Tecnologia no campo: rumo a um agronegócio mais rentável e responsável em 2024

Por Fabrício Orrigo, diretor de produtos de Agro da TOTVS

O Agronegócio é uma potência nacional, mas que deixou um pouco a desejar em 2022, caindo sua participação no PIB de 26,6% para 24,8%. Agora, em 2023, a projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o centro de estudos Cepea, da Esalq/USP, é ainda mais baixa. A projeção é de que o PIB do Agronegócio brasileiro de 2023 caia quase 1%, fechando com R$2,6 trilhões frente a R$2,62 trilhões em 2022.

A previsão para o agronegócio em 2024 é se manter estável, em comparação a 2023. Acompanhando pesquisas e o mercado, é preciso observar que há vários fatores que influenciarão diretamente os resultados do presente ano, como a relação entre os preços de produtos e custos de produção nos diferentes segmentos, da magnitude da retomada da agroindústria e dos efeitos climáticos, principalmente do El Niño, sobre a produtividade do Brasil.

Para se destacar, é preciso que o setor destine os investimentos nos pontos certos, para obter melhor desempenho em meio às oportunidades de negócios. Abaixo, abordo alguns pontos de atenção para o mercado do Agro ter no radar.

Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) tem sido amplamente implementada no agronegócio, que pode usá-la para diversas finalidades, desde previsões climáticas e dados de colheita, até o processamento de dados de mercado em grande escala. Os resultados podem ser usados para acelerar a tomada de decisões sobre várias etapas do processo de plantio.

Outra utilidade é o monitoramento do plantio. Com a ajuda de imagens e informações fornecidas, a IA auxilia na identificação de pragas, diagnóstico de doenças e sugestão de medidas de controle fitossanitário. A inteligência artificial pode apoiar ainda o gerenciamento de recursos com base no histórico das atividades e parâmetros de consumo, oferecendo insights de melhor aproveitamento dos insumos.

A manutenção preditiva dos equipamentos também pode ser aprimorada pela IA, um diferencial importante no dia a dia do campo. Por meio da integração de dispositivos e a análise constante da IA, é possível que o sistema gere alertas de manutenção preventiva das máquinas, fazendo com que não haja paradas inesperadas e, consequentemente, a parada ou o atraso na plantação ou colheita.

Bioenergia de etanol de milho

Segundo projeções do consultor do Safras e Mercado, 2023 registrará uma safra de 84 milhões de toneladas de milho e estima-se que, em 2024, o volume suba para 88 milhões de toneladas. Dessa demanda, 14,5 milhões de toneladas foram utilizados para a produção de etanol de milho e, para o ano que vem, a previsão de uso é de 18 milhões de toneladas.

Diversas usinas foram criadas durante o ano, até mesmo se preparando para aproveitar a demanda do próximo ano. Para atendê-las, há sistemas que fazem o acompanhamento, controle e gestão de todo o ciclo de produção, do plantio à colheita, da logística ao processo industrial do milho e da cana-de-açúcar. A geração de bioenergia conta com um processo muito técnico e rigoroso, portanto o monitoramento eficiente é essencial.

Comercialização de commodities

O Brasil é um imenso produtor de commodities e, apesar do recuo nos indicadores de preço do Banco Central, a tendência é que as negociações sejam impulsionadas em 2024. Por ter uma negociação diária e extremamente dinâmica, com alguns fatores de risco e influência, é preciso que as empresas agrícolas tenham ferramentas de comercialização e precificação aderentes a essa realidade. Hoje, o mercado disponibiliza soluções específicas para a automatização de cálculos de precificação, com base em índices flutuantes e premissas de modelos de precificação. Esses processos garantem uma operação mais segura e otimizada, com uma gestão de contratos mais inteligente e ágil.

Crédito Rural

Analisando o cenário à parte do programa de concessão de crédito do Governo Federal, a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrou 128.584 contratos dos produtores, correspondente a R$131,8 bilhões de financiamentos liberados pelas instituições financeiras. O crédito rural é parte importante para a modernização da agricultura nacional, já que grande parte dos produtores utilizam os recursos para investir em equipamentos e tecnologias que incrementam sua atuação.

Sustentabilidade

A agenda ESG tem se fortalecido e no contexto do Agronegócio toma uma proporção ainda maior. Práticas de cultivo mais sustentáveis, uso eficiente de recursos hídricos, agricultura de precisão e crédito de carbono são temas em pauta. Existem ferramentas que podem apoiar os produtores a implementar práticas sustentáveis no campo, gerindo de forma eficiente os recursos naturais e os insumos agrícolas. Há também soluções que já calculam o impacto e a geração de carbono, a fim de promover uma compensação futura ou a venda/compra desse crédito.

Outro fator que contribui para essa necessidade de transformação do agro é o consumidor. Vemos uma crescente ênfase na procura por alimentos orgânicos e de procedência confiável, de plantações que contem com práticas sustentáveis. Nesse sentido, os produtos rurais podem se destacar a partir da implementação do blockchain, ferramenta que mapeia e garante todo o “deslocamento” do material e em todas as suas fases, podendo ser lido através de uma etiqueta com código 2D (QR Code).

O agronegócio está navegando por um cenário dinâmico, impulsionado pela tecnologia, pela busca de práticas mais sustentáveis e pela evolução nas políticas de negociação. A convergência dessas tendências cria oportunidades significativas para a inovação, promovendo um setor agrícola mais eficiente, transparente e alinhado com as expectativas da sociedade e do mercado global, para isso, vale estar preparado.

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Inteligência artificial e emprego: o terror dos burocratas e a oportunidade de ser mais produtivo

Por Agustín Huerta, vice-presidente sênior de tecnologia da Globant

É possível que a Inteligência-Artificial (IA) possa redigir e revisar contratos em questão de segundos, substituindo o trabalho que os advogados fazem atualmente? A mídia pode se apoiar inteiramente em ferramentas como o Chat GPT para escrever artigos do jornal? E será possível que, num futuro próximo, os resultados de uma ecografia sejam validados por uma aplicação especializada em diagnósticos médicos? Bom, embora pareça incomum à primeira vista, estas práticas estão se tornando cada vezes mais corriqueiras. E cabe a nós refletir.
 

A crescente capacidade das “máquinas” nos faz pensar ou pior, acreditar, que os algoritmos matemáticos tomarão decisões mais precisas e eficientes do que os humanos, tornando obsoletos os diversos trabalhos essenciais nos dias de hoje. Vale reparar no desaparecimento dos carteiros que batiam à porta das casas com correspondências de amigos e familiares, ou do funcionário que recomendava filmes nas locadoras, ou do jornaleiro na banca de revista, que distribuía centenas de exemplares com as notícias mais quentes do dia. Esses são exemplos claros de como mudamos a forma como consumimos produtos e serviços.
 

O fato é que a IA terá uma influência direta na forma como trabalhamos, gostemos ou não. Os pensadores mais apocalípticos propõem cenários de alta performance nas próximas décadas, enquanto outros pedem uma reconversão do mercado e o surgimento de novas demandas que antes não existiam, como o desenvolvimento de software, do marketing digital, da análise de dados e do surgimento dos drones.
 

Diante a isso, é possível refletir que a Inteligência Artificial terá impacto em tarefas específicas e não tanto em trabalhos internos. Por exemplo, o ChatGPT pode funcionar como um assistente de repórteres na redação de conteúdo, no entanto, os textos ainda necessitam da supervisão humana para gerar uma melhor entrega. Com o apoio da ferramenta, é provável que o jornalista aumente a produção quantitativa e qualitativa desses textos, mas seu papel continuará sendo necessário, como “maestro da orquestra”.
 

Além disso, cada trabalho desenvolvido por esta tecnologia tem aspectos contextuais que não podem ser omitidos. Uma empresa multinacional, por exemplo, não pode deixar que uma máquina decida sobre as estratégias jurídicas da organização. Contratos deste porte, todavia, são importantes e, ao mesmo tempo, complexos para serem confiados inteiramente a uma ferramenta que possui alta margem de erro e que não pode assumir responsabilidade legal pelo trabalho que executa.
 

Contudo, a Inteligência Artificial expulsará burocratas, intermediários desnecessários e funcionários que não agregam valor às empresas. Ter que aproveitar a tecnologia para ser mais produtivo e eficiente terá uma grande vantagem sobre tarefas que podem ser facilmente automatizadas, perdendo, assim, a oportunidade de se destacar em um mercado de negócios cada vez mais competitivo. Sendo assim, é muito mais lucrativo focar no que a IA pode fazer para melhorar nos trabalhos, ao invés de se preocupar em como ela pode prejudicar. Nesta linha, os negócios serão valorizados como nunca.
 

Por outro lado, a Inteligência Artificial eliminará o que se chama de desk work, ou seja, tarefas mecânicas e repetitivas que não exigem um alto nível intelectual para serem executadas. No entanto, essas tarefas também ocupam parte do nosso tempo e podem servir como uma pausa mental. Nesse contexto, seríamos capazes de trabalhar oito horas por dia sendo altamente criativos ou estratégicos se tarefas repetitivas fossem lançadas sobre nós? É improvável que possamos manter um ritmo tão intenso sem uma pausa mental.
 

Seja qual for o futuro dos negócios e da IA, é fundamental ter em mente a importância da educação e da conscientização sobre o assunto. Devemos discutir o tema também em ambientes familiares, salas de aula, empresas e espaços políticos para entender os riscos e os benefícios que a IA pode apresentar, assim como garantir que ela se desenvolva de forma produtiva e em benefício da humanidade. Incentivar o debate é essencial para moldar um futuro de trabalho mais sustentável e equitativo.

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Política industrial baseada em missões

Por José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ

É louvável que o Governo Federal tenha reativado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), grupo vinculado à Presidência da República, que não se reunia há 7 anos. O CNDI será responsável por debater e elaborar a nova política industrial para o Brasil e, já na primeira reunião de seu Comitê Executivo, definiu 7 missões para política industrial.

Também é louvável saber que “a indústria será o fio condutor de uma política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento” como dizem o Presidente Lula e o Vice Presidente Alckmin, no artigo “Neoindustrialização para o Brasil que queremos” recentemente publicado no jornal O Estado de São Paulo, já que a situação da indústria brasileira há décadas preocupa.

Em 1985, a indústria de transformação representava 35,9% do PIB e hoje apenas 12,9%. Por si só este quadro seria motivo de preocupação, mas trouxe consigo a perda de importância de bens de média-alta e alta intensidade tecnológica na sua estrutura e o encolhimento do seu nível de produtividade. Dados da FGV mostram que entre 1995 e 2022 o desempenho da produtividade da indústria de transformação foi negativo em 0,9%.

Os impactos deste processo na economia brasileira foram duramente sentidos nas últimas crises internacionais. A ausência de cadeias bem estruturadas para a produção de bens estratégicos como medicamentos, equipamentos hospitalares, fertilizantes, componentes eletroeletrônicos entre outros, aprofundaram a crise ao impedir o pleno abastecimento do mercado produtor e consumidor.

Essa falha no mercado, provocada pelo aumento da dependência de um único ou principal fornecedor internacional, mostrou a fragilidade das cadeias de suprimentos. Ocorreu não só no Brasil e provocou uma onda de reavaliação das estratégias nas principais economias, trazendo novamente a importância da Política Industrial desta vez focada em ações que pretendem mudar o futuro da indústria e o seu desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Neste contexto, o CNDI ao estabelecer as missões e desafios a serem enfrentados pela neoindustrialização, colocou o Brasil em alinhamento com as nações que vêm aderindo a essa tendência. É necessário priorizar o desenvolvimento de instrumentos e políticas públicas que garantirão as oportunidades e desafios aos investimentos e expansão de fronteiras tecnológicas.

Estas políticas precisam de ação contínua, dispor de um sistema robusto de acompanhamento e de avaliação de desempenho em horizontes de médio e longo prazo visando permitir, sempre que necessário, adequações aos objetivos propostos. Precisam ter tempo para começar e para terminar e metas quantificáveis para serem atingidas.

A Política Industrial, se integrada à Política de Comércio Exterior, bem como à Política Macroeconômica de forma estratégica e objetiva, contribuirá de forma mais assertiva ao desenvolvimento da economia nacional, focado no processo de mudança tecnológica, inclusão social, e nas preocupações relacionadas aos efeitos da mudança climática.

Se focada adicionalmente na eliminação das assimetrias que tiram a competitividade da indústria nacional, que passa pela resolução dos problemas estruturais que resultam no “Custo Brasil”, abrirá espaço para desarmar a armadilha da renda média que prende o país na categoria de “em desenvolvimento” há décadas.

As missões estratégicas definidas para serem percorridas tem o potencial de desenvolver e transbordar conhecimento por toda a cadeia de valor a ela relacionada, na direção das necessidades do país.

Também tem o potencial de impulsionar, no país, a pesquisa, desenvolvimento e engenharia de produto e processo, modernizando e ampliando a complexidade do parque industrial, incluindo a integração com serviços sofisticados. Todas as missões precisam caminhar para o domínio de rotas tecnológicas estratégicas e, adicionalmente, ganhos de produtividade, contando com aumento do estoque de capital por trabalhador, que é historicamente baixo, e de competitividade. Tudo isso refletirá certamente em aumento na participação da indústria no PIB, mas, principalmente, no crescimento econômico. 

As 7 missões, tendo a indústria como foco e abrangendo áreas onde temos vantagens comparativas, são um bom caminho para juntos trilharmos, setor privado e público, num pacto pela produtividade e pelo tão sonhado desenvolvimento com inovação, sustentabilidade e inclusão social.

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Perenidade das empresas familiares: desafios e estratégias

Por Leo Horta, sócio fundador da Maitreya consultoria

As empresas familiares geram 65% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e empregam 75% da força de trabalho, além de representarem 90% dos empreendimentos no Brasil, segundo estudo do Sebrae e IBGE. Nesta perspectiva, ressalto que o constante esforço e trabalho em prol da perenidade das empresas feito pelos acionistas garante a continuidade desse cenário.

Quando falamos das empresas familiares, um assunto que muitas delas enfrentam dificuldades é passar o comando da empresa para a próxima geração. Em meio aos desafios nesse processo de sucessão de gerações, muitas vezes há perdas de valor e resultado relevantes, além do desalinhamento do caminho estratégico da cia. Em casos mais graves, culminando com empresas, necessitando serem vendidas ou desaparecendo de alguma forma. Por isso, a busca pela longevidade é uma das grandes preocupações dos acionistas.

Destaco ainda que é essencial, para a perenidade e sucessão nas empresas, ter um eficiente modelo de gestão, um time preparado e coeso, além de uma estratégia assertiva, oficial e diferenciada. Avalio que uma empresa perene é aquela que consegue endereçar esses objetivos de forma eficaz, mantendo sua estratégia, crescendo estruturadamente, gerando lucros consistentes e garantindo sua existência no longo prazo.  

Pensar a perenidade de uma companhia é ter a “alma do negócio” estruturada e fortalecida para continuar entregando valor independente do tempo e se aprimorando nesse processo. Isso envolve sua capacidade de se adaptar às mudanças no ambiente empresarial, às demandas dos clientes, às inovações tecnológicas e aos desafios econômicos.

As principais estratégias que podem contribuir na direção da continuidade e o sucesso são: entender o DNA da companhia e a visão de futuro; planejamento estratégico; gestão eficaz de talentos; fortalecimento da marca; conectar o operacional ao estratégico; governança corporativa sólida; plano sucessório estruturado, assim como enfrentar diretamente as dificuldades e ineficiências da empresa. 

As empresas familiares têm como pontos fortes: profundo entendimento do mercado onde atuam e do negócio desenvolvido desde a sua fundação, visão de longo prazo, valores e cultura organizacional bem definidos, senso de urgência e agilidade na tomada de decisão, cultivo de relacionamentos de confiança e parceiros, comprometimento, lealdade, flexibilidade. A questão é: como todo esse valor será preservado e continuamente desenvolvido com o passar do tempo?

A longevidade das companhias familiares é um desafio complexo, mas alcançável. A adoção dessas estratégias mencionadas pode ajudar a garantir a continuidade dessas empresas, preservando seu propósito familiar e crescimento econômico. 

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Como a IA eleva a medicina preventiva a um caráter exponencial?

Por Wladimir Bortoletto Nunes, especialista em soluções de Saúde da SONDA Brasil
 

Nos últimos anos, o mercado de saúde apresentou intensas movimentações no que se refere a fusões e aquisições, mudanças regulatórias, surtos de doenças, escassez e aumento de preço dos insumos, além do início da adoção da telemedicina. Passado esse intenso período, é o momento de organizar e estruturar o setor com foco em melhorias no serviço prestado, o que envolve mudanças para os pacientes, médicos e profissionais como um todo. Nesse sentido, o uso da tecnologia para atender demandas – internas e externas – será o ponto-chave para essa nova fase.
 

A adoção de novas tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning (ML) devem ser a prioridade na agenda do setor para elevar a medicina a um caráter exponencial. Isso porque tais tecnologias promovem aos médicos, enfermeiros e demais profissionais do segmento o acesso a informações confiáveis, ou seja, baseadas em evidências, o que eleva os cuidados aos pacientes de maneira preventiva. De acordo com um estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CBI.br), entre 2019 e 2022, houve aumento de 85% e 81% no acesso de médicos e enfermeiros, respectivamente, a informações dos pacientes de forma eletrônica.
 

E a saúde digital deve continuar em expansão, sobretudo com foco na interoperabilidade entre sistemas de saúde para consolidar e compartilhar as informações relacionadas ao paciente. Com base nesse repositório, as ferramentas de aprendizagem de máquina podem extrair e revelar informações valiosas de dados clínicos não estruturados, beneficiando a saúde e a qualidade de vida dos pacientes, além de aumentar a eficiência do provedor de saúde e diminuir a sinistralidade do plano de saúde.
 

Hoje, em muitas instituições de saúde, as informações sobre o paciente são muito fragmentadas e desordenadas, sem contar quando se encontram em papéis. A falta de dados estruturados e consolidados da carteira de beneficiários da saúde de maneira digital impossibilita que sistemas de ML cruzem informações para ampliar as evidências e diagnósticos e, assim, contribuam em tratamentos personalizados, com muito mais agilidade e eficiência. Além disso, a interação com o paciente durante o tratamento, por exemplo, pode contribuir com a indústria na melhoria da cadeia produtiva de medicamentos. Os hospitais e os convênios, por outro lado, não conseguem ter acesso a todas as informações que precisam para medir com mais eficiência os custos dos tratamentos e ter visibilidade dos diversos estágios de tratamentos em vigência. A ideia, ao convergir soluções de IA, Big Data e ML, é apoiar os processos de forma real e eficiente, elevando o patamar da medicina preventiva e da qualidade de vida do beneficiário, o que refletirá em melhor eficiência operacional e redução de custo para a saúde suplementar.

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Varejo 4.0: como as novas tecnologias ditarão o rumo do mercado

Por Waldir Bertolino, Country Manager da Infor no Brasil

O movimento de inovação 4.0 não ficou restrito somente ao setor industrial, outras áreas também utilizam essas tecnologias para acelerar seus processos. O conceito de Varejo 4.0 combina a automação com os conhecimentos de mercado já existentes para prever tendências e melhorar a experiência dos clientes. 

O varejo brasileiro está em constante crescimento desde 2022, principalmente graças à utilização das tecnologias e do e-commerce, que, de acordo com a pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen, representa 14% do total de vendas. Outro dado, o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV) projeta um crescimento de 6,4% para o setor em fevereiro de 2023, e os números continuam otimistas.

Essa nova fase do varejo busca colocar o cliente como ponto focal das atividades, entregando rapidez, inovação e identificação com a marca. Algumas tecnologias protagonistas dessa revolução 4.0, o Machine Learning e a Inteligência Artificial (IA), podem ser utilizadas para automatizar ações frequentes e semelhantes, como a busca por tendências, a gestão de armazéns e a comunicação com os públicos, fazendo com que os colaboradores e gestores evitem realizar tarefas repetitivas e direcionem sua energia para outras atividades. Essas ferramentas vêm ganhando cada vez mais espaço no setor, e segundo o Gartner, 80% dos atendimentos ao cliente serão gerenciados por Chatbots até 2025.  

O Machine Learning e a IA também podem ser implementadas em outros pontos da empresa para aumentar a eficiência, ajudar na fidelização dos consumidores e gerar mais lucro. Dito isso, vamos entender melhor sobre a implementação da Inteligência Artificial no setor do varejo e como a tecnologia pode trazer ganhos efetivos para as empresas.

Big Data e IA no e-commerce

Atualmente, todas as interações e pesquisas realizadas na internet geram dados e deixam um “rastro digital”. A partir disso, as marcas podem implementar uma ferramenta de Big Data, combinada com a inteligência artificial, para analisar essas informações e ter insights sobre os interesses dos clientes, por exemplo. Conhecer os usuários que frequentam seu e-commerce é de extrema importância na hora de sugerir os produtos na plataforma. Se o item vai de encontro com os interesses da pessoa, a chance da compra dele ser concluída é maior.  

Tecnologias 4.0 e agenda ESG

Os consumidores deixaram de ser uma massa influenciável e se tornaram compradores inteligentes, que avaliam o posicionamento da marca, sua responsabilidade social e sua pegada ecológica antes de realizarem uma compra. A reputação da empresa se tornou tão importante quanto a qualidade do produto. Para ajudar a prever as tendências sustentáveis e se manterem na linha, as organizações podem contar com as tecnologias 4.0, que monitoram o mercado e fornecem informações transparentes tanto para os gestores quanto para os públicos de interesse.

O ESG se tornou uma espécie de régua que auxilia as organizações a enxergarem seus pontos fortes e suas vulnerabilidades. Basear o planejamento das ações neste tripé garante não só uma melhora social e ecológica nos negócios, mas também uma rentabilidade a longo prazo. 

Gestão automatizada dos armazéns

Nos grandes varejistas, os processos logísticos são realizados em maior escala para suprir as demandas. Com a IA, Machine Learning e IoT, todo o andamento da cadeia de suprimentos é automatizado e monitorado em tempo real, evitando pequenos erros e demoras para localizar os produtos. A automação da cadeia também permite que os pequenos incidentes sejam solucionados de forma mais rápida e automática, além de possibilitar uma tomada de decisões estratégicas mais assertivas graças à visão 360° que a gestão tem sobre a cadeia.

A agilidade que a tecnologia trouxe para os varejistas, junto com o maior conhecimento dos clientes, permitiu que o setor entrasse numa onda de expansão que persiste até hoje. Essas vantagens se tornaram um diferencial no mercado, abrindo espaço para que empresas inovadoras se destaquem por sua qualidade no atendimento e na melhora significativa da experiência dos seus clientes.

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Qual o real impacto da nova geração de Inteligência Artificial no mundo corporativo?

Por Gustavo Bastos, vice-presidente de Plataformas da TOTVS

Nos últimos meses, um assunto que tomou conta das conversas cotidianas de todos e, em particular, do mundo da tecnologia foi o boom do ChatGPT, chatbot com Inteligência Artificial (IA) desenvolvido pela Open AI. O que mais chama atenção é a capacidade de gerar textos com as informações no tom e no formato solicitado, de forma muito plausível e verossímil, como se uma pessoa especialista nos mais diversos assuntos estivesse respondendo. É tudo “tão verdadeiro” que recentemente, Elon Musk e outros mil pesquisadores, especialistas e executivos do setor de tecnologia divulgaram uma carta com uma crítica à “corrida descontrolada” por novas aplicações e avanço da IA. Polêmicas à parte, muitas empresas têm procurado entender as reais possibilidades que essa aplicação, e outras similares, podem oferecer para o mundo corporativo.

Primeiro de tudo, é importante entender o uso de IA no mundo corporativo. Muitas empresas já adotam há algum tempo ferramentas de Inteligência Artificial em seu dia a dia, do atendimento ao cliente com outros tipos de bots até o uso de plataformas capazes de cruzar dados e gerar insights sobre a operação. No entanto, com a evolução da tecnologia, novos caminhos se abrem, parecendo muito promissores e mais sofisticados.

Na TOTVS, por exemplo, nossos times de desenvolvimento têm pilotado o uso do ChatGPT como apoio nos bastidores do desenvolvimento dos softwares, com o intuito de otimizar o tempo de execução de algumas atividades, como a automatização da geração de código, elaboração de scripts, code review, simulação de cenários e geração de documentação de código. Também estamos fazendo experimentos pensados para o usuário final dos sistemas. Mais do que pedir respostas para o bot, nossa ideia é que o usuário possa de fato consumir funcionalidades e conteúdos de uma forma mais amigável, contando com um assistente, copiloto, guia pessoal ou qualquer outro papel que auxilie na execução de tarefas.

Imagine um profissional da área financeira de uma empresa, ao usar o sistema de gestão para emissão de notas fiscais dizer: “Carolina (nome da nossa assistente virtual aqui na TOTVS), emita as notas fiscais desse mês, para o cliente A, conforme contrato, considerando avaliação histórica de relacionamento”, e o módulo do ERP apresentar uma interface com a lista de NFs com todas as informações para serem apenas conferidas e liberadas pelo humano.

Sim! Nossa perspectiva ainda é de que o processo decisório é uma prerrogativa humana e que a tecnologia é meio, uma ferramenta que alavanca para facilitar as coisas, cabendo ainda um nível de cautela especialmente no que diz respeito a temas que não são necessariamente objetivos, como vieses e pré-julgamentos.

Citando uma frase de Eliezer Yudkowsky, escritor americano e reconhecido pela criação do termo friendly artificial intelligence — inteligência artificial amigável (não no sentido coloquial de amigável, mas numa perspectiva de ser seguro e útil): “De longe, o maior perigo da Inteligência Artificial é que as pessoas concluem muito cedo que a entendem.”

Outra possibilidade que temos explorado é o uso de ferramentas de IA com serviços cognitivos de análise de sentimento, avaliando por exemplo o sentimento contido nas respostas das pesquisas de NPS (Net Promoter Score) e CSAT (Customer Satisfaction Score), identificando se ele é negativo, positivo ou neutro, apoiando a análise dos dados, a priorização das respostas, além de identificar possíveis tendências. O entendimento sobre a satisfação do cliente se torna ainda mais inteligente e leva a empresa a um nível mais acurado na tomada de decisões.

O marketing também pode tirar benefícios da aplicação de IA. Tecnologias semelhantes às aplicadas pelo ChatGPT possibilitam analisar dados e resultados prévios de milhares de campanhas e identificar assim informações valiosas para conversão, como por exemplo os melhores dias e horários para impactar cada tipo de público. A partir dos leads é possível até mesmo estabelecer um ranking automático com maior probabilidade de compra e valor estimado de compra de cada um desses públicos. O potencial de aumentar as vendas é gigante.

Inovações tecnológicas surgem, se desenvolvem e podem — ou não — mudar o ponteiro dos negócios. Embora ainda não tenhamos o conhecimento total de como ou em que velocidade, a Inteligência Artificial certamente é uma dessas tecnologias que seguirá movimentando e mudando a configuração e o curso do mercado, com ou sem polêmicas envolvidas, e de preferência com todos trabalhando para que esse seja mais um grande avanço em favor da raça humana durante essa evolução.

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Energia solar: ainda vale a pena investir?

Por Thiago Rossonisuperintendente de Crédito e Negócios do Sicredi

Em janeiro deste ano, entrou em vigor o Marco Legal da Geração Distribuída, que passou a cobrar os custos de distribuição de quem utiliza fontes renováveis como a energia solar. A Lei nº 14.300/2022 trouxe mudanças relacionadas ao pagamento de uma taxa que altera a composição total da conta de luz – também chamada de “taxação do Sol”. Esse tributo só passou a ser incluído em projetos homologados a partir de 7 de janeiro de 2023.

Com a regulação, muitos interessados no sistema questionam se sua instalação continua valendo a pena. A resposta é sim. Tendo em vista que o produto dura mais de 20 anos e que o tempo de retorno do investimento deve subir pouco, variando nas diferentes regiões do país. Na prática, o período aumenta em média de quatro anos e meio para cinco anos, segundo estimativas de entidades do setor.

Entre as vantagens, estão a baixa manutenção dos equipamentos; a conta de energia protegida da inflação energética; a valorização do imóvel, uma vez que imóveis sustentáveis valorizam até 30%; e a independência energética, em que o consumidor reduz sua dependência e custos com as redes de energia elétrica de concessionárias.

No cenário nacional, esse tipo de fonte energética é a segunda maior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ainda, segundo a entidade, em 2022 houve um crescimento de 64% na categoria em relação a 2021.

As projeções da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) mostram que o Brasil terá mais de 66 gigawatts de capacidade solar instalada em 2027, ou seja, triplicará a sua atual capacidade operacional em energia solar (22,9 GW). Uma notícia que só reforça a relevância desse investimento de longo prazo e o impacto crescente que trará ao longo dos anos.

De olho nesse contexto, e considerando papel essencial do setor financeiro na transição para uma economia de baixo carbono, o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 6,5 milhões de associados e atuação em todas as regiões do Brasil, possui uma equipe atenta às oportunidades para apoiar seus associados. Dessa forma, tem um compromisso firmado para colaborar com iniciativas que fomentem a sustentabilidade ambiental e econômica nas milhares de comunidades onde se insere.

Entendemos que energia solar é para todos e temos cooperado para isso. Hoje, mais da metade dos novos sistemas são investimentos de associados Sicredi de famílias de classe B e C. Até mesmo a presença das pequenas e médias empresas como grandes consumidoras de energia solar aponta que os painéis já não são para poucos.

Como possível reflexo dessa tendência, o financiamento para energia solar atingiu o total de concessão de 50.355 novos créditos, totalizando o valor financiado de mais de R$ 2,7 bi em 2022. Os estabelecimentos que mais procuram o produto são os mais diversos, como de cultivo de soja, criação de bovinos, restaurantes e similares, condomínios prediais, minimercados e armazéns.

No geral, além de ser sustentável, o uso da energia solar é atraente por conta da economia que gera. Com um negócio ou produção sendo movido por um sistema fotovoltaico, as despesas podem reduzir drasticamente e, com isso, é possível realocar essa economia para novos investimentos e aumentar sua competitividade em seu mercado de atuação. No dia a dia, vemos com entusiasmo a ampliação de iniciativas para o desenvolvimento sustentável, aquele que gera impacto positivo não apenas econômico, mas social, ambiental e climático.

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Manejo sustentável é aliado da preservação ambiental no Brasil

Por Fabio Nardellim, diretor de Vendas e Marketing da Oregon Tool

Em 21 de março, celebramos o Dia Mundial das Florestas, que remonta à importância da preservação dos ecossistemas florestais por meio do desenvolvimento sustentável. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e acende o alerta para a necessidade de aliarmos o respeito ao meio ambiente à geração de renda e emprego para comunidades locais. Nesse contexto, o manejo florestal desponta como uma ferramenta importante no combate ao desmatamento ilegal dos biomas brasileiros.

Pesquisa recente da Embrapa Territorial de Campinas apontou que a produção e o manejo sustentável de espécies exóticas de rápido crescimento, como eucalipto e pinus, auxiliam na recuperação de terras degradadas e na preservação de árvores nativas, como a araucária, a imbuia, o pau-brasil e o palmito-juçara.

Esse sistema de florestas mescladas é utilizado por diversas empresas brasileiras, interligando matas nativas a corredores de espécies exóticas. Estimativas da Embrapa apontam que esse modelo de negócio permite o estoque de 4,5 bilhões de toneladas de carbono por ano no país.

É um dado importante para combater o preconceito destinado erroneamente ao setor florestal em relação ao desmatamento ilegal, pois os negócios do segmento têm buscado, nos últimos anos, investir em tecnologia para promover o desenvolvimento sustentável nas atividades.

A rastreabilidade nos produtos de madeira é um exemplo, permitindo a fornecedores e clientes terem acesso a todos os dados de extração, transporte e venda desses itens. Também é fundamental para o manejo sustentável a utilização de equipamentos com tecnologia de ponta, que permite maior produtividade com menor utilização de matéria-prima.

A tecnologia e a preocupação com o desenvolvimento sustentável estão presentes em todos os produtos da Oregon Tool, líder mundial na produção de correntes e barras para motosserras. Além de oferecer produtos com o melhor custo-benefício do mercado, aliando maior resistência e produtividade, a empresa realiza diversas ações em prol do meio ambiente.

Exemplo foi o plantio de 75 mil árvores ao redor do mundo em comemoração ao aniversário de 75 anos da Oregon Tool. A ação, que recebeu o nome de Walk, Run and Bike (Caminhe, Corra e Ande de Bicicleta, em tradução livre), integrou os colaboradores de todas as plantas da empresa, que deveriam, em conjunto, completar ao menos 75 mil quilômetros dessas atividades. A companhia criou uma plataforma para que as pessoas pudessem contabilizar os exercícios, além de fotos e outros relatos. Ao todo, foram percorridos mais de 79 mil quilômetros pelas equipes da Oregon Tool pelo mundo.

O mercado busca equipamentos que apresentem a robustez necessária para a entrega dos resultados e nós oferecemos confiança, segurança, eficiência e rentabilidade para os nossos clientes.

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Tecnologia 5G: a nova era do setor logístico

Por Waldir Bertolino, Country Manager da Infor no Brasil

O ano de 2022 marcou a estreia do 5G no Brasil, onde as principais capitais passaram a contar com a nova tecnologia. Era natural imaginar que 2023 começasse com uma grande expectativa sobre a expansão do sinal para mais localidades e a previsão é que 420 municípios brasileiros deverão estar aptos a receber a quinta geração da internet móvel.  

Cresce a expectativa por parte dos usuários, mas também das empresas. Isso porque a nova tecnologia promete aumentar mais de 10 vezes a velocidade das conexões na comparação com a geração anterior, permitindo a alta transmissão de dados e uma melhora na gestão das informações, que em muitos casos ainda é feito de forma manual. 

Essa é a realidade de muitas empresas do setor logístico. Segundo uma pesquisa encomendada pela empresa Ericsson, um terço dos tomadores de decisão que atuam nesse segmento afirma que trocar informações facilmente com clientes e fornecedores é um obstáculo para melhorar as operações logísticas de suas empresas. Com o 5G a análise dos dados ganha impulso e esse cenário tende a reduzir drasticamente. Além disso, os gestores passam a contar com uma ótima ferramenta para melhorar a tomada de decisões estratégicas. 

Confira abaixo quatro maneiras que o 5G pode ajudar a logística: 

Mais velocidade: como mencionado anteriormente, o 5G oferece velocidades de conexão muito mais rápidas que o 4G. Dessa forma, os líderes logísticos passam a ter uma atualização em tempo real de veículos e entregas, possibilitando alteração de rotas por variáveis como acidentes e engarrafamento. 

Maior capacidade de infraestrutura: além da velocidade, o 5G também oferece maior poder de processamento, o que significa que a infraestrutura de rede poderá acomodar um número maior de dispositivos conectados. Em um armazém, por exemplo, vários dispositivos podem manter uma conexão rápida e estável dentro da mesma rede sem sofrer interferências. 

Adoção da nuvem e maior visibilidade do supply chain: a baixa latência oferecida pelo 5G é fundamental para que as soluções na nuvem entreguem os benefícios a que se propõe. O tempo de latência reduzido garante que as empresas não tenham que esperar muito para acessar os dados armazenados em cloud, possibilitando uma troca de informação quase que instantaneamente entre os sistemas. Isso é um fator preponderante para aumentar a visibilidade sobre todos os processos da cadeia de suprimentos.

Novos padrões de entrega: como já acontece em outros países, o setor de logística está desenvolvendo cada vez mais soluções de entrega remota, principalmente por drone. No entanto, essas ferramentas requerem uma rede de comunicação de alto desempenho. É nesse ponto que entra o 5G, melhorando significativamente a performance das entregas dos produtos por meio de drones ou carros autônomos, tornando o serviço mais eficiente e ágil.    

Levará algum tempo para que o 5G na logística se torne comum, mas é perfeitamente possível imaginar que o seu potencial irá revolucionar o setor, transformando os processos logísticos mais eficientes, ágeis e competitivos. Já é possível ver alguns testes da nova tecnologia em vários setores, reescrevendo modelos de negócios atuais. A logística não pode ficar de fora dessa nova era. 

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Tecnologias do futuro: 3 tendências do universo hight-tech

Por Lázaro Pinheiro, CO- CEO TrueChange  

O avanço do mundo tech impacta cada vez mais a rotina de empresas e a vida da sociedade globalmente. Segundo uma pesquisa divulgada pela Deloitte em março deste ano, cerca de 96% das 500 empresas ouvidas, cujas receitas somadas equivalem a 35% do PIB do Brasil, comprometeram-se a investir seus faturamentos em plataformas tecnológicas em 2022. 

Nesse contexto, o próximo ano deve chegar ainda com mais potencial para inovação. As empresas precisam trabalhar para garantir as habilidades e os parceiros necessários para adotarem as principais tendências e tecnologias emergentes. Segundo a Gartner, os líderes de TI serão responsáveis em 2023 por três vezes mais endpoints do que o número de dispositivos hoje existentes em suas organizações. 

Veja abaixo as três principais tendências do mundo tech para 2023. 

1. Inteligência artificial 

Em 2023, a inteligência artificial (IA) se tornará uma realidade nas organizações. A tecnologia será aplicada à ampla gama de informações, incluindo vídeo, imagens estáticas, fala, atividade de tráfego de rede e dados de sensores. Segundo analistas da área, o cenário tecnológico é complexo e continuará assim até o próximo ano, com muitos fornecedores de TI investindo pesado no desenvolvimento de IA e em serviços baseados em plataformas inteligentes.  

A IA sem código, com suas interfaces fáceis de arrastar e soltar, vai permitir que qualquer empresa aproveite seu poder para criar produtos e serviços mais inteligentes. Compras e entregas autônomas e sem contato também serão grandes tendências nesse contexto para 2023. A IA ainda aumentará quase todos os trabalhos em todos os processos de negócios em diversos setores. Mais varejistas usarão a plataforma para gerenciar e automatizar os complexos processos de estoque que acontecem nos bastidores. Portanto, tendências de conveniência, como comprar on-line e retirar na loja, e comprar on-line e devolver na loja, devem se tornar um padrão.  

A IA também será o motor por trás das mais novas iniciativas de entregas autônomas que os varejistas estão testando e implementando. Cada vez mais colaboradores do varejo precisarão se acostumar a trabalhar ao lado de máquinas. 

2. Metaverso 

Especialistas preveem que o metaverso adicionará US$ 5 trilhões (R$ 26,54 trilhões) à economia global até 2030, e 2023 será o ano que definirá a direção do metaverso para a próxima década. A tecnologia de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) continuará avançando. O destaque dessas primeiras atividades no metaverso é o ambiente corporativo. Em 2023, já devem se tornar realidades modelos de reuniões mais imersivas e outros projetos de trabalho.  

Hoje, empresas já estão usando a AR e VR para conduzirem treinamento e integração. A Microsoft e a Nvidia já estão desenvolvendo plataformas de metaverso para colaboração em projetos digitais, por exemplo. Já a gigante de consultoria Accenture criou um ambiente de metaverso que reproduz escritórios reais da companhia, para que novos contratados e funcionários atuais possam realizar tarefas sem a necessidade de irem a uma unidade física. 

No próximo ano, também haverá tecnologias de avatar mais avançadas. A imagem de uma pessoa no metaverso vai parecer exatamente como no mundo real, e a captura de movimento permitirá que avatares adotem a linguagem corporal do dono, evidenciando gestos únicos. 

3. Tecnologias no-code e low-code 

Já se fala sobre plataformas low-code há algum tempo, mas cada dia que passa essa tecnologia se torna mais essencial. Na era da sociedade 5.0, desenvolver sistemas com agilidade se tornou um passo básico para as empresas responderem às demandas e aos imprevistos do mercado. O sistema minimiza a codificação por meio de modelos predefinidos, com técnicas de design gráfico, como o drag and drop (arrasta e solta) e ferramentas simplificadas para os programadores desenvolverem aplicativos ou softwares com pouca ou nenhuma programação manual. 

Em 2023, esse conceito deve caminhar mais um passo para se tornar o novo normal, já que as organizações podem responder rapidamente às novas tendências comerciais no mercado e atender às demandas diretamente da ponta da cadeia, em que os indivíduos têm total expertise sobre o negócio em seus departamentos.  

O resultado dessa metodologia é a simplificação de processos e, consequentemente, maior eficiência dentro de um negócio ou departamento. Seja em qual segmento for, essas plataformas de desenvolvimento sem código e de baixo código dão às empresas mais flexibilidade para criarem suas próprias aplicações móveis para os utilizadores. 

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Mercado de carbono: uma grande oportunidade para o agro brasileiro

Por Reinaldo Bonnecarrere, Diretor de Biológicos na Indigo

A regulação do mercado de carbono do Brasil é um tema cada vez mais robusto e importante. De acordo com o estudo Oportunidades para o Brasil em Créditos de Carbono, lançado em novembro 2022 pela ICC Brasil – Câmara de Comércio Internacional –, o país tem potencial para suprir, na próxima década, de 5% a 37,5% da demanda global do mercado voluntário. O Brasil atualizou suas metas climáticas estabelecendo compromissos de reduzir suas emissões em 50% até 2030, em relação ao ano de 2005. 

Na indústria agrícola, o tema é primordial para traçar uma jornada sustentável e que traga investimentos importantes para o setor e para o país. Cada vez mais especialistas afirmam que a precificação do carbono tem, entre suas finalidades primordiais, incentivar a remuneração de agricultores que adotam boas práticas. Reduzir a emissão de gases, como também neutralizar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, enquanto se enriquece o solo, são práticas benéficas e que já se fazem necessárias.  

 Quando falo em uma agricultura mais sustentável e produtiva, destaco soluções tecnológicas que monitoram os níveis de carbono do solo. Essa proposta é fundamental para o desenvolvimento do mercado de créditos de carbono. Os 3.600.000.000 hectares de áreas de plantio do mundo oferecem a oportunidade mais imediata, escalável e acessível para remover o dióxido de carbono da nossa atmosfera.  

 No mercado internacional, essa oferta de tecnologia e suporte aos produtores para adoção de práticas de agricultura regenerativa já avança. Vale lembrar que, no ano passado, 20.000 créditos de carbono agrícola certificados, gerados em escala, foram anunciados, nos EUA. O montante era o correspondente à maior emissão de crédito agrícola já realizada na história. Trata-se apenas da primeira em um crescente mercado voluntário de carbono que, segundo especialistas, deve chegar a US$ 50 bilhões até 2030, o equivalente a quase 269 bilhões de reais considerando o valor do câmbio atual.  

 Quando levamos em consideração que cada crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de carbono que não foi emitida ou que foi retirada da atmosfera, dá para entender ainda melhor a dimensão dessa conquista para o presente e o futuro do planeta. Com o avanço nas métricas para mensurar esse carbono que será convertido em crédito, teremos a longo prazo um cenário mais amplo e de acordo com as necessidades preconizadas mundialmente no setor agrícola brasileiro.  

É o início de uma nova abordagem para o tema do carbono que, além dos benefícios climáticos, se torna uma fonte de receita aos produtores. O Brasil está, definitivamente, no radar estratégico das grandes empresas fornecedoras de serviços e soluções que agreguem os elos da cadeia. O Brasil tem tudo para liderar e ocupar o merecido lugar de protagonista que lhe cabe nessa frente. 

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