Projeto de estudantes curitibanas é selecionado para Feira Brasileira de Ciências e Engenharia

A utilização de técnicas de biotecnologia para reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de resíduos líquidos urbanos originou um projeto desenvolvido por estudantes do 8º ano do Colégio Positivo. O estudo conquistou o primeiro lugar na Mostra de Soluções para Uma Vida Melhor, que expõe experimentos científicos de diferentes áreas do conhecimento, e foi selecionado para representar a instituição de ensino na edição 2018 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), movimento nacional de estímulo ao jovem cientista.

Isadora Penkal Franco e Laura Silva Schaffrath, autoras do estudo “Biorremediação de óleo vegetal por meio de Microesferas bacterianas”, demonstraram a eficácia da utilização de consórcios bacterianos para a degradação do óleo vegetal. Mais de 200 milhões de litros de óleo vegetal são descartados mensalmente nas pias das cozinhas domésticas do Brasil, tendo como destino rios e lagos, provocando sérios prejuízos para o meio ambiente. Um litro de óleo, por exemplo, pode poluir cerca de um milhão de litros de água, o equivalente ao que uma pessoa consome, em média, em 14 anos de vida.

O projeto

Sob a orientação das professoras Flávia Amend Gabardo, do Colégio Positivo, e Leila Maranho, da Universidade Positivo (UP), as estudantes pesquisaram sobre produtos biológicos que tivessem a propriedade de degradar, de forma rápida e simples, resíduos líquidos provenientes das residências. A ideia de elaborar esse projeto surgiu após visitas dos alunos do Clube de Ciências do Colégio Positivo aos laboratórios de Biotecnologia da UP. Nesses encontros, Isadora e Laura se encantaram com o trabalho de mestrado da professora Suellyn Homan, também do Colégio Positivo, sobre a utilização de microcápsulas de bactéria para descontaminação ambiental por petróleo, por meio do processo de biorremediação. E decidiram experimentar a mesma técnica para a degradação do óleo vegetal.

A professora Leila explica que a biorremediação é uma tecnologia que trata ambientes contaminados utilizando agentes biológicos com capacidade de modificar ou decompor poluentes alvos. Essa técnica é considerada barata, limpa e ecológica, já que não deixa resíduos e nem causa nenhuma alteração no equilíbrio ambiental. A organização dos microrganismos em microesferas facilita sua aplicação, evitando o risco de haver algum tipo de contaminação e permitindo que haja a liberação controlada, potencializando a biorremediação do resíduo. Os microrganismos degradadores ficam envolvidos por duas camadas, que além de protegê-los, irão manter o formato da microesfera. Ao entrar em contato com um meio aquoso, a microesfera é reidratada e iniciará o processo de liberação dos microrganismos degradadores.

Nos experimentos que foram realizados no laboratório da Universidade Positivo e Colégio Positivo, as alunas selecionaram quatro consórcios de microrganismos (bactérias) que seriam possivelmentecapazes de degradar óleo vegetal, visando reduzir os prejuízos sociais e ambientais causados pelo descarte incorreto deste resíduo. Um dos consórcios demonstrou alto potencial de degradação do óleo, podendo gerar um produto que pode ser facilmente comercializado. Isadora e Laura estão muito satisfeitas com o resultado dos experimentos e também porque o projeto será apresentado numa feira tão importante, como a Febrace. “No momento que recebi a notícia foi um pouco difícil acreditar que nosso estudo foi selecionado. A nossa aprovação foi uma surpresa. Estou extremamente feliz e a oportunidade que nós temos de representar o Clube de Ciências e o Colégio Positivo é muito gratificante”, orgulha-se Laura. “Este projeto representa um aprendizado que, com certeza levarei para vida toda”, conta.

Para Isadora, estar na Febrace representa uma grande troca de conhecimento, que contribuirá muito para o projeto, pois a feira deve abrir muitas portas em relação ao futuro no campo da pesquisa científica. “Acredito que o trabalho ajudará muito o meio ambiente e a sociedade, pois o óleo de cozinha causa diversos danos como, por exemplo, a morte de seres aquáticos”, adverte. “Atualmente, não existe nenhuma forma correta para o descarte do óleo e, por meio do nosso projeto, o resíduo pode ser facilmente tratado, evitando problemas na natureza”, observa.

Potencial reforçado

A professora Flávia afirma que sempre acreditou no potencial das meninas, mas confessou que foi uma surpresa a participação na Febrace. “Fomos avisadas da dificuldade que seria estar numa banca com 15 projetos muito importantes, dos quais nossa equipe era composta pelas alunas mais novas – as únicas que não entram no Ensino Médio em 2018. Assim que recebi a notícia, fiquei realmente emocionada, pois sei de todo o nosso esforço para que o trabalho fosse concluído com sucesso”. Da concepção da ideia ao resultado foram seis meses de trabalho.

Flávia afirma que os alunos do Clube de Ciências normalmente já possuem o diferencial de serem mais questionadores e interessados em estudos científicos, mas que Isadora e Laura são alunas com um enorme potencial. “O que fiz foi somente ajudá-las a conduzir essa capacidade para um feito maior. Elas são muito estudiosas e focadas – o que faz toda a diferença quando estamos falando em pesquisa”, ressalta a professora.

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Jovens talentos do Paraná são destaque na maior feira de Ciência e Engenharia do país

Vinte e três projetos de instituições de ensino do estado do Paraná foram premiados na 15ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE, realizada de 21 a 23 de março, em São Paulo, nas dependências da Escola Politécnica da Universidade fake cartier bracelets
de São Paulo (Poli-USP). Com o projeto official website “Utilização de metabólitos microbianos no desenvolvimento de alternativa para combate de Klebsiella pneumoniae”, a estudante Maria Vitória Valoto conquistou o Prêmio Intel ISEF.

Com isso, Maria Vitória vai integrar a delegação brasileira que participará da Intel ISEF – International Science and Engineering Fair, feira internacional de Ciências que se realiza anualmente nos Estados Unidos. Ela é estudante do Colégio Interativa, que fica em Londrina. Sua pesquisa também ficou com o “Primeiro Lugar em Ciências da Saúde”, prêmio concedido pelos organizadores da feira.

A FEBRACE é a maior mostra pré-universitária de ciências e engenharia do País, não apenas pela abrangência, mas também pela qualidade dos projetos. Nesta edição foram apresentados 346 projetos, desenvolvidos por 763 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todos cartier bracelet
os estados brasileiros. Eles foram selecionados entre mais de 2.2 mil projetos, submetidos diretamente pelos estudantes ou por meio das 126 feiras de ciência afiliadas.

Os finalistas premiados receberam troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios. Também concorreram a 70 bolsas de iniciação científica Junior do CNPq e a uma das vagas para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que será realizada em maio, em Los Angeles (EUA). Veja a lista completa dos premiados neste site: http://febrace.org.br/finalistas-e-premiados/.

A FEBRACE é promovida anualmente pela Poli-USP, por meio do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI). Além da mostra de projetos, conta com atividades voltadas para gestores e para os professores orientadores dos estudantes participantes.

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