Instituto Endeavor, uma plataforma educacional com cursos de empreendedorismo e criação de novos negócios. Para a segunda fase, serão selecionados os 20 melhores projetos de negócios inscritos, sendo 10 na categoria “alunos do Sesi/Senai” e 10 na categoria “participantes em geral”.

Já na terceira etapa do Desafio, os 20 finalistas serão avaliados por uma banca formada por investidores, empresários e executivos de sucesso, que escolherá os seis melhores projetos, sendo três do Senai e três da comunidade em geral. Esses seis empreendedores terão a oportunidade de se apresentar para investidores e poderão, assim, receber investimentos, de acordo com o interesse de cada investidor.

A previsão é de que esses recursos cheguem ao valor de R$ 500 mil, no geral. A etapa final do concurso será realizada no dia 28 de outubro, em Curitiba. Além do investimento, os seis melhores planos de negócios terão o direito de participar do Desafio Brasil, a etapa nacional do Desafio Senai, que acontece em São Paulo, na primeira quinzena de novembro.

O Desafio Senai de Empreendimentos Inovadores é promovido pela Incubadora Senai/PR, do Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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