Madeira na construção é tendência, mas falta floresta plantada

Por Sílvio Lima, gerente da unidade industrial da multinacional brasileira Montana Química

Com o alerta da urgência nas mudanças climáticas, a construção civil está sendo pressionada a repensar suas práticas no mundo com propostas cada vez mais sustentáveis. O setor é um dos que mais produzem resíduos sólidos, líquidos e gasosos, usa areia retirada de rios para fazer o concreto e tem impacto enorme em atividades de extração no meio ambiente. Nesse cenário, a alternativa mais sustentável é a madeira, uma matéria prima renovável, quando é extraída de forma responsável.
 

Em um estudo recente sobre o uso de madeira ou aço na construção civil, a pesquisadora Josephine Carstensen, engenheira do MIT (Massachusetts Institute of Technology), aponta a madeira como tendência em grandes construções, com potencial para reduzir as emissões globais de carbono do mundo. “Há um grande interesse na indústria da construção civil em estruturas de madeira maciça”, analisa a pesquisadora sobre o setor que ela mesma define como “um grande emissor de gases de efeito estufa que passou despercebido nas últimas décadas”.
 

Essa tendência deve aumentar depois da pandemia, quando os temas de saúde e de sustentabilidade passaram a ter mais atenção. Um relatório publicado pela Dodge Data and Analytics — World Green Building Trends 2021 — confirma que grande parte das empresas têm planos de aumentar a atividade de construção sustentável até 2024. A expectativa é que até 2024, 42% das empresas planejem mais de 60% de seus projetos usando as melhores práticas de construção verde.
 

Os motivos são sociais e financeiros, custos operacionais mais baixos, regulamentações ambientais e preocupação com a mudança climática. Segundo o relatório, um edifício verde pode reduzir os custos operacionais nos primeiros 12 meses em 10,5% e, ao longo de um período de cinco anos, em 16,9%. Para reformas e retrofits, os retornos são ainda maiores.
 

No Brasil, a construção de casas e prédios de madeira está se tornando realidade entre startups atentas às exigências do mercado e dos clientes por princípios ESG e de sustentabilidade. Com um déficit habitacional de 8 milhões de unidades, e um PIB de construção crescente, a demanda abrirá espaço para construções mais rápidas, mais eficientes e mais verdes. Uma oportunidade para obras de madeira e para toda a cadeia de floresta plantada.
 

Mas para aproveitar essa oportunidade, o Brasil terá que resolver uma equação complicada. Para se ter uma ideia, em 2021, o PIB da construção cresceu 9,7%, após uma queda de 6,3% em 2020. Foi o melhor desempenho desde 2010, quando o PIB do setor cresceu 13,1%. Ao mesmo tempo há um grande déficit na produção de madeira certificada.
 

Segundo o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), no Brasil são extraídos 11,45 milhões de metros cúbicos de madeira tropical oriunda de florestas naturais, o que é predatório e ilegal. Essa oferta deve cair 64%, para 5 milhões de metros cúbicos até 2030, com o aumento da conscientização ambiental. Nesse mesmo período, segundo a SFB, a demanda de madeira deve quadruplicar, chegando a 21 milhões de metros cúbicos ao ano, gerando um déficit de 16 milhões de metros cúbicos.
 

Essa diferença deve provocar um apagão na produção de madeira para a construção civil, enquanto a construção de casas e prédios de madeira está em alta no mundo, abrindo grandes oportunidades para a produção de floresta plantada no Brasil.
 

Haverá uma demanda mundial para construções com certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um sistema internacional de certificação ambiental para edificações utilizado em mais de 160 países que tem entre suas exigências o uso de materiais sustentáveis, como madeira nobre com procedência comprovada de extração.
 

Construções em madeira de florestas plantadas têm outras vantagens, além de sequestrar carbono e da eficiência na produção. Menos uso de água; redução no gasto de energia na produção e na obra; baixo desperdício de material e de mão de obra; e mais rapidez nas construções também estão entre os ganhos da madeira nesse setor.
 

A oportunidade da construção civil verde para a economia brasileira está desenhada. Para que esse sonho efetivamente se torne realidade, é essencial incentivar o manejo sustentável de florestas no país. Isso, somado a uma regulamentação séria e ao financiamento oficial em larga escala, podem elevar o Brasil a um novo patamar de negócios.

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Indústria 5.0: como as tendências de inovação vão transformar o setor?

Por Cristiano Bonanno, Regional Technology Manager da Rockwell Automation

Muito provavelmente seremos a primeira geração da história a acompanhar duas revoluções industriais. Graças ao avanço tecnológico que acelera cada vez mais os processos de inovação, estamos vendo rapidamente o setor migrar de Indústria 4.0 para Indústria 5.0.

Quando tratamos de indústria 4.0, já temos claro no mercado conceitos como big data, analytics, realidade aumentada e manufatura aditiva. A próxima jornada do setor caminha para o 5.0, cuja principal mudança será trazer o ser humano para o centro das discussões. Muito além da tecnologia, o diferencial humano passará a ser peça fundamental dessa engrenagem.

Migraremos de uma realidade concentrada em conectividade das máquinas; customização em massa; Supply Chain inteligente; produtos smart; e redução da mão de obra reduzida nas fábricas, para passar a direcionar esforços para a experiência do cliente; hiper customização; Supply Chain responsivo e distribuído; produtos interativos atrelados a experiência; e retorno da mão de obra para as fábricas.

Com o trabalho humano aliado à tecnologia, o processo de tomada de decisão será cada vez mais eficiente. Tudo isso ainda caminhando lado a lado com as práticas ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), que são outra forte tendência no setor. Esse cenário levará a indústria para o próximo nível, cujo foco não será apenas eficiência, mas sim em eficiência associada à sustentabilidade.

As tecnologias utilizadas na Indústria 5.0

Quando evoluímos de operações centralizadas em softwares para operações baseadas em IA (Inteligência Artificial) e suportadas pela força de trabalho, evoluímos para um novo conceito de mercado. A IA será distribuída ao longo de todas as camadas da indústria, com a integração vertical de dispositivos inteligentes, sensores com capacidade de processamento local e dispositivos de controle. Sem falar das soluções em nuvem e da computação em Edge, que aumentarão a capilaridade de inovações nas companhias, melhorando seus recursos e processos, além de abrir um enorme leque de oportunidades para o setor.

Na prática, a nuvem entregará maior flexibilidade e escalabilidade, principalmente porque ela permite trabalhar dados massivos em escala juntamente com a IA e o machine learning. Esses dados apoiarão a tomada de decisão em tempo real, e evitarão manutenções e paradas que causam grande prejuízo para as indústrias.

Com isso, o setor ganhará produtividade, sustentabilidade, competitividade, segurança de ativos e de profissionais, e, como consequência, crescimento econômico em um nível muito acelerado para o País. Segundo um estudo realizado pela Microsoft, a adoção massiva de Inteligência Artificial pode adicionar um crescimento de 4,2% ao PIB do Brasil até 2030.

Desafios da Indústria 5.0 no mercado brasileiro

No entanto, embora a tecnologia avance rapidamente, o mercado nacional ainda enfrenta alguns gargalos para avançar com a implementação desses recursos: nos faltam profissionais especializados, igualdade digital, e fomento a um ecossistema de inovação.

Na área de TI, o País ainda tem um déficit anual de 110 mil profissionais, de acordo com dados da Brasscom, o que atrasa a adoção de tecnologias pelas empresas e, consequentemente, o desenvolvimento econômico.

A mudança forçada gerada pela pandemia da Covid-19 fez com que a transformação digital ganhasse um impulso, além de ter quebrado muitas objeções que as companhias antes tinham para avançar com a adoção tecnológica, como cibersegurança, falta de qualificação profissional e mudança cultural. Desta forma, agora a transformação digital não só faz parte do plano de negócios das corporações, como também de suas ações estratégicas.

Ainda temos muitos desafios e um longo caminho a percorrer até termos, de fato, um setor industrial 5.0. Mas, as tendências apontam para um futuro promissor em que finalmente passaremos a usar o melhor de nossos recursos: as soft skills humanas conectadas ao poder da inovação. O futuro é digital, e o digital é feito de conexões.

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Cibersegurança: os desafios para implementação do 5G no agronegócio

Por Jeferson D´Addario, CEO do Grupo DARYUS

Segundo a IDC Brasil (International Data Corporation), o 5G deve gerar investimentos de US$ 25,5 bilhões até 2025 no mercado brasileiro. Inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem (cloud), big data e cibersegurança estão entre as áreas que serão beneficiadas com a chegada do 5G no Brasil. De acordo com o estudo, as companhias brasileiras investirão cerca de US$ 1,6 bilhão somente em serviços de cibersegurança, alta de 17,6% em relação a 2021. Porém, não é tão simples assim! Para a implementação efetiva do 5G, é necessário mais tempo do que se imagina.

No Brasil, existem muitas questões burocráticas de autorizações, impostos excessivos e um grande problema de infraestrutura. Sem falar da falta de mão de obra qualificada para implementar, ensinar ou proteger, já que temos uma desigualdade educacional e um país continental.

O 5G é a melhor solução para o agronegócio brasileiro?

Na década de 80 e 90, os negócios precisaram ser transformados com o uso em redes de computadores e começamos a diminuir as fronteiras sociais e comerciais com as BBS e provedores de internet. O agronegócio brasileiro, que é referência, não ficou para trás, e logo se transformou acompanhando aquele momento mundial.

Prometendo uma velocidade de rede 100 vezes maior, a tecnologia 5G traz inúmeras oportunidades para diversas áreas. O relatório publicado em 2020, pelo Fórum Econômico Mundial, com o nome de Future Series: Cybersecurity, emerging technology and systemic risk – INSIGHT REPORT, em parceria com a Universidade de Oxford, apresentou dados e informações que estimam em US$ 13,2 trilhões o potencial econômico do 5G até 2035.

Com a chegada da tecnologia, o agronegócio brasileiro, imprescindível para o PIB brasileiro, ajudará a aumentar a competitividade em relação a outros países mais desenvolvidos e reduzir custos operacionais, podendo ser um dos mais beneficiados. O 5G e uma infraestrutura segura permitirão mais tecnologia e produtividade para os grandes produtores e empresas do setor.

Esta infraestrutura tecnológica permitirá o avanço no uso de dispositivos inovadores, como por exemplo: drones, automação de veículos e propriedades, novas telemetrias e monitoramentos. Além disso, poderemos ter startups explorando o 5G com geomapeamento de terras com IoT, inteligência artificial e robôs numa escala jamais vista. Portanto, o agro brasileiro, que já é uma referência no mundo, poderá escalar e melhorar a competitividade em vários fatores, possibilitando também aos pesquisadores, agrônomos e institutos um melhor aproveitamento e conhecimento.

Vale ressaltar ainda que o 5G é um recurso de infraestrutura tecnológica e de comunicação que possibilitará um avanço na transformação digital para o agro. Acredito que ajudará no controle da qualidade e produtividade do setor. A tecnologia associada a ciência e pesquisa, poderá auxiliar no desenvolvimento de negócios e startups do segmento nos próximos anos.

Destaco ainda que tecnologias como 5G, internet das coisas, inteligência artificial e robotização terão um grande apelo de sustentabilidade, o que é importante para fundos de investimento que levam em conta o ESG (Environmental, Social and Governance), e isto para o agronegócio brasileiro, pode ser diferencial competitivo e mais lucro a médio e longo prazo.

5G, cibersegurança e agronegócio

Mas devemos ter um ponto de atenção: os alvos clássicos dos cibercriminosos em todos os países são as infraestruturas críticas, ou seja, setores de telecomunicações, financeiro, saúde, transporte, produção de alimentos, energia e governo. É possível notar que qualquer nova tecnologia com potencial de negócios, na casa de bilhões de dólares, é tão atraente para os empresários como é para os cibercriminosos. O 5G é uma novidade e, como acontece com toda nova tecnologia, hackers trabalham para criar golpes e obterem informações e dados. Como já dizia Clive Humby: “dados são o novo petróleo“.

Com isso, o agronegócio e tudo relacionado a ele são potencial alvos para cibercriminosos, e quanto antes começarem a investir em cibersegurança e gestão de segurança da informação e da privacidade, melhor preparados estarão para implementação do 5G. Atualmente, os investimentos ainda são pequenos comparados com a riqueza gerada por este segmento no Brasil. Nesse sentido, a área de cibersegurança precisará de mais recursos para contribuir com a segurança digital do agronegócio.

Segundo a IDC Brasil (International Data Corporation), o 5G deve gerar investimentos de US$ 25,5 bilhões até 2025 no mercado brasileiro. Inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem (cloud), big data e cibersegurança estão entre as áreas que serão beneficiadas com a chegada do 5G no Brasil. De acordo com o estudo, as companhias brasileiras investirão cerca de US$ 1,6 bilhão somente em serviços de cibersegurança, alta de 17,6% em relação a 2021. Porém, não é tão simples assim! Para a implementação efetiva do 5G, é necessário mais tempo do que se imagina.

No Brasil, existem muitas questões burocráticas de autorizações, impostos excessivos e um grande problema de infraestrutura. Sem falar da falta de mão de obra qualificada para implementar, ensinar ou proteger, já que temos uma desigualdade educacional e um país continental.

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Melhorar a educação e o alinhamento com os empregadores pode ajudar a reduzir a lacuna de skills

Por Flavia Roberta Freitas, Líder de Responsabilidade Social Corporativa na IBM América Latina

Muita coisa pode ter mudado desde que a pandemia começou, mas algumas tendências de longo prazo mantiveram-se iguais ou tornaram-se ainda mais urgentes. Por exemplo, o número de ofertas de empregos bem pagos e relacionados a STEM, áreas que abrangem Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (em inglês, é a sigla usada para Science, Technology, Engineering e Mathematics) continua a aumentar, mas não há pessoas suficientes com as habilidades necessárias para preencher essas posições. As possíveis consequências são graves: redução da competitividade, disparidades socioeconômicas persistentes, redução da inovação e o potencial não desenvolvido das pessoas.

Uma estratégia abrangente para enfrentar a lacuna de habilidades é aumentar o alinhamento entre os setores público, privado e sem fins lucrativos. Com mais coordenação, é possível cultivar melhor as novas fontes de talentos STEM, como mulheres, negros, comunidades periféricas e outras populações sub-representadas, para estar prontos para alcançar as oportunidades, desenvolver sua carreira e contribuir para os negócios.


Ajuda é necessária

De acordo com um relatório do IBM Institute for Business Value (IBV), de setembro de 2019, nos próximos três anos, pode ser necessária a recapacitação de 120 milhões de trabalhadores nas 12 maiores economias do mundo para se adaptarem a novos tipos de empregos criados ou modificados pela inteligência artificial (IA).

Parcialmente responsável pelo crescimento de posições disponíveis é o avanço e a proeminência da tecnologia nas indústrias, profissões e posições de trabalho. Esses avanços exigem novos planos de estudo para os futuros profissionais e envolvem a recapacitação para os atuais funcionários (e, finalmente, uma cultura de aprendizagem ao longo da vida). O relatório Future of Work 2020 do Fórum Econômico Mundial sobre tendências da força de trabalho em 26 economias descobriu que nos próximos anos podem surgir 97 milhões de novas funções que se adequam melhor às novas divisões de trabalho.

As pessoas estão inquietas e sabem que os empregos STEM oferecem melhores oportunidades. Outro estudo do IBV descobriu que 31% das pessoas no início de 2021 estavam considerando buscar novos empregos e planejando se cadastrar em programas de treinamento, em sua maioria online e alguns sem custo, como o IBM SkillsBuild. Isso foi confirmado pelo recorde de pessoas trocando de emprego ao longo de 2021. Em geral, os empregos STEM tendem a pagar substancialmente mais do que os empregos em outras áreas.

Alcançando novas fontes de talento

Claramente há uma oportunidade profissional ampla, mas pouco explorada, já que alguns grupos estão substancialmente sub-representados na nova economia. Por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU) indica que as mulheres compõem apenas 3% dos estudantes em todo o mundo que fazem aulas sobre tecnologias da informação e comunicação, 5% matemática e cursos de estatística, e 8% cursos de engenharia, manufatura e construção. Essas circunstâncias sugerem que grandes ganhos podem ser alcançados fomentando áreas de STEM em talentos não desenvolvidos.

Uma forma poderia ser captando o interesse mais cedo, particularmente no ensino médio. Estudos mostraram que as metas de carreira mudam drasticamente entre o 9º e 11º graus (aproximadamente de 14 a 17 anos) e é o momento mais crítico para ganhar o interesse de um jovem em áreas STEM. Os estudantes com competências STEM são mais propensos a seguir carreiras relacionadas a esses temas e ter mais sucesso na resolução de problemas durante situações desconhecidas.

Para apoiar as carreiras e o ensino técnico, há uma disponibilidade crescente de planos de estudo complementários gratuitos, como os oferecidos pelo IBM SkillsBuild for Students, que introduz os alunos adolescentes nas habilidades de trabalho e nas competências em tecnologia necessárias para as funções modernas, até mesmo para aqueles que não consideram uma jornada de educação formal.

Alinhar o ensino superior com o setor privado e atrair estudantes mais diversos

Os graduados do ensino médio que escolhem a faculdade como seu próximo destino precisam de exposição contínua a assuntos de STEM. Idealmente, suas aulas poderiam combinar várias disciplinas, ensinando habilidades específicas que se alinham com vagas de emprego reais. A IBM também está contribuindo com programas que apoiam os alunos nesta etapa, para que possam ter acesso a conteúdos e especialistas que aprimorem sua experiência.

Da mesma forma, o setor privado precisa se esforçar para ter um melhor alinhamento sobre o caminho contínuo que as pessoas em busca de emprego seguem. Isso significa garantir que seu treinamento foi desenvolvido para atender aos padrões do setor e que as habilidades correspondem aos requisitos de trabalho. As vagas de emprego devem ser escritas de forma que as pessoas que tenham obtido certificações e credenciais possam aplicar e ser selecionadas para entrevistas com base nos treinamentos que obtiveram.

O ensino superior também pode repensar como posicionar os estudos em STEM com grupos que talvez não tenham considerado essa disciplina de outra forma. Com um pouco de imaginação, podemos tornar esses cursos mais inclusivos para inspirar futuros profissionais de origens e identidades diversas.


Busca e preparação para as carreiras 2,0: aprendizagem hands-on e melhores opções de credenciais
Para os jovens profissionais ou aspirantes de emprego que estão considerando uma mudança em direção às áreas de STEM, precisamos fornecer não apenas os cursos online para adquirir novas habilidades, mas também recursos que aprimoram a experiência de busca por emprego. Deve haver coordenação entre diversas organizações para proporcionar oportunidades para aqueles que buscam obter credenciais, participar de feiras de trabalho, se beneficiar de mentores, realizar projetos que os ajudem a construir seu portfólio para empregos específicos, além de ganhar uma compreensão mais ampla das tendências de mercados locais. Programas sem custo como o IBM SkillsBuild for Job Seekers reúnem os setores privado e sem fins lucrativos, ajudando a fornecer essas capacidades para que as pessoas estejam prontas para os empregos.

Em seguida, à medida que os estudantes se tornam ativamente pessoas em busca de oportunidades, as empresas precisam ser mais flexíveis e de mente aberta quando se trata das credenciais consideradas apropriadas e adequadas para aplicações de emprego, particularmente para vagas de entrada ou habilidades médias. Por exemplo, cerca de 50% das ofertas de trabalho da IBM não requerem títulos universitários de quatro anos.

Quanto mais ampliarmos o alcance de iniciativas disponíveis e alavancarmos novas colaborações, poderemos construir um ecossistema mais forte que apoie um número maior de estudantes e oferecer experiências reais de emprego que beneficiem a todos.


Há muito a ganhar

Se somos bem-sucedidos na criação de iniciativas de STEM e preparação de carreiras mais inclusivas, multidisciplinares, criativas e acessíveis, então teremos uma melhor oportunidade de nos adaptamos às grandes mudanças trazidas pelo crescimento da tecnologia em praticamente todos as funções. Neste momento, há uma escassez significativa de talentos que resultaram em muitas posições não preenchidas. Mas, se fecharmos a lacuna de competências, o PIB global poderá aumentar em $ 11,5 trilhões de dólares até 2028, de acordo com o Fórum Económico Mundial.


Além do sucesso econômico, uma abordagem reimaginada para as habilidades de carreira e preparação provavelmente resultará em funcionários satisfeitos, motivados e talentosos de origens mais diversas que percebem todo o seu potencial, enquanto constroem um mundo melhor.

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Princípios e práticas para a construção de uma inteligência artificial mais confiável

Por Tonny Martins, Gerente Geral da IBM América Latina

A inteligência artificial (IA) está mudando a forma como as empresas operam, desde como se comunicam com seus clientes, através de assistentes virtuais, até a automatização dos fluxos de trabalho essenciais ou a gestão de segurança de rede. Na América Latina, os dados sobre o uso da IA são fortes: 21% dos profissionais de TI entrevistados na região observaram que seus negócios estão utilizando IA agora, enquanto 43% relataram que suas organizações aceleraram a implementação da IA como resultado da pandemia de COVID-19, de acordo com o AI Adoption Index, realizado pela Morning Consult, a pedido de IBM.

Ao mesmo tempo em que vejo essa adoção acelerada em empresas de tamanhos e indústrias diferentes, que reconhecem o valor da IA como chave para enfrentar diferentes desafios, cada vez mais essas organizações e o mercado em geral começam a se preocupar com a forma como essa tecnologia está sendo usada. Hoje, essas considerações são mais importantes do que nunca, porque a IA pode ter um impacto significativo na vida das pessoas. É por isso que organizações e provedores que usam IA têm a responsabilidade fundamental de construir sistemas de confiança e garantir que a tecnologia seja projetada e utilizada de forma responsável em todos os momentos durante o ciclo de vida da IA.

Por essa razão, acreditamos em uma IA ética e confiável. Nesse sentido, a IBM desenvolveu princípios, pilares e práticas multidisciplinares e multidimensionais. Os princípios deixam claro que o propósito da inteligência artificial é aumentar a inteligência humana; que a IA deve beneficiar toda a sociedade; que os dados e insights gerados pertencem ao seu criador; e que poderosas novas tecnologias, como a própria IA, devem ser transparentes, explicáveis e mitigar preconceitos nocivos e inadequados.

A concepção desses princípios e pilares deu origem a práticas que veem seus frutos na integração de grupos de trabalho para discutir, recomendar e orientar o desenvolvimento e a implementação da inteligência artificial. Através de um Conselho de Ética de IA que fornece governança centralizada e autoridade de tomada de decisão, uma cultura de ética tecnológica é fomentada por toda a companhia. É pelo comprometimento com esses princípios que é possível ajudar a prevenir que preconceitos, por exemplo, possam ser transmitidos a soluções de IA que nos habilitam a enfrentar as necessidades das empresas para que elas possam avançar na implementação da tecnologia com confiança.

Enquanto empresa, procuramos desenvolver soluções especificamente projetadas para ajudar companhias não apenas a estabelecer e executar estratégias de IA, mas também a fomentar a confiança em seus sistemas de IA atuais e futuros e a colocá-los em operação. A IA responsável não é um tema isolado de uma empresa ou outra: para alcançá-la, é necessário um ecossistema aberto e diversificado.

E fazemos isso trabalhando lado a lado com todo o ecossistema de inovação da América Latina – incluindo nossos clientes, universidades e organizações da sociedade civil, entre outros – para incentivar o uso responsável da tecnologia. Trabalhamos juntos para garantir que a IA seja enriquecida a partir da pluralidade do ecossistema de dados, com uma variedade de profissionais e parceiros que possibilitam o feedback e a melhoria contínua nessa área. Cabe a todos os atores garantir o uso ético das tecnologias através do trabalho conjunto.

A IA tem o potencial de transformar a forma como vivemos e trabalhamos. Nossa responsabilidade é usá-la seguindo princípios éticos e transparentes para um futuro de negócios e uma sociedade melhor para todos.

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Agricultura 4.0: como a tecnologia 5G e o uso de dados prometem transformar agronegócio no Brasil

Por Sandro Tonholo, country manager da Infoblox Brasil

As novas tecnologias estão promovendo a rápida expansão da internet em todo o Brasil e serviços inovadores no ambiente da produção rural. O agro agora é tech. O leilão das frequências do 5G, feito para atender áreas distantes, deve beneficiar o agronegócio. O nosso produtor, de qualquer tamanho, vai ter direito à igualdade de oportunidades e essa é a maior igualdade que podemos ter no Brasil. O campo vive a era da transformação digital e, para continuar como uma das principais forças motrizes da economia brasileira, o setor tem investido na Agricultura 4.0.

O termo Agricultura 4.0 é usado para definir o agronegócio com o uso de tecnologia de última geração. São equipamentos tecnológicos como softwares, robótica, sistema de posicionamento global (GPS), drones e outras ferramentas para reduzir os custos e aumentar os lucros da produção rural. O novo veio da roça. O que tem de inovação, tecnologia, o que realmente anda no espaço competitivo, o que desperta interesse geoeconômico e geopolítico mundial é o agro. Hoje, se qualquer chefe de Estado, em qualquer lugar do mundo, quiser ter certeza da segurança alimentar dos seus povos daqui a 20 anos, terá que separar uma cadeira para o Brasil. É o único tema de referência em que nós estaremos obrigatoriamente incluídos na discussão.

O agronegócio representa quase 30% do PIB brasileiro. Durante a pandemia, o setor não parou e teve que se adaptar a um menor contingente de trabalhadores. Foi preciso, então, se reinventar. A Agricultura 4.0 trabalha com a utilização de máquinas, veículos autônomos, drones, robôs e sensores em animais e plantas. Informações podem ser recolhidas e enviadas para uma nuvem, onde formam um valioso banco de dados que permite uma tomada de decisão muito mais precisa. Esse sistema é conhecido como agricultura inteligente ou smart agriculture, e tem ganhado atenção de produtores e investidores.

Temos diversos exemplos de empreendedorismo de startups do setor agropecuário, permitindo o acesso a oportunidades de incubação, aceleração e investimentos. A utilização da Inteligência Artificial, junto a outras tecnologias como a Internet das Coisas, Big Data, computação em nuvem, conectividade, robótica, veículos autônomos, sensores, drones e satélites, vem promovendo a transformação digital no campo. Com mais informações e conhecimento em tempo real, indústrias e instituições ligadas à agropecuária têm mais apoio na tomada de decisão de seus negócios, visando lucratividade, segurança alimentar, qualidade e respeito ao meio ambiente.

Novas tecnologias de integração de dados = aumento do faturamento

Empresas inovadoras focadas em sistemas voltados para o agro, criam soluções computacionais, métodos de otimização e inteligência artificial para ajudar na definição do melhor momento da venda do gado de corte. Em média, o aumento no lucro dos produtores chega a 30%. Além disso, há uma melhoria de 12% no padrão das carcaças, 22% na conversão alimentar e redução de até 25% na emissão de poluentes. Eles desenvolveram uma tecnologia que monitora a performance dos bovinos dentro da fazenda — sendo um trader junto às informações no mercado e da indústria, que melhora em até 27% a lucratividade da operação.

Dessa forma, investir em tecnologias aplicada aos processos, como segurança de dados, já é uma realidade neste segmento. Ao adotar mecanismos de segurança para proteção dos dados, além de proteger a marca e o negócio, também é possível melhorar os controles internos, garantindo melhor confiabilidade na troca de informações com clientes e fornecedores. Afinal, todas as informações estarão protegidas e disponíveis remotamente.
Com os dados protegidos por sistemas de segurança eficazes, é possível prever situações e tomar decisões mais assertivas para o planejamento da colheita, por exemplo, e para o preparo do próximo plantio.

A proteção dessas informações – através da segurança de dados – eleva o nível de confiabilidade das mesmas, criando novas possibilidades para o crescimento do negócio através da tecnologia da informação. A segurança dos dados evita diversas ameaças e invasões cibernéticas ou mesmo falhas humanas, que tendem a causar grandes consequências administrativas e econômicas.

Essas inovações vão melhorar a vida do consumidor e facilitar o trabalho do produtor. As empresas de tecnologia têm atuado de forma a melhorar a vida de milhões de pessoas. Temos esse propósito muito forte, que move a nossa empresa. O produtor faz parte desse processo porque a tecnologia acaba melhorando o uso de seus recursos naturais e tem um ‘approach’ totalmente diferente do que ele tem hoje. É um processo de serviço entrando cada vez mais forte no campo e melhorando a eficiência do uso desses recursos. Isso é fundamental para as próximas gerações.

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Tendências e inovações tecnológicas para o Agronegócio em 2022

Por Angela Gheller, diretora de Agroindústria da TOTVS

Sabemos que o agronegócio é um dos pilares da economia brasileira. No primeiro semestre de 2021, o PIB do setor teve um crescimento de 9,81% em relação ao mesmo período de 2020, um montante equivalente a R﹩ 223 bilhões – segundo apontam os cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Quando analisamos no detalhe, observamos ainda que a agricultura despontou em relação a pecuária, principalmente devido ao alto custo dos insumos requisitados por esse ramo.

Em um cenário de desafios, altos custos e instabilidades climáticas que exercem impactos relevantes para o setor, a tecnologia mais uma vez tem desempenhado papel importante – e até fundamental – para incrementar a produção. Por isso, abaixo destaco quatro temas que devem estar no radar do setor do agronegócio em 2022:

Agricultura de precisão

No mercado já há uma série de soluções robustas, que atendem desde o planejamento da distribuição dos insumos até a preparação da propriedade para recebê-los, o que é conhecido como agricultura de precisão.

Essa metodologia de produção não é novidade, ela se fundamenta no uso de tecnologias que visam facilitar e modernizar as propriedades rurais e possui uma gestão baseada na coleta de dados, reunindo e processando uma série de informações e características da área produtiva. Num segundo momento, há ainda o planejamento do gerenciamento, em que são fornecidas estratégias e diretrizes para melhorar a gestão dos insumos, com base em padrões e requisitos estabelecidos pelo próprio produtor – aqui podem ser aplicados diferentes sistemas e soluções, incluindo Inteligência Artificial para a análise dos dados. E, por fim, a agricultura de precisão ainda pode prever a aplicação dos insumos de forma automática e com maior rigor técnico. Tudo isso pode ser um verdadeiro impulsionador da Agricultura 4.0 no Brasil.

Tecnologia 5G

A chegada da quinta geração de rede móvel certamente causará uma das maiores transformações no campo, permitindo uma maior transmissão de dados, de forma rápida e com maior alcance. Ainda devido ao custo operacional ser mais baixo que o da tecnologia 4G, o 5G possibilita a implementação de torres de transmissão em áreas mais afastadas, proporcionando maior conectividade às propriedades rurais. Para termos a dimensão do impacto que essa tecnologia trará para o agronegócio, o Atlas do Espaço Rural Brasileiro, publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que dos 5,07 milhões de propriedades rurais, 3,64 milhões ainda operam off-line.

Ainda que a implementação do 5G ainda esteja em processo de acontecer, tendo em vista os leilões de espaço e outras condições necessárias, estudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estimam que com a ampliação de 25% da conexão no campo, haverá um aumento de 6,3% no valor bruto da produção (VBP). Isso será possível porque o 5G melhora e impulsiona a adoção de dispositivos de IoT (Internet das Coisas), viabilizando a utilização de sensores e equipamentos para monitorar as safras e os animais; assim como ampliar o uso de drones, conectados à sistemas e softwares de processamento; e outras tecnologias complementares.

Marketplace no agro

Outra tendência que deve marcar o próximo ano é o uso do marketplace no agronegócio. Essas plataformas de venda digital se consolidaram bastante nos últimos meses, principalmente durante a pandemia, facilitando a comercialização de diversos produtos online, de forma rápida e dinâmica. Para o agronegócio, não é diferente.

Os marketplaces agrícolas conectam produtores rurais a distribuidores e compradores de produtos específicos, potencializando as vendas e o escoamento da produção rural. Esse tipo de venda digital também permite o crescimento de alcance dos pequenos produtores rurais, viabilizando a inserção deles em um grande cenário de maior exposição, maiores negociações e com baixo custo de operacionalização.

Agenda ESG

Pauta importante em diversos setores da economia, a agenda ESG ganha destaque no agronegócio. Dentre os vieses da sustentabilidade, a preocupação com os gases do efeito estufa ganha um novo patamar com o crédito de carbono. Os créditos de carbono têm servido como moeda para os negócios, potencializando um mercado multimilionário àqueles players que ainda não conseguiram diminuir seu impacto na emissão de gases.

O mercado de crédito de carbono ainda precisa ter regras mais claras, mas isso deve ser resolvido em breve, pois já há países o abordando como uma “nova commodity” global. Segundo um levantamento da Bayer, a área ocupada pela agropecuária no Brasil é responsável por 500 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq) que, convertidos em dinheiro, correspondem a US﹩5 bilhões. Nesse cenário, pesquisas e aplicação de tecnologias servem de base para a substituição e o aprimoramento de técnicas de cultivo e agropecuária, a fim de reduzir o uso de combustíveis e biomassas não-renováveis por biomassas renováveis.

As previsões e projeções para o agronegócio no próximo ano são várias, mas o fato é que ele deve se manter como uma grande força motriz da economia nacional. Tendo isso em mente, vale ficar ligado em estudos, tendências e inovações que estão sendo inclusive incentivados por iniciativas públicas e privadas, assim como os investimentos feitos em tecnologias e soluções. Os recursos e a tecnologia estão aí para apoiar o avanço do Brasil na jornada da Agricultura 4.0.

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Tendências para 2022: um mundo híbrido e multinuvem

Por Thiago Viola, Líder de Cloud Pública da IBM Brasil

Ficou claro em 2021 que a abordagem de provedor único para nuvem não funciona mais. Um estudo recente da IBM reforçou isso: apenas 5% dos entrevistados no Brasil relataram usar uma única nuvem privada ou pública em 2021, em comparação a 45% em 2019.

As consequências do vendor lock-in, que ocorre quando uma empresa fica presa a apenas um fornecedor, tornaram-se claras: falta de inovação e preocupações com segurança e confiabilidade. A pandemia da COVID-19 forneceu uma plataforma para acelerar a transformação digital e as empresas começaram a repensar o valor de manter aplicações nas instalações, refletindo mais sobre quais devem migrar para a nuvem e quais delas permanecem on premise.

O cenário para uma abordagem híbrida e multinuvem nunca foi tão propício. Então o que vem a seguir? Considerando esse panorama, prevemos três tendências sobre o que podemos esperar no próximo ano:

As empresas vão migrar estrategicamente as cargas de trabalho enquanto abraçam a modernização

À medida que as organizações avançam em suas jornadas híbridas e de multinuvem, sua abordagem será direcionada a determinar para onde vão as cargas de trabalho. Desde o início de sua migração para a nuvem, as empresas, muitas vezes, movimentam cargas de trabalho simples e agora avaliam a migração de cargas mais complexas e de missão crítica em seu processo de modernização. No próximo ano, será necessário fazer um inventário de seus ambientes de TI para selecionar quais aplicações e cargas de trabalho são mais adequadas para a nuvem e quais devem permanecer on premise.

Cloud Future: segurança estará à frente e ao centro enquanto ameaças cibernéticas crescem

Uma das muitas razões pelas quais as organizações estão cada vez mais adotando uma abordagem híbrida e multinuvem é para mitigar o risco de concentração de fornecedores à medida que as ameaças cibernéticas aumentam. Com a proteção de dados como prioridade, as empresas também favorecerão a segurança projetada com um único ponto de controle para obter acesso a uma visão abrangente das ameaças e mitigar a complexidade no próximo ano. Enquanto as companhias realizam seus planejamentos para 2022, também devem se lembrar da preparação para o futuro no longo prazo. À medida que a computação quântica avança e apresenta riscos potenciais, como a capacidade de quebrar rapidamente algoritmos de criptografia e acessar dados confidenciais, é preciso olhar para além das ameaças de curto prazo e considerar os próximos 10, 15 e 20 anos.

Preparação para a governança de dados: a evolução das nuvens para a indústria

O estudo também aponta que 65% dos entrevistados no Brasil concordam que a conformidade regulatória relacionada à indústria é um obstáculo significativo. Atingir os requisitos de segurança e de conformidade regulatória é importante para indústrias altamente reguladas, como o setor de serviços financeiros e agências governamentais, por exemplo. À medida que essas indústrias se esforçam para atender às demandas dos clientes e dos cidadãos digitais, a adoção da nuvem evolui para nuvens especializadas. As plataformas específicas da indústria serão cada vez mais usadas para ajudar a equilibrar a inovação com protocolos de conformidade rigorosos. Ao escolher a plataforma certa, com controles integrados, poderão inovar no ritmo da mudança garantindo que você não fique para trás enquanto sua indústria implementa novos regulamentos ou modifica os já existentes.

Enquanto ninguém sabe exatamente como 2022 será, podemos ficar tranquilos, pois os últimos dois anos foram um ponto de inflexão para a transformação digital. Na América Latina, como em todo o mundo, as empresas estão acelerando suas jornadas: abraçam novos modelos comerciais, movem cargas de trabalho para a nuvem e digitalizam suas operações. Esperamos que a nuvem híbrida continue a desempenhar um papel crítico na condução da inovação necessária para construir resiliência e abrir novas oportunidades para as organizações no futuro.

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6 tendências tecnológicas para transformar os bancos digitais

Por Ricardo Mattiello é diretor de contas estratégicas da CommScope

Em 2020, as instituições financeiras da América Latina enfrentaram um dos seus momentos mais críticos, e o fechamento temporário de todas as agências bancárias obrigou o setor a repensar a definição de banco digital e transformar a experiência dos clientes, mediante a aplicação de inovação e tecnologias como Big Data e Analytics.

No Brasil, em particular, o avanço da digitalização foi expresso, por exemplo, no desempenho das fintechs, que apenas em 2019 haviam recebido US$ 900 milhões em investimentos, correspondentes a 35,6% de todo o capital destinados a startups naquele ano. Em 2020, esses investimentos mais do que duplicaram e atingiram US$ 1,9 bilhão, o que levou o país a ficar em primeiro lugar no ranking dos ecossistemas de fintechs na América Latina e entre os maiores do mundo. Somam-se a esses, os vultuosos investimentos feitos pelos bancos de varejo tradicionais que cada vez também estão mais digitais.

Esse movimento se intensificou com a implantação do Pix pelo Banco Central do Brasil, em novembro de 2020, que impulsionou ainda mais o sistema de pagamentos eletrônicos instantâneos. Pesquisa do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas mostrou que, em setembro de 2021, 77% dos negócios de pequeno porte do país já utilizavam o Pix e, entre as empresas que aderiram, a queda no faturamento foi 11% inferior à registrada entre as que ainda não utilizavam esse meio de pagamento.

Mesmo com o controle da pandemia de Covid-19, a expectativa é de manutenção do crescimento do segmento de digital banking, amplamente adotado pelos consumidores, que já se habituaram às suas facilidades. A seguir, destacamos algumas tendências tecnológicas que serão fundamentais para transformar ainda mais o digital banking.

Experiência digital do usuário

Hoje em dia é importante que os bancos forneçam uma funcionalidade digital que seja ao mesmo tempo simples e rápida, não só para a abertura de uma nova conta como para fazer as movimentações e solicitar um empréstimo. No entanto, as organizações devem também se concentrar nos processos internos, nos procedimentos e no fluxo de dados para permitir o trâmite de serviços bancários rapidamente e, assim, satisfazer as crescentes demandas dos clientes.

Em alguns casos, as instituições financeiras podem separar sua camada de apresentação externa de sua camada de dados de back-office para criar experiências melhores para o consumidor digital. Além dos serviços convencionais, é preciso oferecer uma experiência simples e personalizada, que encante e fidelize o usuário.

Inteligência artificial para a análise preditiva

Os especialistas em marketing financeiro enfrentaram um grande desafio com a pandemia, pois a comunicação a respeito do fechamento de agências precisou se transformar rapidamente em mensagens e instruções de como utilizar ferramentas digitais. Em 2021, iniciou-se a próxima evolução do marketing financeiro, apoiada por recursos avançados de inteligência artificial para a realização de análises preditivas.

Como resultado, surgiram tendências como websites personalizados, recomendações financeiras em tempo real e um nível de capacidades de prova e aprendizagem muito além do que se imaginava há alguns anos. Embora ainda existam instituições que não as possuem, essas tecnologias se tornaram um requisito essencial para a transformação digital e para o sucesso do setor financeiro.

Migração para a borda

A computação em nuvem não deixou de ser uma preocupação em termos de segurança de informação e acessibilidade de dados. Nesse aspecto, combinada com a Edge Computing, ela  cria uma arquitetura mais distribuída, que ajudará a melhorar a capacidade da rede em lidar com as ferramentas de internet das coisas e com outros aplicativos de baixa latência.

Ao transferir parte da carga computacional para a borda da rede, deixa-se de usar servidores centralizados, de maneira que são aproveitadas as capacidades computacionais que não estão sendo exploradas. Além disso, a computação de borda oferece enormes oportunidades de crescimento, por isso provedores tradicionais de conteúdo e empresas de muitos outros setores verticais começaram a investir em Edge Computing.

Investimento em cibersegurança

Como vimos anteriormente, melhorar a experiência do cliente é uma prioridade corporativa, e isso está conectado ao aumento do investimento em soluções tecnológicas de privacidade e segurança. Na conectividade física nos data centers, cada conexão de cabeamento é uma porta de entrada para a rede do banco, e pode ser difícil de detectar e evitar acessos não autorizados. Para esses casos, soluções tecnológicas de Automated Infrastructure Management (AIM) são de grande ajuda, pela sua capacidade de acompanhar todas as alterações na camada física em tempo real e rastrear conexões não autorizadas.

Redefinir os espaços de trabalho
As instituições financeiras, como muitas outras empresas, estão reconsiderando sua forma de trabalhar. À medida que a pandemia se estendia de semanas para meses, o trabalho remoto foi se tornando normal, e não se espera um regresso total aos espaços tradicionais de escritórios corporativos no futuro próximo. Agora começaremos a ver escritórios mais flexíveis, e muitas organizações tratarão o home office como realidade, enquanto procuram encontrar novas formas de reduzir custos para competir com as organizações digitais.

Aprendizado de máquina como necessidade financeira

Machine Learning é um ramo da inteligência artificial que utiliza dados para permitir que as “máquinas” aprendam a realizar tarefas por si mesmas. Essa tecnologia já é uma realidade, utilizada em previsões automáticas de resposta por e-mail, assistentes virtuais, sistemas de reconhecimento facial e agora também no setor bancário.

Em serviços financeiros foram identificadas quatro áreas principais para a aplicação do aprendizado de máquina: a automatização, a personalização, as interações homem-máquina e a segurança. Por exemplo, para a detecção de fraudes, o aprendizado de máquina utiliza técnicas de identificação de anomalias e outros tipos de modelos de reconhecimento de padrões, para detectar qualquer risco à rede do banco.

Esses recursos são essenciais para transformar o banco digital e oferecer um serviço melhor para os usuários de toda a América Latina. O desafio para os clientes é conhecer e dominar os novos aplicativos que as instituições financeiras colocam à sua disposição, para permitir que possamos realizar qualquer trâmite bancário sem a necessidade de ir a uma agência, garantindo a nossa saúde e nosso bem-estar, mesmo depois da pandemia.

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As perguntas e respostas do e-commerce para a Black Friday em 2021

Por Mauricio Salvador, Presidente da ABComm

São apenas alguns dias, mas com potencial de aumentar de forma exponencial as vendas do comércio eletrônico. A Black Friday está presente no mercado brasileiro há mais de uma década e, finalmente, atingiu um estágio de maturidade com o avanço da transformação digital. É inviável pensar em estratégia no e-commerce sem levar em conta a preparação para a data mais importante desse segmento. A questão é que essa maior familiaridade com o tema não significa que o planejamento da operação ficou mais fácil para os varejistas. Pelo contrário, segue como um desafio e tanto. Confira as principais perguntas e respostas para entender como trabalhar esse período.

1 – Quais categorias devem ter mais vendas na Black Friday em 2021?

As categorias “informática”, “celulares”, “eletrônicos”, “moda e acessórios” e “casa e decoração” devem ficar em alta no período.

2 – Como conciliar a Black Friday no e-commerce e na loja física?

A integração entre os canais de vendas é uma estratégia mais comum em um cenário de aceleração digital provocada pela pandemia de covid-19. Para alcançar bons resultados, é necessário ter foco no atendimento ao cliente, procurando sanar dúvidas e questionamentos. Operar com transparência e atentar-se ao setor logístico para garantir entregas dentro do prazo.

3 – Como trabalhar os preços sem prejudicar as finanças da empresa?

Deve-se fazer um estudo detalhado da margem de lucro dos produtos que vão ter descontos para que o resultado financeiro não seja negativo mesmo com aumento no número de pedidos. Os itens com maior desconto devem ser os de curva C e D na gestão do estoque, ou seja, itens que representam grande parte do portfólio, mas que não impactam tanto no faturamento. Além disso, deve-se negociar com as transportadoras que atendam à loja virtual para que os prazos de entrega sejam cumpridos e não resultem em multas futuras.

4 – Como preparar o estoque e alinhar as vendas com a loja física?

A gestão do estoque é parte fundamental na estratégia de qualquer negócio durante a Black Friday, principalmente para as empresas que também atuam com lojas físicas. Assim, para que o armazenamento de produtos do e-commerce esteja alinhado com os demais canais, é fundamental ter um ERP (software de gestão) que “enxergue” e gerencie tudo. Isso pode ser feito diretamente no sistema ou por meio de APIs que integram as diferentes ferramentas e atualizam o estoque a cada movimentação de entrada e saída de pedidos.

5 – Qual a melhor forma de fazer a divulgação na Black Friday?

Uma das vantagens do comércio eletrônico é a diversidade de opções para atrair clientes pela internet. Campanhas pagas nas redes sociais, anúncios em buscadores, campanhas de e-mail marketing, conteúdo em plataformas, anúncios em aplicativos mobile são algumas das opções. Quem tiver loja física pode coletar dados de contato, como e-mail e WhatsApp, para enviar ofertas com antecedência e, assim, criar seu próprio banco para outras ações de marketing.

6 – Qual o prazo para trabalhar com a Black Friday?

Há pouco tempo, era comum o lojista trabalhar apenas a sexta-feira específica da Black Friday ou, no máximo, esticar o período de promoções até o fim de semana. Entretanto, uma das principais tendências aguardadas para 2021 é a opção de estender mais a data, diluindo a quantidade de pedidos e possibilitando trabalhar melhor a operação e a logística.

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O Edge Computing como impulsionador da evolução digital das indústrias

Por Rodrigo Guercio, vice-presidente de Mercado Corporativo na Positivo Tecnologia.


O conceito de Egde Computing vem ganhando espaço no mercado de tecnologia e se apresenta como um novo paradigma do processamento de dados em nuvem, deslocando informações de um lugar ao outro, com a redução de latência (tempo de resposta) e consumo energético. Veículos autônomos, pulseiras inteligentes para controle de rotina escolar, fábricas inteligentes e drones para controle de colheitas são alguns dos exemplos de inovações que poderão ser implantadas e otimizadas graças a essa tecnologia e sua ligação com a Internet das Coisas (IoT) e a rede 5G.

De acordo com uma pesquisa da Front & Sullivan, aproximadamente 90% das indústrias devem adotar totalmente o Edge Computing até 2022, colocando a computação de borda no patamar de ferramenta fundamental para o setor, devido a possibilidade de coleta de dados responsiva e forte segurança da informação, tudo isso com custos mais baixos para as companhias. Segundo a consultoria global Grand View Research, o mercado de Multiacesso Edge Computing (MEC) irá alcançar US$ 43,4 bilhões até 2027, enquanto previsões do Gartner indicam que, até 2025, 75% dos dados empresariais serão processados pela computação de borda.

O lançamento do 5G é um agregador e permite o surgimento de novos aplicativos e experiências, quando combinado com a novas tecnologias de computação móvel de borda baseadas em hardwares especializados. A principal característica que fará essa união render bons resultados, são as reações de dispositivos que precisam acontecer em tempo real, como veículos autônomos e cidades inteligentes, por exemplo, que dependem da velocidade de processamento da computação de borda e da baixa latência do 5G. Ambas tecnologias oferecem vantagens imensas quando combinadas e dependem uma da outra para atingir o potencial máximo.

Em ascensão, a Internet das Coisas também é grande aliada neste cenário. Isso acontece porque, por meio dela e dos dispositivos conectados, é produzida e coletada uma infinidade de dados sobre atividades, equipamentos, casas e de linhas de produção das indústrias. Em 2020, o Business Insider conduziu uma pesquisa que demonstrou que, até 2027, existirá cerca de 40 bilhões de dispositivos desse tipo em atividade, levando o mercado de IoT crescer em média mais de US$ 2,4 trilhões por ano. Consequentemente, o tráfego de informações na nuvem aumentará exponencialmente.

A Indústria 4.0, por exemplo, pode ser beneficiar implantando processos mais inteligentes. Utilizando a análise de todos os dados gerados pelo maquinário de uma fábrica, é possível aumentar a eficiência, qualidade e até sustentabilidade, melhorando a interação em máquinas e humanos, prevenindo acidentes e minimizando perdas e danos.

É neste cenário que o Edge Computing atua como uma solução para sanar problemas de lentidão, que serão mais comuns com o avanço da IoT, evitando colapsos nos sistemas com processamento de dados mais ágil e segurança, ajudando a impulsionar a evolução da digitalização das indústrias, sendo considerado como vantagem competitiva e entrega de valor por parte das empresas.

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Setor automotivo tenta minimizar danos relacionados à escassez de matéria-prima

Por Carlos Gallani, conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná) e diretor técnico da Bosch em Curitiba.

A indústria no Brasil está sofrendo com a falta de matérias-primas em diversos setores. O problema afeta a quantidade e a qualidade da produção em diferentes segmentos, como o automotivo, a construção civil, roupas, peças e maquinários. A escassez de insumos já é responsável por reajustes de preços no mercado global, atinge toda a cadeia industrial e o consumidor. Falta aço, resina, entre outros produtos indispensáveis no dia a dia das empresas.

A escassez gera o aumento de preços e a inflação: o consumidor já sente no bolso o impacto das restrições. O problema começou com a pandemia da covid-19 e abala as cadeias de suprimentos no mundo todo. Aqui no Brasil, o óleo, o arroz e a carne bovina são alguns dos alimentos que ficaram bem mais caros.

O congestionamento logístico e o encarecimento da energia também impactam nos custos de produção. As importações e exportações são assoladas por motivos variados, como a redução de contêineres. As instabilidades podem ser sentidas de forma global. Na China, por exemplo, já há o racionamento de energia elétrica nas indústrias.

No setor automotivo, também é possível sentir as consequências da crise sanitária, mas há quem aproveitou o momento para revisitar as estratégias e ganhar espaço competitivo na produção de fábrica, como a Bosch de Curitiba. A empresa não apenas minimizou os danos, mas também aumentou a produtividade, mesmo enfrentando dificuldades logísticas em função do aumento de custos dos fornecedores internacionais. A fábrica investiu em conectividade e seguiu a tendência da indústria 4.0 ao investir em inteligência artificial, que otimiza os negócios ao informar, em tempo real, possíveis problemas na cadeia de produção. O faturamento do grupo Bosch mundial tem uma previsão de crescimento de 3% até o final de 2021, comparado ao mesmo período de 2019, sendo que as divisões automotivas ainda não recuperaram os níveis pré-pandemia, impactadas pela falta de insumos, associado a uma transformação da mobilidade que ganhou velocidade nesse período.

Investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação é a solução para manter a competitividade no setor automobilístico. A escassez mundial de semicondutores impacta diretamente no preço dos carros, caminhões, máquinas agrícolas, outros veículos e componentes eletrônicos. Também é necessário pensar na mobilidade urbana, com foco na sustentabilidade e na redução de CO2, cujas emissões devem ser zeradas até 2050 na Europa e Estados Unidos, e até 2060 na China. Todos esses fatores exigem que haja uma expansão tecnológica nas empresas para que se cumpram essas metas. A crise dos semicondutores também está impulsionando investimentos em capacidade interna, para mitigar problemas e futuros gargalos na produção. Uma estratégia de impacto a médio e longo prazo. 

Ainda não é possível falar em pós-pandemia, pois vivemos sob restrições impostas por ela, mas é preciso que nos adaptemos às novas formas de gestão. É necessário o cuidado ininterrupto para manter as operações em alto nível, envolvendo todos os colaboradores e criando um ambiente empreendedor, com autonomia, confiança e responsabilidade. Assim nos mantemos como protagonistas do nosso futuro, deixando de ser parte do problema e nos apresentando como parte da solução no enfrentamento de instabilidades do mercado, que certamente irão nos desafiar ao longo de 2022.  

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