Fiep: Campagnolo considera queda no PIB catastrófica e cobra responsabilidade da classe política

O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, classificou como catastrófica a queda no desempenho econômico brasileiro registrada em 2015 e cobrou responsabilidade da classe política para reversão do quadro recessivo do país. Nesta quinta-feira (3), o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, medida de todas as riquezas produzidas no país, teve retração de 3,8% no ano passado, em relação a 2014, totalizando R$ 5,9 trilhões. Foi a pior queda em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1996.

“O resultado é catastrófico para o Brasil e vai deteriorar ainda mais nosso cenário econômico. Com as dificuldades para se retomar a confiança do setor produtivo e dos investidores, a tendência é que questões como a do desemprego fiquem ainda piores”, afirmou Campagnolo. Ele demonstrou especial preocupação com o desempenho da indústria em 2015. Segundo o IBGE, o setor teve retração de 6,2% em relação a 2014.

Para o presidente do Sistema Fiep, a classe política deve ser responsabilizada pela crise econômica atravessada pelo país, refletida no resultado do PIB de 2015. “Há uma passividade e um adormecimento de toda a classe política, desde a presidência da República, passando pelo Congresso Nacional e chegando até os Estados. Parece que hoje ninguém está preocupado com o que estamos presenciando em nossa economia. Não vemos partidos políticos, tanto da base do governo quanto da oposição, apontando soluções para que essa recessão possa ser revertida em curto, médio ou longo prazo”, declarou.

Campagnolo disse considerar também que o esforço para retomada da confiança na economia brasileira passa pelo equilíbrio das contas públicas, o que deve envolver todos os poderes. “Com a queda na atividade econômica e, consequentemente, na arrecadação pública, é necessário que Executivo, Legislativo e Judiciário ajustem suas despesas à realidade atual do país”, afirmou.

O presidente do Sistema Fiep considera essencial também uma maior participação da sociedade nas discussões sobre os rumos do Brasil. “É urgente que entidades da sociedade civil e todas as pessoas de bem realizem um esforço para que as medidas para superação desta crise sejam efetivamente adotadas. Sem a participação de pessoas que entendam realmente o que é a economia de um país, dificilmente encontraremos saídas”, concluiu.

Compartilhar

PIB do Paraná cresce 0,8%. No Brasil expansão foi de 0,1%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná expandiu-se 0,8% em 2014 em relação ao ano anterior, conforme estimativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), divulgada nesta sexta-feira (27). No Brasil a expansão foi de 0,1%, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O desempenho do Paraná evidencia a reprodução, no Estado, da crise vivida pelo País”, afirma o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Ipardes. “Percebe-se que, depois de três anos ininterruptos de crescimento considerável, a matriz produtiva paranaense vem acusando evidentes sinais de contágio da regressão das atividades produtivas, em âmbito nacional, especialmente a industrial”, diz Castro.

Dentre os fatores que contribuíram para a deterioração do ambiente nacional, destacam-se as ingerências internas, representadas principalmente pela aposta do governo federal em déficits externos e fiscais para sustentar o consumo interno, à custa de desequilíbrios como a inflação elevada.

AMENIZADO – O economista do Ipardes explica que o panorama adverso para os negócios paranaenses foi amenizado pela recuperação da agricultura local, especialmente a safra de inverno, pelo desempenho do comércio varejista e atacadista (que registraram expansão em 2014), pelo dinamismo do sistema financeiro e pelo mercado de trabalho, que continua crescendo, embora a taxas menores que nos anos anteriores.

Castro lembra que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que o Paraná foi o quinto maior gerador de empregos com carteira assinada em 2014, sendo o terceiro especificamente no setor comercial, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

“O Estado respondeu por 10,3% das contratações líquidas ocorridas no País entre janeiro e dezembro de 2014, sendo que 90% das vagas foram geradas no interior do Estado, refletindo os esforços conjuntos das esferas pública e privada na direção de uma maior dispersão geográfica do crescimento econômico”, ressalta o economista.

Ele destaca, ainda, as contribuições dos ramos de intermediação financeira para o incremento da renda agregada no estado do Paraná. Segundo dados do Banco Central do Brasil (BCB), o crescimento real do ramo foi de 8,7% em 2014, em relação a 2013.

Já no quarto trimestre de 2014, em relação a igual período de 2013, o PIB paranaense avançou 2,2%, frente a um percentual de -0,2% para o Brasil. O resultado no Estado foi impulsionado pela recuperação das atividades agropecuárias, em especial a maior produção de trigo.

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Compartilhar