Os passos para internacionalizar sua empresa com sucesso

A internacionalização dos negócios é uma opção para muitos empreendedores brasileiros que enxergam no movimento uma opção para ampliar mercados, diversificar, minimizar riscos com oscilações econômicas internas e alcançar novos nichos. No entanto, na prática, esse não é um processo simples. O sucesso, segundo quem já passou por esse momento, requer muito planejamento e apoio de entidades e/ou órgãos que conheçam o mercado para onde se quer expandir.

Segundo o estudo “Trajetórias FDC de Internacionalização das Empresas Brasileiras“, publicado pela Fundação Dom Cabral com a coordenação da professora Lívia Barakat, ao longo dos últimos 14 anos muitas empresas brasileiras iniciaram seu processo de internacionalização, ao mesmo tempo em que grande parte das que já eram multinacionais aumentaram seus investimentos no mercado externo, passando de um grau médio de internacionalização de 12,9% em 2006 para 21,6% em 2018. A tendência é de aumento gradual de 1% nesse grau a cada ano.

Para o CEO da consultoria em gestão de projetos e inovação Prosperi, Leonardo Nogueira, no processo de internacionalização o planejamento é essencial para tentar minimizar possíveis surpresas no meio do caminho. Além disso, conhecer o mercado local e contar com o apoio de organizações civis de interesse público, como câmaras setoriais – no caso dele, a Softex (da área de tecnologia e transformação digital), poderá auxiliar a transição, desde as fases iniciais do projeto até a chegada da empresa no país escolhido.

A Prosperi é uma empresa de origem capixaba que oferece soluções de gestão de inovação, colaboração e gerenciamento inteligente de projetos e portfólio de ponta a ponta, que já atendia clientes internacionais e, no final de 2018, partiu para o estabelecimento físico também no exterior. “Não foi uma decisão de impulso. Eu e meus sócios pesquisamos muito sobre o mercado onde queríamos estar, estudamos e nos preparamos para todas as adversidades que pudessem surgir. Afinal, em um país distante do nosso não há espaço para erros”, explica Nogueira.

Orlando, nos Estados Unidos, se tornou a primeira filial internacional. “A decisão por Orlando levou em consideração os aspectos tributários da Flórida e a facilidade logística. Orlando tem voos diretos para as principais cidades dos EUA, Caribe e América Latina. Não foi um processo simples, ficamos cerca de dois anos fazendo o planejamento e nos aprofundando no mercado local. Com pouco tempo no novo país, demos de cara com uma pandemia global que nos fez repensar nossa estratégia. Ter feito a lição de casa antes de estar aqui nos ajudou a tomar as melhores decisões”, ensina o executivo.

Nogueira ressalta que, embora o desafio seja grande, a estratégia de internacionalização foi positiva e ele não descarta novos países. “Estar em mais de um país em um cenário adverso, como o que estamos vivendo, pode ser bem positivo, mas precisa ser ágil para adequar o projeto a eventuais mudanças. No médio e no longo prazo a experiência é, com certeza, muito mais positiva”, avalia.

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