Tier: uma palavra e milhares de equívocos

Por Cássio Cardoso, publicado no portal Baguete

Criada em meados de 1990 pelo Uptime Institute, a norma Sistema de Classificação Tier, nasceu com o objetivo central de orientar o projeto de uma topologia de Data Center que proporcionasse elevados níveis de disponibilidade, ditados pelas estratégias e regras de negócios de seus proprietários.
Apesar da qualificação standard (norma), o documento criado também contém regras e procedimentos que avaliam os Data Centers pela sua capacidade de permitir manutenção e resistir a faltas.
Visando evitar confusão, o Uptime Institute recomendou o emprego de números romanos (I, II, III, IV) para identificar seus projetos baseados no Sistema de Classificação Tier.
Em abril de 2005, de alguma forma, a TIA-Telecommunications Industry Association veio a aplicar o sistema de classificação Tier do Uptime Institute em sua norma TIA-942 (Telecommunications Infrastructure for Data Centers), que permaneceu em sua última revisão, a TIA-942-A de agosto de 2010.
O conteúdo das classificações Tier publicado inicialmente no Anexo G da TIA-942 de 2005, e posteriormente no Anexo F da TIA-942-A de 2010, veio acompanhado de outras partes e subsistemas dos Data Centers, subdivididas em arquitetônica, mecânica, elétrica e telecomunicações, adotando a identificação dos Tiers com números arábicos (1, 2, 3, 4).
Complementando esses anexos, foram publicadas tabelas de referência indicando os requisitos de cada subsistema do Data Center versus respectivo Tier.
Apesar dos Anexos terem sido publicados com teor informativo não sendo efetivamente parte integrante da norma, pode-se perceber em diversas situações, em nível global, que estes Anexos tornaram-se de fato diretrizes, sendo “adotados” como roteiro e/ou check-list de projeto.
Esta “adoção” produziu o surgimento de muitas confusões, equívocos e interpretações inadequadas, o que resultou em deficiências nas topologias de projetos colocando em risco a continuidade de serviços e disponibilidade dos Data Centers.
O acordo de separação destas terminologias entre o Uptime Institute e TIA – Telecommunications Industry Association torna-se muito oportuno, neste atual momento mercadológico onde as soluções de virtualização, cloud computing e co-location encontram-se em franca expansão, e que exigem infraestruturas muito robustas e adequadas dos ambientes de missão crítica, os Data Centers.
Futuramente espera-se que este acontecimento venha a permitir aos clientes e proprietários de Data Centers realizar melhores escolhas relativas a projeto, construção, operação e manutenção e, principalmente, retorno de seus investimentos.
*Cássio Cardoso é Sócio-Fundador da Qualityware

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