Hackathon Curitiba: plataformas digitais de inclusão, voluntariado e cidadania são premiadas em maratona de programação

Foto: SMCS - Prefeitura de Curitiba

Após 36 horas de programação ininterrupta para desenvolver aplicativos e soluções tecnológicas que possam colaborar com a cidade, o Hackathon Curitiba 2015 definiu seus vencedores na noite deste domingo (29). Concluída a maratona digital que mobilizou mais de 100 participantes, movidos a muito café, pizza e cachorro-quente fornecidos por organizadores e patrocinadores, as equipes Rua 24 Horas, Teatro Guaíra e Memorial Ucraniano conquistaram, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiro lugar na classificação final.

O evento foi organizado pela Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria de Informação e Tecnologia (SIT), em parceria com a Universidade Positivo (UP) e o Sebrae-PR.

“A Prefeitura, como ente público, precisa criar condições para fazer uma cidade melhor. Uma das formas é incentivar a mobilização de atores que criem e proponham soluções para a cidade, que é o foco deste Hackathon. Acredito que muitas das propostas que vi aqui possam ter aplicação, se não imediata, em um futuro próximo”, afirmou o secretário de Informação e Tecnologia, Paulo Miranda.

Ao todo, 20 equipes entregaram aplicativos e plataformas digitais ao fim da maratona, que neste ano teve como tema “Suas ideias vão transformar a cidade”. Entre os trabalhos apresentados, havia programas voltados para meio ambiente, mobilidade urbana e inclusão de pessoas com deficiência, entre outras áreas.

As três equipes vencedoras foram premiados com vagas de pré-aceleração na HotMilk, aceleradora e consultoria da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Num segundo estágio, poderão dar continuidade em seus projetos por meio do Epifania, programa de aceleração de startups do Sebrae-PR.

Além disso, a equipe organizadora do Hackathon irá promover a aproximação das equipes com o Code for Brazil, grupo de hacker-ativismo cívico que apoiou a maratona digital promovida pela Prefeitura de Curitiba e que trabalha em diversos aplicativos voltados para a melhoria do ambiente urbano.

Vencedores

Criar uma plataforma baseada na tecnologia da microlocalização para facilitar a vida das pessoas com deficiência visual foi a proposta da equipe Rua 24 Horas, a vencedora na competição. Batizada Veever, a solução utilizaria beacons, pequenos dispositivos que emitem sinais de radiofrequência para outros equipamentos eletrônicos, para que, instalados em diversos pontos da cidade, possam enviar informações a pessoas com deficiência visual. Dessa, forma, elas seriam alertadas, por exemplo, a respeito da proximidade de um cruzamento viário ou de um ponto de ônibus, inclusive sobre as linhas que param no local.

“Acho que um dos grandes méritos do Hackathon é criar a oportunidade de colocarmos em prática nossa vontade de inovar. Este nosso projeto pode colaborar com a sociedade de forma eficiente e muito exequível”, diz Marcel Lima, 30 anos, um dos integrantes da equipe vencedora.

Em segundo lugar, a equipe Teatro Guaíra propôs a plataforma SuperVoluntário, que, nas palavras do integrante Vitor Flores, é baseada na crença de “que todos podem ser super-heróis”. O SuperVoluntário une duas pontas: o cidadão que deseja contribuir e a instituição que precisa de algum tipo de suporte. “A instituição cadastra na plataforma web mobile o evento em que busca interessados, e o indivíduo pode fazer buscas por ações do seu interesse e perfil”, explica Flores, que já havia participado da edição 2014 do Hackathon Curitiba.

O grupo Memorial Ucraniano, que também foi premiado, criou a Co-Ideas, plataforma de compartilhamento de ideias, soluções e projetos urbanos. Aquelas propostas cadastradas que forem as mais votadas pelos demais usuários são encaminhadas à secretaria ou órgão público responsável pela sua execução. “A Prefeitura poderia determinar uma linha de corte de, digamos, 2 mil votos para que o projeto fosse recebido para análise”, detalha Hebertom Kogut, 23 anos, estudante de Engenharia da Computação na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que integrou a equipe.

Avaliação

Os juízes da competição foram indicados pela Prefeitura, pelo Sebrae-PR e pelos patrocinadores do evento. A assessora de projetos na SIT, Ana Paula Guzela Bertolin, explica que a metodologia do evento foi baseada no conceito de “gamificação”, ou seja, considerou técnicas comuns ao design de jogos para favorecer o engajamento cooperativo e competitivo por meio de incentivos como pontuação, bônus ou premiações.

A pontuação das equipes ocorreu de acordo com critérios de qualidade técnica e viabilidade, além do atendimento à lista de temas, chamada wishlist, apresentadas na manhã de sábado (26). As soluções vencedoras obtiveram o maior número de pontos ao fim do evento.

Para estimular a multidisciplinaridade, as equipes compostas por universitários ou profissionais de mais de uma área do conhecimento receberam pontuação adicional. Além disso, desafios propostos no decorrer da maratona renderam pontos “extras” aos competidores.

Dados abertos

Um dos grandes diferenciais deste Hackathon esteve na disponibilização, pela Prefeitura de Curitiba, das bases de dados do Município. A iniciativa faz parte da Política de Dados Abertos, adotada oficialmente pela administração municipal em outubro de 2014 – quando foi publicado o decreto que estabelece parâmetros para que dados de órgãos públicos municipais sejam colocados à disposição da sociedade de maneira cada vez mais acessível.

Fonte: Prefeitura de Curitiba

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