Exportação ainda é um desafio para as empresas brasileiras de TI

Por Roberto Carlos Mayer, vice-presidente de Relações Públicas da Federação das Associações de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional)

Os dados revelados pelo Censo 2013 do Setor de Tecnologia da Informação, desenvolvido no Brasil pela Assespro Nacional, em cooperação com a ALETI (Federação das Entidades de TI da América Latina, Caribe, Portugal e Espanha) confirmam uma verdade que incomoda: o Brasil é o país que menos exporta em toda América Latina e Península Ibérica.

Os números são preocupantes: 83% das empresas brasileiras de TI não realizam qualquer tipo de exportação e dentre as que vendem para o mercado externo, apenas 2% alcançaram 30% ou mais da receita com esse tipo de negociação. Até mesmo países pouco representativos da América Latina conseguem resultados mais expressivos do que os obtidos pelas companhias brasileiras.

Vender para o mercado interno possui vantagens, mas em um setor tão competitivo como o de tecnologia de informação é necessário que mais empresas brasileiras possam exportar suas soluções para que o país possa estar presente no cenário global. Além de ampliar o leque de receitas, a prática acelera o desenvolvimento tecnológico, e a capacidade de atendimento das empresas. Ainda, o país se beneficiaria com a chegada de investimentos e profissionais estrangeiros dos mais qualificados.

Algumas barreiras ainda precisam ser quebradas para que o Brasil possa exportar soluções de tecnologia de informação. A primeira é a questão cultural: por parte dos compradores, as grandes empresas muitas vezes preferem soluções de classe mundial, importadas. O software nacional fica em segundo plano, no total do mercado interno, e não possui o estímulo necessário para receber investimento e concorrer com empresas de fora.

Como consequência, o nível de pesquisa e inovação praticado e muito baixo, e tudo o que é produzido acaba ficando no país, concorrendo com produtos estrangeiros (que recebem esse tipo de apoio em seus países de origem). A ineficiência ou inexistência de políticas públicas do governo para a exportação também contribui para esse fato.

Surge então o terceiro obstáculo para as exportações das empresas brasileiras de TI: a inovação brasileira é do tipo mercadológica, isto é, se vende o que é inovação para o cliente, mas não para o produtor da tecnologia. O Brasil precisa ousar, e partir para a inovação agressiva em maior escala, desenvolvendo soluções realmente inovadoras. É preciso criar algo que se transforme em um desejo de consumo, pois é isso que gera receita e garante vendas para outros mercados.

Em um mundo onde a inovação tecnológica é cada vez mais competitiva, as empresas brasileiras precisam passar essas barreiras e entrar em outros países. Só assim elas garantirão a sua sobrevivência no futuro e conseguirão as receitas necessárias para não ficarem para trás nessa intensa guerra global que envolve a área de TI.

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Brasil sobe em ranking mundial de serviços de TI e Curitiba ganha destaque em avaliação da consultoria A.T. Kearney

O Brasil subiu da décima segunda para a oitava posição no ranking do Global Services Location Index divulgado pela A.T. Kearney. O estudo aponta os melhores locais para contratação de serviços de tecnologia da informação. E Curitiba foi apontada como um dos principais destaques dentro do mercado brasileiro.

De acordo com o estudo da consultoria, a cadeia de valor para os serviços de negócios de back-office evoluiu dramaticamente ao longo das últimas duas décadas . Avanços contínuos nas tecnologias de comunicações e infraestrutura estão permitindo às empresas obter acesso a reservas de talento em locais ao redor do mundo que antes eram inacessíveis. Da mesma forma , o offshoring foi revolucionário para muitos países, dando-lhes um trampolim para a economia global enquanto a distância deixa de ser muito importante.

O ímpeto por trás dessa tendência tem sido a arbitragem de custos . Ao olharmos para trás , podemos ver três ondas de arbitragem que , apesar de terem surgido na seqüência , hoje estão todos agindo em conjunto:

– o offshoring , que consiste em localizar recursos em países de baixo custo , utilizando centros de propriedade e operado pelo offshorer;

– a terceirização , em que as operações de back-office são realizadas por terceiros especializados sob condições contratuais acordadas , o que torna a geografia relativamente indiferente à empresa contratar os serviços;

– a automação, uma onda que ainda está crescendo , em que os robôs são programados para executar tarefas de rotina muito menos dispendiosa do que trabalho de baixo custo.

Este documento inclui uma visão geral dos resultados de 2014 da AT Kearney Global Services Location Index ™ ( GSLI ), que busca trazer rigor para as decisões das empresas sobre onde localizar operações offshore . Ele também discute a segunda e terceira ondas de arbitragem , terceirização e automação examinando suas características definidoras , as novas tendências e implicações para executivos e líderes políticos.

Veja o ranking geral em http://www.atkearney.com/research-studies/global-services-location-index

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Brasil é um dos principais países com serviços offshore de TI, afirma Gartner

O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, identificou as 30 principais localidades offshore para serviços de TI. Neste ranking, o Brasil está em segundo lugar na América Latina, tendo o México, em primeiro, e a Argentina, em terceiro lugar. Os fornecedores de serviços de TI estão investindo em localidades alternativas ao redor do mundo, com o objetivo de atenderem às necessidades de empresas multinacionais. Esta tendência será apresentada durante o Gartner Symposium ITxpo 2012, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de outubro, no Sheraton São Paulo WTC Hotel.

Além destas 30 localidades, o Gartner aponta que mais 50 países já iniciaram atividades para estabelecerem um ambiente atrativo às empresas que querem investir em regiões com baixo custo ou se tornarem a “casa” dos fornecedores de serviços externos.
“Oportunidades de negócios estão crescendo em mercados emergentes e isto faz com que as empresas reavaliem suas escolhas de entrega global. Os fornecedores de serviços externos estão reconfigurando suas estratégias para ter maior alcance geográfico na medida em que novas localidades surgem”, afirma Cassio Dreyfuss, chairman do Gartner Symposium ITxpo 2012.

Atualmente, 63% das empresas usuárias de serviços de TI utilizam localidades na América Latina, 55% delas usam na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e 63% servem-se na Ásia e no Pacífico. A tabela abaixo apresenta as três principais localidades em cada região. Empresas da Europa Ocidental usam, predominantemente, a Índia (35%), Polônia (21%), Brasil (18%) e China (16%).
Novas localidades como Brasil, Polônia e Malásia melhoram a capacidade de entrega dos fornecedores, embora estes não pretendam substituir a Índia. As empresas, tradicionalmente situadas na Índia, estão estabelecendo modelos de entrega globais para altos volumes de recursos, com as habilidades, fuso horário e preços corretos para atender às necessidades dos clientes.

O Gartner afirma que estas localidades alternativas ganharão importância quando os clientes se atentarem às habilidades, como língua local e melhor compatibilidade cultural, e aos benefícios da proximidade, que devem gerar redução no tempo de viagens e fusos horários mais próximos para comunicação.

Os fornecedores estão começando a parar de investir na Índia e terão como objetivo criar uma “massa crítica” com estes centros. Isto permitirá a eles estabelecerem uma rede global, por meio da combinação de metodologias, ferramentas, processos e procedimentos em comum para ter consistência de entrega aos clientes, independente de onde estejam.

Ao mesmo tempo, a globalização dos negócios e suas oportunidades significam que os líderes operacionais e de fornecimento devem considerar, cuidadosamente, como os seus negócios precisam mudar para operar em diferentes localidades e como estas mudanças podem ser apoiadas.

Para determinar a efetividade do modelo de entrega de um fornecedor global de serviços, o Gartner aplica 10 critérios-chave:
• Gama de serviços
• Qualidade e profissionalismo
• Expertise de domínio
• Capacidade de resposta
• Inovação
• Preços
• Processo/metodologia de entrega
• Gestão do conhecimento
• Práticas contratuais
• Flexibilidade comercial e maturidade

Apesar do amplo uso de serviços offshore, muitas empresas se esforçarão para escolher fornecedores críticos e enfatizarão os custos como fator dominante em serviços entregues globalmente. Baseando-se nos 10 critérios-chave para avaliar e comparar a efetividade dos modelos, os analistas demonstrarão no Gartner Symposium ITxpo 2012, como as empresas podem aprimorar suas chances de encontrar um fornecedor que atenda às mais diversas necessidades de serviço.

As inscrições podem ser feitas pelos telefones (11) 3074-9724 / 3073-0625 ou pelo email brasil@gartner-la-events.com. Até o dia 25 de outubro, será concedido desconto especial de R$ 120,00.

As 30 principais localidades para serviços offshore, em ordem alfabética, são:
Américas: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e Uruguai
Ásia/Pacífico: Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã
Europa, Oriente Médio e África: Belarus, Bulgária, República Tcheca, Hungria, Ilhas Maurício, Marrocos, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia, África do Sul, Turquia e Ucrânia

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