Tendências em TI para 2023: o ano em que deveremos ser sustentáveis por padrão

Por André Prevedel, Chief Technology Officer & DPO da NEO

Estamos a pouco menos de dois meses do próximo ano e, neste momento, é importante pensarmos no que vem pela frente, a fim de entender as tendências para as organizações e para os usuários no âmbito da Tecnologia da Informação. E a consultoria Gartner, que considero uma referência importantíssima para quem quer entender a dinâmica do nosso mercado, anunciou recentemente uma lista de previsões estratégicas, não só para 2023, como também para os próximos anos. Os principais insights deste relatório apontam como os líderes de negócios e tecnologia podem reimaginar suposições e aproveitar o momento para transformar ambiguidades em certezas. 

A maioria dos líderes empresariais segue um princípio básico quando calcula a gestão de riscos: eles avaliam os cenários e trabalham para mitigar os problemas. E, quando falamos em tecnologia, a incerteza traz tanto oportunidades quanto riscos. Por isso, o estudo sugere a importância de re-imaginarmos suposições (especialmente aquelas enraizadas em um passado pré-digital) não só sobre como o trabalho é realizado, mas também como as relações entre Clientes e fornecedores evoluirão daqui para a frente e como as tendências atuais se desenvolverão. A pesquisa mostra que o pioneirismo, a otimização e a escala são os três pilares nos quais as empresas deverão investir no próximo ano – observando isto com afinco, acredito que teremos ideia de como aproveitar os momentos de incerteza e manter o movimento à frente, em uma constante.

No próximo ano, a tecnologia vai ser importante, mas olhar para a sustentabilidade será fundamental. O S da sustentabilidade no ESG estará cada vez mais em evidência, atravessando todas as tendências tecnológicas estratégicas para 2023, já que os CEOs ouvidos pela Gartner relataram que as mudanças ambientais e sociais são agora uma das três principais prioridades dos investidores, depois de lucro e receita. Isso significa que deveremos investir mais em soluções inovadoras projetadas para atender à demanda ESG para atender às metas de sustentabilidade, e que entregar tecnologia apenas por entregar não será suficiente. Será preciso considerar, antes de fazer qualquer investimento, como isso pode impactar as regulamentações ambientais, sociais e de governança (ESG). E vale lembrar que toda construção, investimentos e inovação deverão ter sempre o olhar e preocupações dedicados a fatores que permeiam o tema cibersegurança – mas, aí, já é conversa para um próximo artigo!

O fato é que, ao sermos “sustentáveis por padrão”, produzindo tecnologia sustentável, nos alinhamos ao que há de mais estratégico para 2023. Isto é, em minha avaliação, algo latente e urgente. Investindo mais em soluções inovadoras, que sejam projetadas para atender à demanda ESG, é o que irá nos permitir ajudar os nossos Clientes a atingir suas próprias metas de sustentabilidade, e sem deixar de lado o cumprimento das nossas metas.

Por fim, para que possamos aproveitar essa tendência que tem tudo para se concretizar, também precisamos pensar sob a ótica da sustentabilidade empresarial, considerando tecnologias como rastreabilidade, análise, energia renovável e Inteligência Artificial. Acredito que apostar em iniciativas que aumentem a eficiência energética e de materiais dos serviços de TI é o que nos permitirá proporcionar as melhores experiências.

Compartilhar

Dicas para profissionais em cargos de liderança em TI

Por Alvaro Oliveira, Chief Network Officer na Andela

A Tecnologia da Informação encara um crescimento acelerado em todo o mundo. De acordo com relatório divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), o mercado de TI deve se expandir em 14,3% em 2022, no Brasil, e em 6,4% em escala global. Para se ter um panorama do setor, em 2021 ele foi avaliado em US $ 45,7 bilhões. Com essa ascensão, é natural que os profissionais da área se desenvolvam e progridam constantemente na profissão, formando lideranças e cargos de influência acerca dos talentos que ainda estão iniciando a carreira.

Diante de cada vez mais desafios, o líder de tecnologia vem recebendo algumas expectativas por parte dos profissionais que embarcam em novos projetos, como um gestor que poderá oferecer suporte e desenvolver estratégias de coordenação do trabalho desempenhado por sua equipe. Ele também possui o compromisso de garantir uma jornada positiva e favorável aos colaboradores, ou seja, deve se preocupar em proporcionar o crescimento de cada talento na empresa.

Ao assumir um cargo com maior responsabilidade no departamento de TI de uma empresa, ou até mesmo dentro do mercado de tecnologia, é imprescindível que o profissional disponha de algumas qualidades e habilidades principais, as quais farão toda a diferença em designá-lo como um bom líder e gestor e, consequentemente, possibilitarão conquistar ótimos resultados aos projetos.

Conhecimento em business

Muitas são as posições que um líder em tecnologia pode ocupar. Uma das mais comuns é o CIO, conhecido como Chief Information Officer ou Diretor de Tecnologia da Informação, que é o executivo responsável por toda a área de TI de uma empresa e tem como responsabilidade definir a estratégia de tecnologia e supervisionar operações de infraestrutura e sistemas de computação. O ponto primordial para este líder é ser apto a gerenciar, eficientemente, os projetos com seus respectivos prazos.

Para ser líder em TI, conhecer as novas linguagens de programação é importante, porém, não é o suficiente. É possível dizer que um líder deve ter, sobretudo, habilidades sobre negócios. O know-how em gestão e estratégia contribui para que ele possa tomar decisões mais perspicazes e possam delegar as diferentes tarefas de um projeto. Vale ressaltar que atribuir as demandas aos devidos colaboradores – em vez de assumi-las sozinho – é um desafio, mas é impreterível para estruturar uma equipe excelente e expandir os negócios.

Da mesma forma, a inovação também é um elemento fundamental para qualquer negócio ter sucesso, especialmente na tecnologia. A propósito, uma pesquisa da ManageEngine revelou que 95% dos executivos consideram a Tecnologia da Informação responsável pela inovação nos negócios. Desta maneira, é inegável que a transformação digital impulsionou a presença e a importância do setor de TI para inúmeros segmentos.

Habilidades comportamentais

É essencial que, em todos os ramos profissionais, os líderes corram atrás de aperfeiçoar algumas habilidades comportamentais que fazem uma grande diferença na rotina de trabalho – e na tecnologia não é diferente, mas crucial. Uma delas é a oferta de disponibilidade, presença, escuta ativa e valorização do próximo. Um projeto dificilmente obtém êxito se os responsáveis por o gerenciar e liderar a equipe que nele atua não possuírem boa comunicação e empatia.

É necessário que as lideranças compreendam que o mundo passa por uma mudança contínua e que as novas gerações de talentos precisam se sentir acolhidas, compreendidas e que fazem parte da equipe, principalmente com o avanço do trabalho remoto, onde as percepções de trabalho colaborativo têm mudado profundamente e muitas pessoas começam a trabalhar já no modelo remoto.

Um líder também precisa estar aberto a diálogos para entender como os colaboradores estão se sentindo emocionalmente e ter uma visão holística dos profissionais e dos projetos em andamento, podendo saber como definir estratégias para manter ambos conectados de modo prático e eficiente.

Mente aberta às novas tecnologias

Com o decorrer do tempo, novos conceitos de tecnologia surgem e se tornam parte do dia a dia de trabalho. Por essa razão, não apenas os líderes como todos os profissionais de TI devem estar alinhados com as novidades do setor, buscando atualizações para que o seu conhecimento não se torne atrasado ou obsoleto.

É comum que novas linguagens de programação apareçam e despontem de tempos em tempos, mas há também muitos conceitos emergindo, como o Cloud Computing, que vem se consolidando no mercado e deve ser considerado um modelo de gestão de TI, por se tratar de uma tecnologia inteligente e avançada que permite o armazenamento e gestão de dados em alta performance e escalabilidade, bem como oferece mobilidade e produtividade com segurança de dados e redução de custos.

A Andela, marketplace global de talentos técnicos, tem a preocupação de conectar o brilhantismo com a oportunidade. Uma das mais diversas funções abrangidas em sua rede é o gerente de produto, responsável por gerenciar requisitos e entregar produtos de qualidade que estejam alinhados com as metas de negócios. Este é um dos primeiros cargos de liderança conhecidos no mercado e pode ser considerado um ponto inicial de experiência para profissionais de TI que desejam avançar na carreira e assumir funções de líderes em projetos, empresas ou negócios do setor.

Compartilhar

Integração: o grande desafio da indústria de varejo na era das aquisições

Por Gustavo Pipa, Diretor de Relacionamento para Varejo e Bens de Consumo da Capgemini Brasil

Estamos passando pela terceira onda de aquisições no mercado varejista e de bens de consumo no Brasil – um movimento iniciado antes da pandemia, que perdurou durante o isolamento e que deve se prolongar ainda por alguns anos. Mas enquanto os holofotes estão nas operações bilionárias por trás das junções e aquisições da indústria, há um desafio crucial, e que movimenta o dia a dia e o futuro dessas companhias: a INTEGRAÇÃO.

Unir equipes, valores e operações na cadeia de suprimentos e logísticas de duas varejistas é como traçar a rota de um voo com o avião no ar. Foi assim com as recentes compras do Grupo Big pelo Carrefour, aquisições de mais de 20 startups (entre elas Jovem Nerd, Bit55 e Kabum), da gigante Netshoes pela Magazine Luiza e da Hering pelo grupo SOMA. Uma lista grande e com alto potencial de crescimento. E em todos os cenários, a meta é realizar a transição da forma mais suave possível, mas isso não é uma tarefa fácil, traz uma complexidade gigantesca.

O olhar atento à cultura das empresas, base sobre as quais elas se erguem e se consolidam, talvez seja o primeiro grande gargalo da integração. Se analisarmos a primeira onda de aquisições que ocorreu no Brasil (de 1994 até 2002, impulsionada pelo Plano Real) e a segunda (entre 2003 e 2013, com o fim de um ciclo de boom econômico global), o desafio da integração de jornadas com a empresa em pleno funcionamento sempre existiu. Mas o que a onda atual tem como particularidade é a presença cada vez mais intensa e onipresente da tecnologia — que de aliada pode se tornar vilã sem o seu uso inteligente.

Temos mais ferramentas para gerir nossas performances e otimizá-las, mas também estamos diante de consumidores exigentes, com olhar e percepções ágeis. Ainda sobre o aspecto da tecnologia, estamos próximos, mas distantes (remotos), o que aumenta o desafio de manter times engajados e em sintonia com suas novas estratégias e funções. Com menos encontros e contato, surge o risco de perda da conexão com a nova realidade a ser construída dentro da organização.

Vencido esse grande passo (ou enquanto passamos por ele), esbarramos no processo de integração de sistemas, que por si só pode representar uma barreira em alguns processos. Primeiro, é preciso entender quais e quantos sistemas continuarão operando, destacar os mais críticos para o dia a dia e os sistemas considerados satélites, além de garantir toda a segurança dos dados. É preciso olhar para a tecnologia com uma ferramenta-chave no processo de facilitação dos fluxos de trabalho.

Para a roda seguir girando, é necessária uma boa governança. É essa a instância que irá gerenciar e liderar a rotina da empresa e orquestrar todas as demandas da junção. Para isso, um planejamento eficaz e uma equipe experiente de PMO, que conheça os processos e a indústria, são primordiais. Escolher e ajustar a melhor metodologia para cada caso, a partir das lições aprendidas com práticas do mercado, também faz muita diferença. E daí em diante é definir o plano de mudanças, os indicadores de desempenho a serem avaliados e todas as intercorrências que poderão impactar desfechos e o cronograma.
 
Em todo o negócio, um dos pontos mais críticos é enxergar quais processos precisam ser transformados para gerar valor para a companhia. E neste sentido, um olhar menos cuidadoso pode desestruturar toda a operação de integração, por isso é tão importante que o time de negócios esteja alinhado com as lideranças do processo. No varejo isso significa estar atento às constantes mudanças no perfil do consumidor, à urgência de experiências cada vez mais personalizadas e o surgimento constante de plataformas e ecossistemas.

Quaisquer que sejam as ferramentas das quais vamos lançar mão durante o suporte a uma integração, é fundamental ter no radar a premissa de extrair o melhor de cada companhia, com lideranças ativas e atentas ao ganho de sinergia, à fluidez e — para tanto — às pessoas, que são os grandes ativos e propulsores de qualquer companhia. Não haverá processos de integração iguais e que funcionem da mesma forma para todas as empresas ou segmentos, por isso quanto mais customizadas forem as ações, mais fluida será a transição.

Compartilhar

Dados e tecnologia como aliados na recuperação da aprendizagem no Ensino Básico pós pandemia

Por Vinicius Haidar, Gerente de Avaliações e Pré-Universitário no SAS Plataforma de Educação. 

O Censo Escolar 2022 deu início à coleta de dados de sua primeira etapa, mas depois de quase um ano do retorno às aulas presenciais já é possível afirmar que as lacunas na aprendizagem do Ensino Básico são um desafio atual latente das escolas no Brasil. Os dados do Censo de 2021 já vinham registrando esse cenário, depois de avaliar o impacto da pandemia no Ensino Médio por meio de um teste, no qual os alunos de todo o país acertaram, em média, somente 27% das questões de matemática e metade das questões de língua portuguesa. O estudo demonstrou ainda que a taxa de abandono escolar após a pandemia subiu mais de 2% somente na região Sudeste, incluindo Minas Gerais.

Quando falamos destes dados, acima de tudo, estamos olhando para pessoas e não somente números. São vidas que foram particularmente impactadas diretamente por essa “avalanche” do coronavírus e que, agora, precisam de suporte para retomar suas atividades e desenvolvimento. O processo de recuperação da aprendizagem será longo e demandará um trabalho constante por parte dos professores e mantenedores de escolas e, para serem efetivas, as soluções não podem considerar que todos os alunos de cada nível tiveram a mesma defasagem, já que há a realidade e particularidade de cada um. Somado a isso, o Ensino Médio também está lidando com a implementação de uma reforma, que já seria desafiadora por si só e, agora, precisa ainda considerar essa defasagem de aprendizado. Cuidar disso agora é a forma mais eficaz para reduzir os impactos nos próximos anos, que trarão, ainda, mudanças e atualizações do ENEM – e já é possível ver a insegurança dos alunos em relação aos próximos passos de sua vida quando vemos que 2021 teve o menor número de inscritos nesse exame desde 2055, seguido de 2022, segundo dado do Inep.

Para que tudo isso possa fluir, será fundamental que os profissionais da educação estejam preparados com planejamentos, estrutura e os recursos certos para agir. O docente, que também esteve em isolamento social nos últimos anos, não deve trabalhar sozinho nesta árdua missão e, por isso, o sistema de ensino escolhido para acompanhá-lo será determinante neste processo. Para isso acontecer, além de buscar por parceiros que ofereçam materiais pedagógicos atualizados, planejamentos integrados e flexíveis à sua realidade e plataformas mais completas, é fundamental que as escolas procurem por consultores especializados e dedicados e que comprovem, com números, a eficácia de suas soluções.

O primeiro passo para se resolver o problema é identificá-lo e, portanto, as avaliações diagnósticas com os alunos de todas as séries ajudarão os professores a entender onde estão as lacunas de cada aluno referente aos anos anteriores. E por que não aplicar essa avaliação via plataformas digitais que possam gerar relatórios? Além de agilizar o processo de avaliação, o docente recebe em mãos informações sobre cada componente curricular e área de maior dificuldade para aquela turma e para cada estudante. Mas os benefícios de adotarmos a tecnologia no ambiente educacional não param por aí e passam, tanto pela possibilidade de integrarmos os nossos planejamentos e adaptarmos conteúdos pedagógicos prontos às propostas específicas de cada escola, quanto de agregarmos novas dinâmicas de ensino, a exemplo das metodologias ativas e inúmeras vivências envolvendo a cultura digital e incentivando a autonomia e protagonismo dos estudantes. Ao colocarmos o aluno para estudar ou ser avaliado por meio de um ambiente digital, além de garantirmos um maior engajamento, já que ele está familiarizado com o modelo, ele realiza atividades destinadas exclusivamente para o seu desenvolvimento e o professor recebe um diagnóstico avaliativo com números e indicadores de erros e acertos, possibilitando um olhar mais preciso sobre a necessidade de aprimoramento de cada estudante. Estudos da base de dados do SAS Plataforma de Educação comprovam que o estudante que

Compartilhar

As novas propostas para C-Level após a pandemia

Por Thiago Gaudencio, coordenador do Comitê de Desenvolvimento de Lideranças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR)

As empresas mudaram a forma de trabalho nos últimos anos. Ambiente mais descontraídos e flexíveis atraíram muitos trabalhadores que se viam presos às amarras do trabalho tradicional. E os cargos de C-Level foram os mais impactados com essas atualizações nos modelos de atuação e contratação.

Com a chegada da pandemia de Covid-19, as mudanças foram aceleradas ao migrar grande parte dos escritórios para o modelo home office. Isso fez com que disparasse o crescimento de empresas digitais, que não dependem de presencialidade para funcionar. Dentre os principais movimentos que aconteceram neste cenário, é importante destacar a remuneração e incentivos ou benefícios concedidos aos colaboradores. A remuneração não é mais vista como valorização do profissional, por isso é importante oferecer incentivos e recompensas que venham em outros formatos. Flexibilidade se tornou a palavra-chave para que o colaborador se sinta valorizado pela empresa. Hoje é comum encontrar pacotes de benefícios personalizáveis, ou seja, o executivo tem liberdade para escolher benefícios que lhe interessam. O auxílio creche, por exemplo, pode agradar alguns funcionários que dependem do serviço, enquanto para outros seria inútil.

Além disso, é interessante que a empresa recompense o colaborador pela sua produtividade, nesse ponto entra a renda variável, que está se tornando cada vez mais comum para executivos, e atraído muitos candidatos para vagas com esse diferencial. Um estudo de remuneração para cargos C-level, elaborado pela Page Executive em 2022, mostrou que a remuneração fixa ainda corresponde pela maior parte do salário anual dos executivos, ainda respondendo por 88,3% da remuneração anual total dos entrevistados.

Para as novas gerações, millennials e gen Z, a remuneração não é mais a forma essencial de valorização do seu trabalho. Cada vez mais outros fatores como a qualidade do ambiente e entrosamento da equipe são levados em consideração. Hoje a figura do líder “imponente e duro” não existe mais, as soft skills são mais valorizadas nessas posições, principalmente flexibilidade e humildade.

É importante que o executivo de hoje saiba conectar os colaboradores com o propósito da empresa, para que tenham um objetivo em conjunto. A relação entre funcionário e empregador também passa a ser uma troca mútua, visto que os interesses e objetivos são compartilhados entre as partes.

Outro ponto importante é que após a pandemia, executivos que saibam lidar com a instabilidade do mercado e manter a liderança com as características citadas, começaram a ser muito valorizados. É interessante para as companhias contar com uma pessoa que consiga tomar decisões assertivas, com rapidez e que saiba arriscar sem tirar o pé do chão.

A perspectiva é que os executivos procurem por cargos que se enquadrem nos seus objetivos e estejam alinhados com a sua forma de ver o mundo, por isso as empresas tendem a se tornar mais flexíveis em relação aos benefícios e recompensas, para que possam continuar competitivas na contratação de lideranças executivas. Além de investirem mais em sua propaganda interna, incluindo o colaborador nos seus objetivos e pilares.

Compartilhar

O protagonismo da inovação para um agronegócio cada vez mais sustentável

Por Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon

O agronegócio brasileiro é responsável por aproximadamente 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Ele está historicamente à frente em sua capacidade competitiva, o que se relaciona diretamente com nossas características geográficas — clima, solo e diversidade de biomas — e com nossa cultura nacional. No entanto, outro fator também tem colaborado para potencializar o agro enquanto fonte de riqueza produtiva: o uso de tecnologias e práticas inovadoras a favor da sustentabilidade.

Esse é um tema cada vez mais discutido no mercado, tanto por exigência de consumidores mais conscientes e preocupados ambientalmente, como pela crescente necessidade global de preservar o que se tem hoje para garantir o futuro da sociedade. E, na pandemia, essas questões foram ainda mais fortalecidas. Segundo estudo do Instituto Ipsos, 85% dos brasileiros afirmaram acreditar que questões ambientais — como desmatamento, poluição e mudanças climáticas — devem ser tratadas como prioridade na recuperação do país pós-Covid. 

No agro, a atenção a esse tópico é essencial por diversos motivos. O principal é o simples fato de que, sem natureza, não há ecossistemas e matérias-primas e, consequentemente, não há agricultura e nem pecuária. Trabalhamos com o que o meio ambiente nos proporciona e, portanto, saber utilizá-lo da melhor forma é um compromisso do setor.

Nesse processo, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Aumentando a efetividade das produções e reduzindo desperdícios, ela tem contribuído fortemente na diminuição dos impactos ambientais. Não é à toa que, como resultado de muita pesquisa e inovação, o Brasil conseguiu crescer 420% na produtividade com um aumento de 47% da sua área de produção nos últimos 60 anos, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

Melhor para o meio ambiente e para o produtor rural

Além de reduzir o impacto ao meio ambiente, as práticas sustentáveis beneficiam os próprios agricultores. Há um melhor aproveitamento das áreas plantadas e mais produtividade e qualidade nos resultados alcançados, o que reflete em aumento de renda para o produtor rural. 

O uso de soluções da agricultura de precisão, como os controladores inteligentes de fertilizantes e herbicidas, pode reduzir em até 25% o uso de agroquímicos em uma operação agrícola, por exemplo. Uma logística automatizada, por sua vez, permite que as máquinas se desloquem menos e de forma mais eficiente. O planejamento detalhado das operações, aliado a ferramentas de controle de tráfego e monitoramento de frotas, garante agilidade aos processos e pode gerar economias de até 10% em combustível pela otimização do processo como um todo.

Podemos estimar que, em 2020, pelo menos 190 milhões de litros de combustíveis tenham sido economizados nas fazendas ao redor do mundo que utilizam tecnologias da Hexagon. Por conta disso, aproximadamente 500 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) deixaram de ser liberadas no meio ambiente. Somente a tecnologia para promover tanto estes benefícios ao meio ambiente quanto maior eficiência, economia e produtividade à agricultura.

Na mesma vertente, estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) projetam que o setor tem capacidade para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa provenientes das produções pecuárias e de soja até 2030. As estatísticas são importantes para comprovar o potencial das tecnologias em beneficiar o meio ambiente e, consequentemente, a sua importância para um agronegócio sustentável e eficiente. Com soluções inovadoras, podemos alcançar processos melhores para o agro, para a natureza e para toda a sociedade.

Compartilhar

Tecnologia edifica conexões entre o mundo virtual e o mundo concreto da construção civil

Por Michael Vicentim, superintendente de inovação e TI do Grupo A.Yoshii

Apesar das incertezas provocadas pela pandemia da covid-19, a construção civil registrou o maior número de lançamentos e vendas de imóveis dos últimos dois anos. Esses indicadores positivos impulsionaram os investimentos no setor que, atualmente, figura como uma locomotiva de crescimento e evolução em termos de lucratividade e empregabilidade. Hoje, construtoras e incorporadoras estão fazendo um alto investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e soluções que permitam desenvolver os projetos construtivos de forma mais econômica, rápida, sustentável e, principalmente, segura. 

O uso de Inteligência das Coisas ou IoT (Internet of Things), por exemplo, vem ganhando lugar de destaque, não apenas no período de execução das obras nos canteiros, mas também durante toda vida útil das edificações. O uso da IoT otimiza o desempenho e a produtividade na construção, ajudando a alterar, modificar, relatar e monitorar o canteiro das obras por meio de inteligência artificial. Muito além de um conceito futurista, esse mecanismo tecnológico auxilia na gestão remota de equipamentos e possíveis manutenções, maximiza a segurança dos colaboradores e profissionais, melhora a produtividade e assegura o cumprimento do cronograma de obras, economizando tempo e recursos. 

O uso da IoT aliada à automação ainda está em fase inicial no Brasil e não são todas as construtoras que adotaram a inovação em seus processos construtivos. Porém, alguns projetos já começaram a sair do papel e adentrar os canteiros. São construtoras que olham para o futuro, que não fazem apenas o que é obrigatório por legislação, mas que antecipam tendências, buscam soluções, e que, por isso, estão na vanguarda do setor.

Os empreendimentos inteligentes antevêem, ainda em fase de projeto e planejamento, a integração de tecnologias e recursos. Esses projetos são minuciosamente elaborados para oferecer serviços integrados e controlados por meio de softwares e aplicativos, atendendo às necessidades de consumo e estilos de vida dos futuros moradores. Por isso é tão importante investir em automação dotada de inteligência que permita ao condomínio atuar de modo preventivo. E, também, na economia de recursos naturais. 

Algumas construtoras já vêm utilizando automação ligada a IoT, por exemplo, com dispositivos inteligentes nas áreas comuns, entre eles: sensores de controle de acesso com uso de leitura facial para entrada segura nos edifícios; elevadores com acesso controlado por biometria; sensores de presença para iluminação que geram consumo mais eficiente de energia; entre outros. E, como é sabido, o uso dessas tecnologias permite uma série de novas possibilidades que vão desde o monitoramento de máquinas, uso de EPIs conectados, que reforçam a segurança do trabalhador, até inteligência de marketing para monitorar e analisar tendências de mercado.

Além da IoT, outro recurso inovador e surpreendente é a Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês). A metodologia permite criar soluções digitais com manejo coordenado de toda a informação de um projeto de engenharia e arquitetura. A evolução dos projetos em BIM, que também envolve parceiros externos, proporciona maior domínio sobre as atividades que serão executadas. É possível prever, também, as interferências que o projeto poderá sofrer no canteiro e antecipar soluções na execução da obra.

Além das integrações tecnológicas inovadoras, os empreendimentos do futuro baseiam-se em princípios sustentáveis. Despontam cada vez mais iniciativas que buscam solucionar problemas urbanos e melhorar a qualidade de vida das pessoas, como empreendimentos que priorizam a iluminação natural e a eficiência energética, a redução do consumo de água e seu reuso. Cabe destacar que a construção civil tem potencial para, não apenas melhorar a infraestrutura de uma cidade, como também otimizar a mobilidade urbana, aumentar a qualidade de vida da população e criar soluções sustentáveis que preservem o meio ambiente. O desafio é grande: como equalizar as tecnologias em engenharia e arquitetura ao movimento social global que demanda espaços mais conscientes, eficientes e racionais? 

Mais que um apartamento com vista privilegiada, provido de extremo conforto e segurança, o que se planeja, em cada detalhe, com o incremento de soluções e recursos tecnológicos, é a concepção de um lugar de existência e convivência entre as gerações do presente e do futuro. Não apenas no mundo virtual do metaverso e das NFTs. Mas, principalmente, no “mundo concreto” da boa e agora cada vez mais nova construção civil. 

Compartilhar

5 dicas para implantar a IA de forma estratégica

Por Eduardo Lugo, vice-presidente sênior de Vendas LATAM da Zendesk

Se perguntarmos a diferentes perfis de pessoas se tiveram uma experiência positiva ou negativa com um atendimento por chatbot, o que acha que elas vão responder? A experiência com esse tipo de suporte, que funciona com uma tecnologia de inteligência artificial por trás, ainda é decepcionante para a maioria dos consumidores – para ser mais preciso, para 60% deles, segundo o estudo CX Trends 2022.

Mesmo assim, esse é o caminho para um atendimento mais inteligente, eficaz e ágil. Sabe por quê? Se bem configurada, a IA é capaz de responder a uma solicitação de maneira mais veloz do que qualquer ser humano, sendo ainda uma poderosa aliada para mapear atuais e futuras necessidades do cliente, ajudando na assertividade das recomendações que serão dadas a ele. Além disso, a IA é ajustável a uma variedade de canais de atendimento, como whatsapp, chat e redes sociais, possibilitando uma conveniência maior ao consumidor.

Isso é maravilhoso para a estratégia de atendimento de qualquer negócio, desde que a inteligência artificial funcione corretamente. Como dizia o alemão Joseph Pilates, inventor do método de condicionamento físico que até hoje leva o seu sobrenome, o importante não é o que você faz, mas, sim, como faz. 

Por isso, a questão em si não é decidir por usar ou não a IA, mas como ela pode ser aplicada de forma a alavancar a experiência  de atendimento para um novo patamar, aproveitando os rastros digitais deixados hoje no ambiente online pelos consumidores.
A seguir, compartilho algumas dicas que podem ajudar a sua empresa a implantar uma estratégia bem sucedida de inteligência artificial.

  1. Identifique seus problemas de atendimento por volume

Para isso, considere as solicitações de clientes vindas a partir dos canais de atendimento tradicionais e digitais e tratadas pelos agentes de suporte, além das vindas por autoatendimento. Se a sua empresa for menor, foque nas top 10 solicitações. Se for maior, restrinja-se inicialmente a levantar os volumes de uma única área ou unidade de negócio.

  1. Agrupe os problemas por tipo de suporte

Uma vez identificado o volume das maiores demandas dos clientes, é hora de agrupá-las por tipo de suporte que exigem. Pense em agrupar por a) problemas que precisam de um ser humano para serem resolvidos, b) problemas que podem ser totalmente automatizados e c) problemas que exigem uma combinação de ambos os tipos de atendimento.

  1. Insira a IA nos atendimentos que podem ser automatizados

Para os atendimentos que podem ser totalmente automatizados, determine se a inteligência artificial ou a automação podem criar uma experiência melhor para o cliente do que a atualmente oferecida por um ser humano. Isso inclui fluxos de trabalho ou processos dos agentes que podem ser simplificados ou aprimorados.

  1. identifique as oportunidades entre os problemas

Priorize os problemas que, além de receberem um suporte automatizado, também representam uma oportunidade de negócio para a empresa, como redução de custos ou possibilidade de novas vendas (upsell).

  1. Automatize a resolução dos demais problemas

Uma vez priorizado os problemas que trazem oportunidades de negócios, mude para os demais que também podem ser totalmente automatizados e ainda melhorar a experiência geral do cliente – mesmo que isso não gere nenhum benefício comercial direto para empresa.

O que quero deixar claro aqui é: os chatbots não devem tentar resolver problemas que exigem envolvimento humano. Se você está buscando isso, certamente criará uma experiência muito pior para o seu cliente. Da mesma forma, os agentes não devem se enrolar fazendo a triagem de tickets ou respondendo a clientes que precisam redefinir senha, procurar o nome de usuário ou verificar seu status do pedido. Para acertar a mão em inteligência artificial é preciso se perguntar constantemente em que ponto a IA é melhor do que os humanos para o seu negócio.

E assim como dizia o Joseph Pilates, é preciso continuar tentando, treinando e em movimento. Para atingir um bom condicionamento físico, não podemos ficar parados!

Compartilhar

O que esperar do segundo semestre de 2022?

Por Beatriz Machnick, CEO e fundadora da BM Finance Group 

O cenário, nesse segundo semestre de 2022, envolve a contínua desvalorização da moeda, alta da inflação, crise logística e instabilidade internacional – e, a partir de meados de agosto, a campanha presidencial brasileira, sem falar na Copa do Mundo no fim de novembro.

Nesse contexto de turbulências e ansiedades, são inúmeros os desafios para as empresas realizarem seus planos estratégicos – em alguns casos, incluindo sobreviver até o fim do ano sem dívidas e outros passivos.

Mas como contornar tudo isso e tirar proveito dos próximos meses? Minha principal dica, seja qual for o contexto econômico e político, é: não se avança sem revisitar o planejamento financeiro! É preciso que o empresário se questione: como foi o ano até aqui? O que eu planejei deu certo no primeiro semestre? E como posso me adequar para seguir adiante?

Pois bem, considero fundamental utilizar ferramentas amplamente conceituadas para isso. Uma delas é a análise de SWOT, que permite incluir variáveis de cenário ou de ambiente, seja ele interno ou externo. Com o sistema, a empresa consegue visualizar suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da concorrência ou outros fatores, para se posicionar sobre como irá competir no mercado e definir estratégias para atingir suas metas em meio a um mercado com oscilações econômicas. E nada melhor do que corrigir a rota enquanto é tempo.

Depois de feita toda essa análise, é possível sair de um momento em que se tem pouca informação sobre dados que indicam uma projeção futura para um indicador mais exato da margem que se tem para os próximos meses.

Mesmo assim, o serviço prestado pela organização pode enfrentar consequências de decisões produzidas em contextos turbulentos. A fim de evitar choques, esses fatores devem estar explícitos no planejamento financeiro e estratégico da empresa, ao lado das forças internas e externas que contribuirão para que novas oportunidades surjam. Essa operação tende a minimizar as ameaças presentes no cenário do negócio.

Além da análise SWOT feita de maneira bem alinhada, observamos que o gestor financeiro passou a ter uma posição mais ativa dentro das empresas, e ele deve ser ouvido sempre, pois pode trazer soluções de problemas e conflitos e um posicionamento mais estratégico de orientação ao negócio. Ou seja, percebe-se que empresas que conseguem caminhar junto ao departamento financeiro conseguem obter melhores resultados até mesmo no curto prazo.

A empresa pode ainda se preparar ao projetar três diferentes cenários. Um totalmente favorável, um desfavorável e outro equilibrado. Usando o terceiro como ideal, terá todas as situações necessárias e visíveis para continuar fora da crise. Assim, terá técnicas para atuar de maneira sensível e aproveitar as oportunidades que surgirem em seu ramo.

É claro que temos a tendência de “sair fazendo”, e a agilidade e espontaneidade são realmente necessárias no mundo empresarial – e o meio do ano é mesmo um tempo de muita ação. Mas não deixe de se munir de dados confiáveis e de analisar sua rota com frequência – o resultado ao fim do ano agradece!

Compartilhar

Problemas com dados? Alguns benefícios para o setor de serviços financeiros

Por Mirian Cruz, Líder de estratégias digitais na IBM Brasil

Um dos maiores dilemas da indústria financeira é conseguir utilizar os inúmeros dados que detém. De acordo com o AI Adoption Index da Morning Consult e IBM, 53% das empresas de serviços financeiros na América Latina contam com mais de 20 fontes diferentes – como bancos de dados e Internet das Coisas (IoT) – para alimentar seus sistemas de IA, Business Intelligence e Advanced Analytics, enquanto algumas dessas organizações lutam com até 1.000 fontes de dados. Consequentemente, o maior desafio é como gerenciar, manter e integrar diferentes fontes de dados de uma mesma empresa, no mesmo local, de forma segura e com acesso aos profissionais que precisam dessas informações para tomar melhores decisões.

O conceito Data Fabric está se tornando cada vez mais relevante e é uma arquitetura que facilita a integração de ponta a ponta de diversas fontes de dados de diferentes áreas do negócio e ambientes de nuvem por meio de sistemas inteligentes e automatizados. As equipes de gerenciamento de dados estão aproveitando-o para unificar seus sistemas de dados díspares, incorporar a governança, fortalecer as medidas de segurança e privacidade e fornecer melhor acesso de dados aos funcionários, principalmente aos usuários corporativos.

Assim, uma empresa de serviços financeiros poderia acessar plataformas de dados para investimentos, empréstimos, contas, atendimento ao cliente, promoções, entre outros, de um único lugar. Dessa forma, eles alcançariam uma visão holística do ciclo de vida do cliente e seriam capazes de fazer conexões entre dados que não existiam antes para tomar melhores decisões e entregar experiências mais satisfatórias.

A arquitetura do Data Fabric facilita os aplicativos de autoatendimento, democratizando o acesso aos dados e incluindo profissionais além dos recursos técnicos, como engenheiros de dados, desenvolvedores e equipes de análise de dados. Ao mesmo tempo, a redução dos gargalos de dados incentiva uma maior produtividade, permitindo que os usuários de negócios ajam mais rapidamente e liberam os usuários técnicos para priorizar tarefas que fazem melhor uso de suas habilidades.

Essa ampliação do acesso não significa comprometer as medidas de segurança e privacidade dos dados. Na verdade, mais proteções de governança são criadas em torno dos controles de acesso, garantindo que dados específicos estejam disponíveis apenas para determinadas funções. O Data Fabric também permite que equipes técnicas e de segurança implementem mascaramento e criptografia de dados em torno de informações confidenciais e proprietárias, mitigando riscos relacionados ao compartilhamento e vazamentos de dados.

Na IBM, trabalhamos com nossos clientes para promover culturas organizacionais baseadas em dados, onde toda a empresa tem as habilidades certas para aproveitar os dados e sua administração é feita sob padrões de transparência e responsabilidade. Uma abordagem integrada garante que as pessoas certas tenham as informações de que precisam no momento certo, em um ambiente seguro e com suporte de dados confiáveis, imparciais, de qualidade e em tempo real.

Quando a arquitetura é mais difícil de manter do que usar, geralmente é descartada. O Data Fabric permite uma abordagem holística ao unificar diversas fontes de dados hospedadas em diferentes ambientes, possibilitando que as organizações impulsionem a modernização, acelerem a inovação, personalizem o atendimento, criem confiança em seus dados e melhorem a colaboração. Além disso, por meio de uma abordagem de nuvem híbrida, a empresa poderá migrar estrategicamente suas cargas de trabalho para a nuvem, em um ambiente seguro e que permita cumprir as regulamentações locais. Dessa forma, a organização poderá infundir a IA em todo o seu negócio com mais facilidade, rapidez e segurança.

Compartilhar

Irrigação inteligente no campo é caminho para aumento da produtividade agrícola

Por Eduardo Porto Navarro, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da ABIMAQ

A crescente preocupação com a utilização sustentável dos recursos hídricos, demanda a aplicação de novas tecnologias que utilizem a água de forma racional, enquanto aumentam a produtividade no campo.

Em seu discurso na cerimônia de abertura na AGRISHOW, o presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, João Carlos Marchesan, disse textualmente que menos de 15% da área total cultivada no Brasil utiliza a tecnologia da irrigação, no entanto, representa mais de 40% dos alimentos produzidos, explicando assim a importância do setor, uma vez que a China irriga 70 milhões de hectares, os Estados Unidos 17, e no Brasil 7. Por isso que necessitamos de investimento. Para continuar produzindo, alimentando o povo brasileiro, e gerando divisas para o País. Assim, foi sugerido que o Proirriga – Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido tenha uma ampliação do volume de recursos para R$ 5 bilhões.

Com clima tropical, água em abundância – 14% do total de água potável do mundo –, e utilizando-se menos de 10% do solo para plantio sem a necessidade de desmatar, o país tem vantagens naturais que se sobressaem em relação a outros países. Conforme um levantamento realizado pela Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), da ABIMAQ, a área total irrigada em 2020 foi de 249.225 mil hectares contra 209.500 mil, em 2019 – aumento de 18,96%. Desse total, 117 mil hectares foram de irrigação por aspersão com pivô central, contra 97,5 mil, no mesmo período comparado – aumento de 20%.

A produção nacional segue um padrão global de qualidade elevada, que passa pela evolução da inteligência artificial aplicada às máquinas, cada vez mais precisas, conectadas e baseadas em dados. Essa nova realidade do setor ajuda a acelerar os processos e facilita a vida do produtor.

2020 foi um ano interessante para o produtor, que promoveu mais investimentos em tecnologia. As projeções indicam ainda que o setor de irrigação no Brasil poderia crescer muito mais para chegar perto de países como a China, que irriga 70 milhões de hectares por ano; e a Índia, que irriga 76 milhões de hectares por ano. 

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agriculgura (FAO) prevê um aumento de 47% na demanda mundial por alimentos até 2050. Assim, a irrigação no Brasil deve contribuir para aumentar a produção de alimentos, mas deve melhorar a sua eficácia (o que fazer) e sua eficiência (como fazer). E temos tecnologia para isso.

A agricultura irrigada no Brasil vem crescendo ano a ano. Em 2019, a média de área incrementada foi de 200 mil hectares, e em 2020, o crescimento foi para 250 mil hectares, com potencial de expansão acima de 350 mil hectares ano a ano. Para tanto, julgo ser necessário fazer pequenos ajustes, como incremento de turnos, layout na instalação de equipamentos de irrigação e logística para escoamento da produção. Afinal, não se pode perder de vista que a história do surgimento da irrigação no mundo se confunde com a história da agricultura e da prosperidade econômica de inúmeros povos antigos. Muitas das civilizações se originaram em regiões áridas, onde a produção só era possível com o recurso da irrigação.

Esse é o caso do Nilo, no Egito; do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia e do Ganges, na Índia (ano 1.000 a.C.), locais em que populações nasceram e cresceram graças ao uso eficiente de seus recursos hídricos.

Compartilhar

Como resolver a escassez da mão de obra de TI nos próximos anos

Por Guilherme Junqueira, CEO e fundador da Gama Academy

Em nenhum momento da história houve tanta oferta de emprego para a área de TI como agora. Segundo o estudo ‘Demanda de Talentos TIC e Estratégias TCEM’, divulgado no final de 2021 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologia Digital (Brasscom), as empresas tech demandarão o trabalho de 797 mil pessoas até 2025. A projeção é de um déficit de 530 mil talentos em cinco anos.


Esse cenário deixa claro a falta de mão de obra qualificada e a urgência de soluções que consigam resolver essa equação. E, embora a tecnologia tenha começado a avançar desde o século XVIII, com as inovações obtidas por meio da introdução de máquinas e equipamentos, que ela tenha passado por um novo momento com a chegada da quarta revolução industrial e a era da conectividade, foi nos últimos dois anos que o mercado deu um salto de crescimento.
 

Justamente porque, neste período, mais empresas foram forçadas a digitalizar seu negócio, seja para sobreviver ou para atender uma alta demanda dos consumidores, como no caso do e-commerce. Sem falar de outras procuras como otimização e automação de processos internos, na adesão à LGPD e experiência do cliente.
 

Felizmente, estamos passando por uma ressignificação das carreiras. Hoje, as pessoas se questionam sobre seus valores junto aos das organizações e avaliam melhor sobre se suas remunerações estão equilibradas com seus méritos. Elas vão muito mais atrás de um senso de pertencimento e buscam, inclusive, mercados mais atrativos para investirem e se dedicarem e, com isso, passam também a buscar cursos e especializações para auxiliar em suas mudanças de carreiras.
 

O investimento em educação é uma das soluções, para começar a resolver toda a escassez de mão de obra. As empresas e o próprio setor de RH também passaram a entender seu papel social na transformação de pessoas e de toda a sociedade e começaram a implementar benefícios mais atrativos, inclusive, se tornando competitivas aos olhos de empresas internacionais que já vinham implementando pacotes para home office, salário em dólar, oportunidades para viver no exterior e jornadas de trabalho mais justas. Entenderam que fazem parte de uma engrenagem e podem oferecer mais equilíbrio e sustentabilidade, ajudando a empregabilidade do País e a geração de mais oportunidades para diferentes perfis.
 

As edtechs, junto aos líderes das das organizações e também junto dos RHs, assumem um papel de protagonismo na mudança inicial. Oferecendo cursos de formação, apoio remunerado para pós-graduação e especialização, treinamentos de aperfeiçoamento de hard skills e soft skills, processos de treinamento para os processos de upskilling e reskilling, sem contar outros benefícios que, combinados, como é o caso dos pacotes de saúde psicológica, garantem mais escalabilidade, engajamento e evolução de equipes.
 

Para um futuro breve, teremos mais lançamentos de plataformas gamificadas, softwares completos de educação, tecnologias apoiadas em IA (inteligência artificial) e também, criações de programas e cursos, com selos e certificados de qualidade que formarão novos profissionais e qualificarão aqueles que já possuem algum curso afirmado em seus currículos.
 

O mercado continuará se preparando para alavancar novos talentos e é essa perspectiva que deixa o cenário otimista. Ainda que esteja faltando essa mão de obra qualificada para a área tech que falamos, novas atitudes já estão sendo tomadas para melhorar esse cenário e a educação, aliada a tecnologia, serão, sem dúvida, condutores para essa mudança.

Compartilhar