As lições do mercado de fertilizantes em 2021

Por Thiago Queiroz Pedroso, Engenheiro agrônomo e Commercial Manager Brazil da DVA

Momentos bons proporcionam alegrias e momentos de adversidade proporcionam experiência, em todas as ocasiões aprendemos e em 2021 não foi diferente! Vivenciamos mais um ano de muitas incertezas em todos os âmbitos da sociedade, porém no campo, o período foi marcado por muito trabalho e incremento de tecnologias por parte dos agricultores. Estimulados principalmente pelos bons preços das commodities agrícolas e pelo aumento da área plantada, houve um crescimento do mercado de fertilizantes especiais.

Segundo a Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), o mercado de fertilizantes especiais segue aquecido. Em 2020, por exemplo, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, o segmento registrou um faturamento superior a R$ 10 bilhões, o que representa uma elevação de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões obtidos em 2019, para 2021 a expectativa era 24% de crescimento. Estes dados comprovam que o setor e o agronegócio brasileiro ganharam expressão durante a pandemia, o que reforçou no País uma figura protagonista para alimentação da população mundial.

Assim, podemos perceber que nos dois últimos anos o agricultor vem investindo mais em seu negócio e o segmento de fertilizantes é um dos que mais ganha destaque pelas taxas de adoção e incremento de tecnologias. Neste cenário de investimentos, temos o dever de consolidar o segmento de nutrição, desmistificando as incertezas do quanto o uso das tecnologias pode agregar para altos rendimentos agrícolas.

O desafio, portanto, é aproveitar que o produtor está mais comprador e simpático à ideia de aumento de tecnologias na fazenda, para que possamos apresentar soluções realmente inovadoras e que confirmem altos rendimentos para que mesmo em momentos de baixas ele entenda que deixar de investir irá potencializar suas perdas. Ou seja, o seu manejo deve ser sempre com produtos de alta excelência focando em altas produtividades com o melhor custo benefício. No caso da DVA, as soluções são compostas por produtos que permitem a ativação da planta com objetivo de nutri-la e ativá-la fisiologicamente a responder às condições bióticas e abióticas, resultando assim na expressão do potencial genético das plantas. Traduzindo, estamos vivenciando um grande momento para aplicação de tecnologias na agricultura com objetivo de agregar maior rentabilidade ao agricultor.

Neste cenário a DVA tem um posicionamento claro e embasado tecnicamente das nossas soluções ao agricultor, focando na rentabilidade e segurança a este com um time de profissionais preparados para o atendimento a campo. Mais do que isto, também pensamos no risco da atividade do agricultor e nosso pensamento é de participar do risco que sua atividade exige. Hoje temos uma proposta diferenciada para a cultura do café, por exemplo, que é participar do risco junto com o cafeicultor, pensamento diferente de como o mercado atua, pois querem participar dos ganhos, mas não quando o produtor sofre com alguma condição extrema climática.

Portanto, além do nosso portfólio como solução hoje oferecemos o seguro aliado ao nosso programa de uso, o que divide o risco caso a lavoura seja afetada. Acreditamos que assim, para um ano que será de muitas incertezas ao produtor rural devemos compartilhar do risco de sucesso ou insucesso de sua atividade. Outro fator que nos permite uma diferenciação é que a DVA, atualmente, tem acesso prioritário e direto com os principais países fornecedores de matérias primas e insumos agrícolas através de escritórios locais, o que gera uma maior confiança e domínio para obtermos o produto final a disposição do agricultor no tempo correto de uso em campo, gargalo este que muitos agricultores sentiram na falta ou demora na entrega de produtos durante a safra 21/22. Além disto hoje nossa linha de fertilizantes especiais tem baixa dependência de fontes convencionais de Nitrogênio, Fósforo e Potássio o que nos coloca em uma posição diferenciada de disponibilidade de produtos e menor sensibilidade às altas destes nutrientes no setor.

Outro ponto importante, é que temos um time em Pesquisa e Desenvolvimento com capacidade para responder de forma muito rápida as necessidades do mercado, gerando alternativas caso sejam necessárias. Temos um portfólio completo para as culturas brasileiras com efeito nutricional aliado ao efeito bioestimulantes, além de soluções de biocontrole, com formulações próprias.

Comportamento do mercado

Quando ocorre aumentos de custo de reposição como aconteceu nos últimos meses, já refletindo novos preços de insumos para próxima safra, não é um ambiente positivo para a cadeia, pois gera uma maior exposição e achatamento das margens de todos compreendidos nela, desde a indústria até o agricultor, ou seja, reduz a rentabilidade de todos. Para o produtor isto é ainda pior, pois ele inicia sua safra com custo de produção mais alto em referência à safra anterior e com pouca liquidez para seu produto final, por fim ainda temos o risco da atividade em si: uma empresa a céu aberto.

A pandemia proporcionou restrições nas ofertas de matérias primas e insumos propriamente dito, que já influenciaram e refletiram no aumento de custos de produção. Além disso, não temos ainda uma visão clara do fim deste período, até porque teremos ainda em 2022 eleições no Brasil que afeta a estabilidade política com reflexo no agronegócio, devido às oscilações na cotação do dólar e taxas de juros. Sendo assim, será muito importante o bom planejamento do agricultor buscando os melhores parceiros, no sentido de garantirem a oferta dos insumos para que estes enfim possam conduzir suas lavouras e planejamento de compra, para que consigam maximizar sua rentabilidade.

Planejamento 2022

Os primeiros sinais em 2022 reforçam as grandes adversidades e dificuldades que os agricultores enfrentam anualmente. Estou me referindo às adversidades climáticas, pois temos seca na região Sul do País e ao mesmo tempo excesso de chuvas em Minas Gerais e parte do Espírito Santo, Tocantins e Bahia. Além disto, temos eleições como já citado, que afetarão os preços das commodities agrícolas e a certeza de iniciar uma safra 2022/23 com custos de insumos mais elevados do que a safra anterior e ainda uma pandemia não resolvida quanto a seus gargalos em ofertas de insumos e matérias primas.

O momento de grande instabilidade, gera no mesmo instante uma oportunidade do Brasil se apropriar da imagem e consolidar como um país capaz de alimentar boa parte da população mundial com diversas culturas. Isso claro, sendo produzidas com responsabilidade o que pode garantir ao agricultor boa liquidez em seu produto e rentabilidade em seu negócio.

Nossa visão para 2022, não é de uma recuperação plena do fornecimento de insumos, o que implica em dizer que ainda podemos ter momentos de alta complexidade, como aconteceu no final de 2019 com a falta de embalagens, principalmente papelão. Novamente será exigido de todos um bom planejamento de compra e alianças estratégicas para garantir o fornecimento.

Portanto sou um entusiasta em falar do agronegócio brasileiro e acredito que se tem um local no mundo onde os produtores podem ser protagonistas este local se chama: Brasil. Entendo que devemos nos apropriar desta imagem, de um país agrícola capaz de alimentar o mundo de forma sustentável e garantir que os agricultores aproveitem para manterem os preços de vendas de seus alimentos e garantir sua rentabilidade! 

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O agronegócio está pronto para a próxima etapa de evolução por meio de analytics

Por Raphael Domingues, diretor de desenvolvimento de negócios do SAS

Quinto maior país do mundo e base de 22% do solo fértil do planeta, o Brasil é uma potência exportadora global no agronegócio e desempenha um papel crucial em ditar as tendências do setor. E você sabia que a penetração de ferramentas digitais entre fazendeiros daqui já é maior do que nos Estados Unidos? Essa é uma informação da consultoria McKinsey, com pesquisa realizada em 2020, que confirma o fato que o setor está cada vez mais aberto a abordagens inovadoras.

Isso não significa que o agronegócio não enfrente desafios em diversos aspectos, como encontrar o equilíbrio ideal entre produtividade e sustentabilidade. A trajetória de consolidação no comércio agropecuário mundial que vem sendo estabelecida pelo Brasil também implica na continuidade da modernização do setor, que passa pela evolução de abordagens digitais, incluindo a sofisticação no uso de análise avançada de dados.

A agricultura digital converge com todas as sete megatendências para o futuro do setor no Brasil, apontadas no Radar Agtech realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a SP Ventures e a Homo Ludens. Entre as tendências, estão a intensificação de sistemas de produção e a agregação de valor nas cadeias produtivas agrícolas, que podem ser amplamente impulsionadas com o uso de analytics. 

Oportunidades de adoção ou ampliação do uso de ferramentas de análise avançada de dados podem ser encontradas em áreas como a nutrição de bovinos, em que modelos preditivos e de machine learning podem ajudar produtores a identificar padrões e descobrir situações em que o gado pode, por exemplo, estar recebendo uma alimentação excessiva ou deficitária, e sugerir um cenário adequado de nutrição. 

As previsões e insights que determinam a construção destes cenários são construídas de acordo com a característica de cada alimento e tipo de animal, para que o resultado de produção seja atingido com o menor custo possível. A nutrição adequada e a previsão de demanda nesse espaço podem parecer elementares, mas muitos produtores têm dificuldades, e a redução de custo e aumento de eficiência com o uso de analytics é extremamente promissora em casos como este. 

Em implementações como esta, também é possível usar a detecção e interpretação de imagens por drones, por exemplo, para monitorar o crescimento do gado de acordo com a previsão traçada pelo produtor. E esse tipo de solução também pode ser usada em outras áreas da agricultura digital, como na detecção de pragas através de técnicas que empregam a interpretação de dados coletados por imagens e podem informar a tomada de decisão em tempo real. 

A sofisticação do desenvolvimento tecnológico e uso eficiente de dados mostra-se essencial para o avanço cada vez mais expressivo da cadeia agroalimentar. Em particular, o uso de dados promete aumentar a produção e a eficiência de custos, bem como a geração de lucro. O setor está maduro o suficiente para uma nova fase de reinvenção tecnológica para responder às novas demandas, e com uma abordagem focada em dados, players dentro e fora da porteira podem obter um retorno significativo de seus investimentos no âmbito digital. O escopo de oportunidades é vasto, assim como o potencial de resultados. 

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Programa de inovação aberta Digital Agro Connection está com inscrições abertas para startups

Iniciativa é promovida pela Frísia Cooperativa Agroindustrial, que pretende buscar soluções inovadoras para sua produção por meio da conexão com startups que atuem na cadeia do agronegócio.

Por entender a importância de buscar soluções inovadoras para sua cadeia produtiva, a Frísia Cooperativa Industrial realiza a segunda edição do programa de inovação aberta Digital Agro Connection, com apoio do Senai no Paraná. Com essa iniciativa, a cooperativa pretende selecionar AgTechs e outras startups, para desenvolver projetos inovadores com soluções e novos negócios nas áreas de transformação digital e indústria 4.0. Neste ano, a Frísia conta novamente com apoio da Aceleradora Sistema Fiep, que está dando continuidade ao trabalho de consultoria desenvolvido desde o ano passado, para a promoção da primeira edição do programa. As inscrições para startups estão abertas até o dia 4 de junho. 

“Esperamos repetir os mesmos resultados obtidos no ano passado, quando o Senai deu início a esse trabalho junto à Frísia. Por meio da Aceleradora Sistema Fiep, estamos oferecendo todo o auxílio necessário para a captação de startups, além de suporte para que a cooperativa tenha amplas condições de se conectar com o ecossistema de inovação e atingir seu objetivo de melhor a produtividade por meio de soluções inovadoras”, comenta Mário Calzavara, consultor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Sistema Fiep.

No ano passado, foram selecionadas cinco Agtechs dentre um total de 70 startups inscritas. “Depois das inscrições, 12 startups pré-selecionadas participaram de um evento de pitch e aí escolhemos cinco, que, inclusive, continuam trabalhando com a Frísia até hoje, seja em processo de validação de Prova de Conceito (POC) ou assinando contratos de parceria. Esses resultados só foram possíveis com o apoio do Senai, que nos auxiliou com a metodologia de implantação do programa de inovação aberta, além de nos dar suporte com a captação de startups”, afirma Fábio Solano Baptista, analista de Estratégia e Inovação da Frísia. 

Para 2021, a expectativa da Frísia é poder se conectar a outras startups, que ofereçam plataformas e tecnologias que sejam úteis para os produtores rurais atendidos pela cooperativa. “Para a Frísia, é muito importante ter um programa de inovação aberta como esse, para que a cooperativa consiga se conectar pessoas e equipes que estão trabalhando com tecnologia de ponta, para que a gente consiga entregar para o produtor rural e para as indústrias uma produção mais sustentável. Desta forma, além de conseguirmos trazer uma nova visão, por meio de pessoas com outras culturas e outros conhecimentos, para dentro da cooperativa, também contribuímos com o ecossistema de inovação, para a validação dessas tecnologias, mostrando que elas são viáveis”, completa Fábio. 

O analista ainda explica que o Digital Agro Connection surgiu a partir da percepção da necessidade de se aproximar de projetos e empresas inovadoras. “A Digital Agro, passa a ser mais que um evento de inovação, para incorporar um programa com várias frentes de atuação inovadoras. Uma dessas frentes é o Digital Agro Connection, da qual estreita o relacionamento entre a cooperativa, os cooperados e o ecossistema de inovação como um todo”, completa. Ao todo, a Frísia conta com mais de 900  cooperados e está presente em 18  municípios do Paraná e  no Tocantins, contemplando um faturamento de R$ 3,7  bilhões em 2020. 

O regulamento completo do programa está disponível pelo site do Digital Agro Connection, no qual também podem ser feitas as inscrições. Para apoiar as indústrias paranaenses na conexão com startups e o ecossistema de inovação como um todo, o Sistema Fiep, por meio do Senai no Paraná, oferece ações de gestão de inovação, programas de aceleração e consultorias de produtividade, entre outros serviços.  

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Mercado agrícola continua promissor em 2021

Por João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

Apesar da pandemia da Covid-19 que criou dificuldades logísticas e de produção, o setor de máquinas e implementos agrícolas brasileiro não parou. As vendas devem apresentar crescimento real de 12% (descontada a inflação) e 20% de nominal em 2020 em relação ao ano passado e com faturamento estimado em R$ 40 bilhões.

Esse cenário deve-se a uma ótima safra agrícola, o recorde das exportações do agronegócio e a valorização do dólar em 30% que propiciou uma grande rentabilidade para os agricultores das culturas de exportação como soja, milho, café, algodão, laranja, celulose e carnes. Além disso, os produtores rurais aproveitaram os preços dos grãos em alta para aumentar a área plantada e investir em máquinas agrícolas, que são determinantes para extrair o melhor da lavoura.

Outro ponto que alavancou a comercialização no setor foi a defasagem tecnológica existente no Brasil devido 50% do parque industrial ter mais de 10 anos de uso e por isso precisa ser renovado e modernizado.

Já as exportações em 2020 foram impactadas negativamente pela Covid-19, pois as economias dos principais parceiros comerciais, principalmente da América do Sul, não tiveram boa performance.

Quanto as importações, o aumento de custo de 30% devido à desvalorização do Real restringiu a entrada de importados no país no ano passado.

Aliás, o mercado de máquinas agrícolas continuará promissor em 2021, pois os preços estão bons, dólar num bom patamar e as chuvas voltaram. Então temos a expectativa de ser um ano excelente com relação ao clima, que não faltará crédito com as suplementações que estão acontecendo dos bancos particulares e do próprio BNDES.  

Além disso, o Brasil se tornou um grande fornecedor de alimentos para o mundo, principalmente para Ásia onde as áreas aráveis para cultivo estão em grande parte tomadas. No entanto, a população cresce numericamente e aumenta sua renda, demandando alimentos e o Brasil prossegue como um dos grandes fornecedores desse mercado. Baseada nessa conjuntura, a previsão para o próximo ano é de um crescimento real de 3% (descontada a inflação) e nominal de 10% nas vendas, chegando a R$ 45 bilhões de faturamento.

Com relação as exportações acredito que com o fim da pandemia e com o retorno à normalidade deve acontecer uma reação neste ano.

Teremos um 2021 mais promissor caso o governo tome medidas urgentes no sentido de se organizar de forma a permitir o crescimento sustentado da economia de modo que a reversão da desindustrialização garanta emprego e renda para o cidadão. Para isso são necessárias ações que permitam a isonomia competitiva do setor produtivo, proporcionando ampliação de sua participação no mercado doméstico e internacional.

Para tanto, em 2021 devemos continuar articulando com o governo e lutando pela criação de uma política industrial condizente com a indústria brasileira de bens de capital mecânicos, que é o setor responsável pela difusão tecnológica em toda a cadeia produtiva, e que tem papel preponderante no aumento da produtividade nos setores agrícolas, de serviço e industrial.

Continuaremos ainda insistindo nas reformas, tributária, administrativa e política. Especialmente a tributária, já que precisamos com urgência de uma reforma que garanta ao sistema tributário nacional a simplificação, justiça e transparência desejada por todos os contribuintes. Os benefícios desta ação são muitos, mas destacamos a expressiva melhora do ambiente de negócios do país em razão da redução dos custos relacionados à administração dos tributos e dos litígios, aumento da segurança jurídica, ampliação da taxa de investimento por conta da redução do custo que ocorrerá nas máquinas e equipamentos ao eliminar a cumulatividade do sistema e garantir o crédito imediato. Todos fatores que permitirão aumento da produtividade, ganho de competitividade da produção nacional, expansão dos investimentos, redução do índice de desemprego e em aumento da renda do país.

Vamos enfrentar 2021 com atitude, positividade, protagonismo e otimistas para levar as demandas que os próximos doze meses nos trará.

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Bayer e Abag anunciam abertura das inscrições para o Prêmio Mulheres do Agro 2021

A partir do dia 08 de março, estarão abertas as inscrições para a 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, a iniciativa idealizada pela Bayer, em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), promove a valorização de produtoras rurais brasileiras que fazem a diferença no campo e que mostram que, quando lideram os seus negócios, são mais sustentáveis e inovadoras se destacando à frente da gestão de propriedades de pequeno, médio e grande porte.

“A Bayer vem acompanhando histórias que mostram o empenho da agricultura brasileira em trabalhar com sustentabilidade. O Prêmio Mulheres do Agro oferece visibilidade tanto a esses cases de sucessos, como ao papel da mulher no campo dando voz às produtoras rurais valorizando e reconhecendo suas contribuições para o setor através de boas práticas agropecuárias, inovação no campo, entre outras qualidades, como implementações que visam desenvolver comunidades locais”, explica Daniela Barros, diretora de Comunicação Corporativa para a área agrícola da Bayer Brasil.

Flavia Minotto Montans, gestora da Fazenda Alvorada, localizada em Rio Verde (GO), que integra o time de embaixadoras, além de vencedora do Prêmio Mulheres do Agro 2020, na categoria Grande Propriedade, reforça que entre seus principais objetivos está provar que a mulher é capaz de vencer qualquer desafio. “Na época, com 27 anos de idade, eu era uma das únicas líderes femininas na região que atuava. Assumi, sozinha, a produção de soja e milho, sempre investindo no pilar socioambiental, foquei muito na capacitação dos funcionários por meio de parcerias. Hoje tenho orgulho da história que construí e de ser uma mulher do agro. Estar entre as vencedoras do prêmio só prova como estamos preparadas para ocupar qualquer lugar”, explica a empresária.

A produtora rural, que está há mais de 20 anos no mercado, está sempre à procura de evolução, inovação e conhecimento, a fim de tornar o agronegócio cada vez mais sustentável. Flavia, se sente realizada em trabalhar no campo. “Desejo que outras mulheres se sintam orgulhosas de ocuparem esse espaço. Por isso acredito que o papel de uma embaixadora do Prêmio Mulheres do Agro é incentivar e motivar o público feminino a colocar os seus projetos e gestões no papel para que possam ser reconhecidas por suas habilidades, inovação e boas práticas agrícolas”, finaliza Flavia, que lidera o projeto “Se Liga na Fazenda”, iniciativa que leva informações do campo a jovens de escolas públicas na região onde atua.

A paulista Simone Dameto, que atua em Goiânia (GO), é engenheira agrônoma e produtora de girassol para extração de óleo, também foi escolhida para ser uma das embaixadoras do Prêmio Mulheres do Agro 2021. A influenciadora, que usa as redes sociais para abrir o diálogo com a sociedade e mostrar a realidade do agronegócio na prática, acredita que ser uma mulher do agronegócio é um grande desafio. “Lutamos para chegar aonde estamos e enfrentamos olhares desconfiados sobre as nossas capacidades. Mas nos qualificamos, estudamos muito e adquirimos conhecimentos todos os dias, reforçando o nosso posicionamento e protagonismo no campo, conquistando o nosso espaço por meio de profissionalismo e, principalmente, sensibilidade”, enfatiza ela.

Com o início das inscrições em março deste ano, o tema do prêmio é Gestão Inovadora e reconhecerá iniciativas para boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com gestão inovadora, projetos que permitam o desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores da propriedade, bem-estar animal e valorização do capital humano. Serão premiadas as candidatas que ficarem nas três primeiras colocações de cada categoria (pequena, média e grande propriedade), o que significa um total de nove mulheres reconhecidas.

“As nossas embaixadoras representam a essência do projeto, que é valorizar mulheres, gestoras e que dão um exemplo de agricultura sustentável em suas propriedades. Não tenho dúvida que, ao longo do ano, estas trajetórias vão inspirar outras produtoras a se inscreverem no prêmio e contarem as suas histórias”, finaliza Gislaine Balbinot, gerente de Comunicação da Abag.

Para se inscrever, basta acessar o site: https://www.premiomulheresdoagro.com.br até o dia 20 de agosto. As vencedoras serão reveladas durante o 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio , que terá formato digital em 2021, e será realizado entre 25 e 27 de outubro. Desde sua primeira edição, mais de 550 produtoras já se inscreveram na iniciativa, que já premiou 27 produtoras de várias regiões do Brasil.

Conheça as Embaixadoras do Prêmio Mulheres do Agro 2021: Tatiele Dalfior Ferreira (Governador Lindenberg, Espírito Santo); Simoni Tessaro Niehues (Serranópolis do Iguaçu, Paraná); Mara Motter (Três Arroios, Rio Grande do Sul); Clarisse Liana Weber Volski (Pitanga, Paraná); Kamila Laida Guimaraes Aguiar (Rio Verde, Goiás); Michelle Rabelo de Morais (Pato de Minas, Minas Gerais); Flávia Montans (Rio Verde, Goiás); Simone Felisbino (Rio Verde, Goiás); Luciana Dalmagro (Batatais, São Paulo); Aretuza Negri (Piracicaba, São Paulo) e Simone Dameto (Goiânia, Goiás).

Saiba mais sobre o Prêmio Mulheres do Agro no site: www.premiomulheresdoagro.com.br

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Fazenda do interior do Paraná monitora rebanho com a HughesNet

Com internet via satélite, proprietário acompanha etapas de reprodução e gerencia saúde dos animais mesmo fora da porteira

Desde que passou a contar com a internet da HughesNet, serviço de banda larga via satélite voltado a residências e pequenas empresas na área rural da Hughes Network Systems, LLC (HUGHES), o Rancho Mainardes revolucionou o sistema produtivo e os cuidados com a saúde do rebanho. Nelci Mainardes, pecuarista proprietário do Rancho Mainardes, junto aos funcionários da propriedade, localizada na cidade paranaense de Castro, a 160 km de Curitiba, conseguem agora monitorar – em tempo real e de qualquer lugar – todos os passos dos animais. A chegada de uma internet de alta cobertura, aliada a outras melhorias, foi determinante para que o rancho ampliasse em quase 15% a produtividade de leite nos últimos dois anos, atingindo a marca de 2,5 mil litros por dia.

O monitoramento do gado é feito por meio de um sensor acoplado a um colar. A tecnologia possibilita acompanhar o histórico do animal, traduzindo algoritmos em relatórios com o quadro clínico, período de prenhez, informações nutricionais e outros dados. “Recebo alertas sobre a saúde dos animais diariamente no meu celular, estando em Curitiba, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do mundo”, conta Nelci Mainardes. “Hoje, a propriedade está na nuvem”, destaca.

De acordo com Mainardes, o rancho já era referência nacional na criação de gado da raça Jersey. Ainda assim, era difícil aproveitar todo potencial da infraestrutura e qualidade genética superior da fazenda dependendo de um monitoramento manual, a olho nu. “Tentamos outras operadoras de internet, mas os morros ao redor da fazenda sempre deixaram o sinal lento e instável”, relata o proprietário, destacando que somente com a HughesNet conseguiu um sinal eficiente de internet que alcançasse o abrigo de confinamento dos animais, que fica ao lado da residência principal do rancho.

Com a internet da HughesNet à disposição, é possível identificar mais rápido problemas de saúde na manada pelo app de monitoramento. O sistema acusa qualquer comportamento fora do comum, como excesso de ruminação ou muito tempo na posição deitada. “Antes os diagnósticos demoravam até 72 horas e hoje são detectados praticamente no mesmo dia”, detalha Mainardes.

Segundo o proprietário, o monitoramento constante do cio, fertilidade e período de prenhez dos animais também trouxe melhoria na eficiência reprodutiva. Antes o rancho conseguia 50% de confirmações de fertilização e hoje alcança até 85%.

Atualmente, dos 120 animais do rebanho, 110 são monitorados simultaneamente com os colares, consolidando a propriedade de 200 hectares como referência nacional em melhoramento genético e criação de gado da raça Jersey. O rancho possui animais 100% registrados e se destaca pelo uso de tecnologia de ponta para aprimorar o conforto animal e o gerenciamento pela equipe.

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Paranaense Agrisolus é a mais nova Agtech investida pela KPTL

Fundada no interior do Paraná, em 2016, a Agrisolus tem uma trajetória de adaptações e evoluções constantes. Nascida como uma solução para o mercado de grãos, foi na avicultura que encontrou espaço para escalar sua operação. Os frutos dessa pivotada alçaram a empresa a uma realidade concreta de tecnologia e inovação, levando Inteligência Artificial às granjas e frigoríficos. Entre os principais clientes estão GT Foods e Ovos Mantiqueira.

Por acreditar que ainda pode escalar de patamar, a KPTL – uma das principais gestoras de Venture Capital do Brasil – acaba de anunciar investimento na empresa, com recursos de seu Fundo Agro, que segue em captação e já conta com investidores como a Tridon Participações, family office do Grupo Jacto. O fundo é a única opção de investimento em tecnologia no Agro disponível diretamente para pessoas físicas. A KPTL chega assim a 10 Agtechs em seu portfólio, que totaliza 53 empresas, se consolidando como a principal gestora no segmento.

A Agrisolus é o elo entre o produtor e o frigorífico, como explica Anderson Nascimento, CEO da empresa. “Somos a empresa que leva essa informação em tempo real com acuracidade sobre o que está acontecendo em cada propriedade. Por meio da Inteligência Artificial projetamos o que vai acontecer. Entregamos valor tanto ao produtor quanto para a agroindústria, uma ferramenta B2B2C. Começamos essa relação pela avicultura, mas não será a única vertical de negócios na qual iremos atuar”, afirma Nascimento.

A solução é composta por um sistema proprietário que dialoga com um conjunto de sensores composto por mais de mais de 20 tipos de sensores como balança de precisão, consumo de ração, consumo de água, umidade, presença de CO2, etc. Os dispositivos de monitoramento e transmissão de dados são instalados nos aviários integrados ao frigorífico. O software é acessado simultaneamente pelo produtor e pela indústria, exibe os dados monitorados, calcula indicadores-chave e também projeta cenários futuros.

Segundo a Embrapa, o Brasil atualmente é o maior exportador e o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, com 13 milhões de toneladas produzidas em 2019. Hoje, mais de 150 países compram de nós esta commodity. A indústria brasileira de carne de aves está concentrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Cerca de 60% da produção está concentrada na região Sul, sendo o Paraná responsável por 30% da produção brasileira. Paranaense, a Agrisolus encontrou no Estado um campo fértil para testar e escalar suas soluções.

Para Renato Ramalho, CEO da KPTL, a Agrisolus entrega valor ao produtor e à indústria. “Conseguem à distância tocar mais de uma granja, com o app na palma da mão. O produtor consegue gerir melhor a sua mão de obra, perde menos com ração e tem vantagens sanitárias. Existem outras empresas que entregam soluções isoladas mas só a Agrisolus oferece esse app completo. Assim a KPTL reforça sua presença e liderança em Agro, com a combinação perfeita de Agro com IoT. É inovação na veia!”, detalha Ramalho.

Hoje as soluções da Agrisolus já estão presentes em 200 aviários de vários Estados brasileiros. Entre os principais clientes, grandes empresas do setor, como a GT Foods – quarta maior empresa brasileira de avicultura de corte. Outra cliente é a Mantiqueira, indústria responsável pela maior produção de ovos da América do Sul, com 11,5 milhões de galinhas em unidades em Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

“O sistema de sensoriamento nas instalações de aves de corte da Agrisolus é o que nossa empresa buscava, viabilizando uma mudança na forma de gestão do comportamento das aves. Pelo mapeamento de todas as ocorrências de ambiente e de manejo podemos corrigir processos e procedimentos, visando uma maior performance técnica e de custo. Além disso, proporciona o início de uma mudança de cultura na forma de assistência técnica, mais proativa , ágil e assertiva”, detalha Cesar Assmann, diretor de operações da GT Foods.

Guilherme Moreira, diretor de operações da Ovos Mantiqueira, conta que o trabalho com a Agrisolus tem sido de grande expectativa. “Estamos inserindo tecnologia e rastreabilidade e aumentando o bem estar na criação de nossas aves. Os projetos iniciais tiveram resultados promissores e estamos aumentando a escala de avaliação. O sistema de funcionamento é simples, mas bem elaborado e com boas informações, e tem nos ajudado a dar mais segurança no manejo diário, além de evitar retrabalhos. Nossa parceria tem evoluído e acreditamos num futuro positivo em nosso projeto”, acredita Moreira.

Pode-se dividir a avicultura em cinco sub-verticais ou etapas de produção: recria; postura (criação de ovos); incubatório; frango de corte; matrizes (mães dos frangos de corte). E a Agrisolus atua em todos, com um modelo de negócio que oferece uma solução para a agroindústria, que vende a ideia para o produtor e assim ganha-se escala. Cabe à indústria avaliar se vai dividir o custo ou pagar integralmente as mensalidades de gestão dos equipamentos e do sistema.

Um dos grandes desafios da indústria é fazer visitas periódicas à longas distâncias para acompanhar a produção. E hoje isso é físico, com pessoas no campo, viagens, deslocamento, custo alto e regular. A Agrisolus consegue oferecer um painel com todas as informações, esse é o diferencial do IoT (Internet da Coisas, na sigla em inglês), alicerçado por muita Inteligência Artificial.

Um exemplo tangível deste termo que parece muito abstrato é um modelo matemático que antecipa um alerta de doença do frango. “Uma hora o granjeiro vai descobrir a doença, mas com a tecnologia faço com que o produtor deixe de perder cerca de 6% daquele lote. Em 85% dos casos conseguimos identificar a doença antes de se alastrar pela granja”, explica Nascimento. A previsibilidade de peso é outro problema que a Inteligência Artificial. Por exemplo, se um frango hoje pesa um quilo, o sistema reúne elementos para projetar qual será seu peso daqui a uma semana.

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Inscrições para o Desafio AgroStartup 2021 terminam no próximo domingo, dia 28 de fevereiro

Agtechs de todo país têm até o próximo domingo, 28 de fevereiro, para se inscreverem na edição 2021 do Desafio AgroStartup , promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Goiás (Sebrae/GO), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Divisão Agrícola da Bayer no Brasil. Esta é a primeira vez em que a multinacional alemã participa do projeto, que já está em sua 5ª edição.

O Desafio AgroStartup 2021 selecionará, neste ano, 23 startups focadas nos desafios do agro. “Esta edição do Desafio foi pensada num contexto de facilitar a introdução de novas tecnologias nos produtores rurais e, consequentemente, no fortalecimento do agronegócio. O que queremos é encontrar e despertar boas iniciativas inovadoras para o campo e, com isso, solucionar as ‘dores’ que o setor possui”, diz o superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges.

Uma das novidades para o Desafio AgroStartup 2021 é o apoio da Bayer, reforçando o papel estratégico da empresa para o fomento de uma cultura de empreendedorismo e inovação no agro brasileiro. “A Bayer acredita e apoia ações que visam fomentar a digitalização do campo. Esse é um dos pilares da companhia e do setor, por isso, estaremos juntos com o Senar e o Sebrae neste projeto não só como apoiadores, mas auxiliando as startups em seu desenvolvimento e aplicação das soluções junto aos produtores.” reitera Marcelo Neves, diretor do negócio de soja e algodão da Bayer para o Brasil.

Como participar

As inscrições para o desafio devem ser realizadas pelo site https://www.campolab.com.br/desafioagrostartup. Nele, os interessados poderão ver todos os detalhes e regras do edital do Desafio. “Assim como nos anos anteriores, teremos fases de aprovação e análises, com grupos de trabalho em um apurado processo de escolha, entrevistas e debates. Tudo de maneira clara e participativa”, complementa o superintendente do Senar.

O resultado, com as 23 startups selecionadas, será divulgado também pelo site e o programa dividirá as startups em dois grupos: um que seguirá a trilha de pré-aceleração no Programa AceleraCampo, com mais de 48 horas de capacitação e mentorias, finalizando com um demoday para especialistas do Senar, Sebrae, produtores rurais e investidores. E o outro grupo, de startups mais maduras, em estágio mínimo de MVP, seguirá para a validação de seus produtos e serviços junto aos produtores rurais do Programa ConectaCampo, com a apresentação dos resultados obtidos também em um demoday. As três startups com melhores resultados junto aos produtores rurais do ConectaCampo participarão da última etapa do Desafio, que será uma missão técnica internacional, com roteiro de aprendizado e negócios.

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Com sucesso na comercialização online de soja, Bunge e Orbia preparam campanha para estimular barter digital em fevereiro

Com o sucesso na comercialização online de soja após a parceria inédita entre a trading Bunge e o marketplace Orbia, formalizada em novembro de 2020, as empresas preparam campanha para movimentar operações de barter digital durante o mês de fevereiro, com foco na safra 2021/22. As operações de barter são baseadas em uma relação de troca que viabiliza aos produtores a compra de insumos necessários ao cultivo da safra com pagamento futuro em grãos. A parceria entre a Bunge e a Orbia possibilita que tanto a comercialização simples de grãos quanto operações de barter sejam realizadas 100% online.

Nos dois primeiros meses da parceria as negociações de soja pelo marketplace superaram o volume de 20 mil toneladas. “O número de transações no ambiente digital nos surpreendeu positivamente, pois trata-se de uma operação nunca antes realizada neste formato. Agora nos preparamos para mais uma campanha, com o objetivo de incentivar cada vez mais revendas e produtores a aproveitarem as facilidades da negociação no ambiente digital”, ressalta o diretor de Originação da Bunge, Roberto Marcon.

Na campanha de fevereiro serão oferecidas condições desburocratizadas de crédito para aquisição de fertilizantes às revendas que operam no marketplace e descontos especiais aos produtores. Os descontos estarão vigentes entre os dias 3 e 5 de fevereiro e valerão apenas para a modalidade de pagamento de barter por soja. Os produtores rurais que realizarem compras de fertilizantes NPK terão 2% de desconto e para as compras de sementes, defensivos e fertilizantes foliares, o desconto será de 3%.

O ano de 2020 foi de crescimento para o comércio digital, e o setor do agronegócio, que já vinha de um processo de digitalização, também registrou alta nas transações feitas no ambiente digital. “Os resultados obtidos pela Orbia no ano passado mostram que o produtor rural está cada vez mais inserido no meio digital e que está disposto a utilizar a tecnologia para impulsionar os seus negócios. Só em 2020, atingimos a marca histórica de 200 milhões de reais de insumos agrícolas vendidos no marketplace e, em pouco mais de 2 meses, negociamos 20 mil toneladas de soja na plataforma. Isso é histórico para o setor e reforça a posição da Orbia como pioneira nesse movimento”, declara Ivan Moreno, CEO da Orbia.

A Orbia possui 170 mil usuários cadastrados, o que corresponde a aproximadamente 70% da área plantada no país, e mais de 170 canais de distribuição que realizam suas vendas online na plataforma. O marketplace reúne a possibilidade da compra e venda de insumos, comercialização de commodities e programa de pontos, de forma a acompanhar a jornada do produtor, desde o planejamento da produção até a comercialização da sua safra.

Com a entrada na plataforma da Orbia no final do ano passado, a Bunge se tornou a primeira trading no Brasil a realizar processo de originação de grãos digital permitindo ao produtor realizar cotações, vender sua safra e assinar o contrato de forma autônoma e 100% online. A parceria faz parte de um movimento de transformação digital que a Bunge lidera em suas principais áreas de negócio e que incluem outros investimentos em soluções tecnológicas, como o aplicativo de logística Vector, pelo qual a Bunge digitalizou todo o processo de contratação de fretes junto aos caminhoneiros, além da iniciativa Covantis, parceria com outras tradings dedicada a implantar o blockchain no comércio global de commodities para melhorar a velocidade e a segurança tecnológica nas operações de exportação.

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Novas estrelas do agronegócio brasileiro

Por João Guilherme Sabino Ometto

O agronegócio brasileiro, que estabeleceu recorde histórico de exportações no primeiro semestre de 2020, com US$ 52 bilhões, conforme demonstrou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, poderá contar com novas protagonistas para, ao lado da soja, algodão, açúcar, carnes, etanol e celulose, expandir-se ainda mais como fator de superávit comercial e abastecimento do País e do mercado externo. Trata-se das nozes, castanhas e frutas secas, cujo consumo global tem crescido à média anual de 6%, segundo o International Nut Council (INC).

De acordo com a entidade de classe representativa do setor no Brasil, a Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABNC/nuts), suas exportações anuais ficaram na casa de US$ 250 milhões em 2009, 2010 e 2011, mas passaram a cair nos anos seguintes. Em 2020, a previsão é de que fechem o exercício em US$ 137milhões. Os desafios imediatos do setor, tanto para aumentar a produção quanto as vendas externas, são os seguintes: desburocratização sanitária; melhoria do registro de produtos; incentivos tributários para reduzir desigualdades ante subsídios aos produtores dos Estados Unidos e forte apoio governamental na China; concessão de financiamentos de longo prazo para a cadeia produtiva; prospecção intensiva do mercado internacional; produção de estatísticas macroeconômicas da atividade; e difusão de informações dos benefícios e propriedades nutricionais dos produtos.

No que compete ao setor, muitas dessas medidas já vêm sendo adotadas, incluindo a elaboração de um selo de qualidade que seja reconhecido e aceito como referência. Porém, é fundamental política pública articulada, abrangendo, além do crédito e apoio aos produtores, o desenvolvimento de pesquisas que permitam descobrir e chancelar as potencialidades das nozes e castanhas, não apenas nutricionais, como na indústria de cosméticos, assim ampliando o seu valor agregado e o interesse dos agricultores pelo seu cultivo.

É importante conhecer melhor as frutas secas produzidas no Brasil, para se vislumbrar com mais clareza o seu potencial. Uma delas é o baru, cultura tipicamente familiar e extrativista. Nativo do cerrado, pode ser encontrado no Triângulo Mineiro, Norte do Estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A castanha de caju nacional, produzida principalmente no Nordeste, com elevado consumo nacional, representa 3% do mercado mundial. A colheita em 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 122,6 mil toneladas. A castanha do Pará ou do Brasil, no Norte, tem produção de 40 mil toneladas/ano, das quais 70% são consumidos internamente. Sua exploração gera receita anual de R$ 430 milhões, garante o sustento de 60 mil famílias e atividades de 100 cooperativas.

A noz-pecã teve 3,5 mil toneladas colhidas em 2019, o que posicionou o Brasil em quarto lugar no ranking dos maiores produtores, atrás do México, Estados Unidos e África do Sul. É originária da América do Norte. Seu cultivo concentra-se em terras gaúchas, onde, em Cachoeira do Sul, encontra-se o maior nogueiral sul-americano. A macadâmia, originária da Austrália, segundo a entidade representativa dos produtores paulistas, a Apromesp, já tem um milhão de árvores plantadas, num total de seis mil hectares, envolvendo o trabalho de 150 produtores e 1.200 pessoas. Há plantações em São Paulo (40% do total nacional), Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“As frutas secas são como cápsulas cheias de nutrientes concentrados”, diz o professor espanhol Jordi Salas-Salvadó, catedrático de Nutrição e Bromatologia da Universidad Rovira i Virgili (Tarragona) e pesquisador do CIBER de Obesidade e Nutrição do Instituto Carlos III. Segundo o especialista, as nozes e castanhas são ricas em gordura vegetal, mais saudáveis do que muitas das de origem animal. Algumas também apresentam o ácido alfa-linolênico (do tipo Ômega 3), benéfico para a prevenção cardiovascular. São alimentos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui entre os recomendáveis para uma dieta adequada.

São igualmente benéficas para o meio ambiente, pois suas árvores, como na Amazônia, por exemplo, mesclam-se às de outras espécies. Outro fator positivo é que podem ser cultivadas em terrenos irregulares, montanhosos, em geral subaproveitados. Trata-se de uma cultura, seja extrativista ou de cultivo, altamente sustentável e de elevada rentabilidade, cujo desenvolvimento fortalecerá ainda mais o agronegócio, gerará emprego e renda e ampliará a posição do Brasil como fornecedor global de alimentos.

João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), empresário do setor agrícola e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).

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Como a pandemia fez soluções colaborativas se tornarem regra, não exceção

Por Dirceu Ferreira Júnior, líder de Inovação Aberta da divisão agrícola da Bayer para a América Latina

Desenvolver uma solução, por definição, é criar respostas para uma questão. Quando pensamos em soluções inovadoras, olhamos para formas inéditas ou pouco exploradas para resolver problemas.

Nenhum evento recente levou a uma proliferação tão grande de problemas como a crise do novo coronavírus, que no Brasil explodiu em meados de março e se agravou nos meses seguintes. Atores de todas as esferas e setores sofreram traumas violentos e foram obrigados a rapidamente encarar uma nova realidade enquanto ainda tentavam entender como seria o novo cenário, qual o tamanho dos estragos causados e qual a melhor forma de se proteger.

Nesse processo, mais ou menos doloroso de acordo com o setor observado, surgiram as soluções e, forçosamente, os aprendizados.

Responsável por garantir a produção e o abastecimento de alimentos, o agronegócio foi considerado essencial desde o princípio da pandemia. No Brasil, excetuando episódios de falta de itens em supermercados no começo da crise, causados não por uma ruptura na cadeia e sim por uma demanda irracional momentânea, não houve desabastecimento. Organizações internacionais como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) têm alertado frequentemente sobre a necessidade de o planeta desenvolver sistemas mais resilientes para abastecer a população.

Buscar formas de garantir esse abastecimento foi uma das prioridades do agronegócio brasileiro como um todo desde o início da crise. Não só era preciso garantir que a produção do campo continuasse chegando à cidade, mas logo notou-se que os principais obstáculos ao trabalho dos agricultores – dificuldades com logística, comercialização, fluxo de caixa, questões trabalhistas e regulatórias, busca por insumos, assistência – não poderiam se agravar de tal maneira que inviabilizassem sua forma de sustento.

Diante do problema, uma das soluções possíveis era contar com a ajuda de quem já entendia e trabalhava para resolver essas dores. Em conjunto com a aceleradora AgTech Garage, a Bayer desenhou uma iniciativa para convidar startups a ajudar os produtores durante o período mais crítico da pandemia. Em menos de uma semana foi projetado o “Desafio Covid-19: Soluções Digitais para o Agronegócio”. Na sequência, a iniciativa ganhou força, agilidade e visibilidade com a colaboração essencial de outros parceiros, o marketplace Orbia e a instituição financeira cooperativa Sicredi.

Foi esse trabalho conjunto que permitiu que cerca de cem startups atendessem a chamadas por interessadas e que 20 delas, cujas soluções estavam maduras e prontas para serem disponibilizadas aos agricultores, fossem selecionadas. O mais importante: todos os envolvidos se dispuseram a trabalhar gratuitamente, para que produtores pudessem acessar as soluções sem custo. Dessa forma, o projeto ganhou escala e se tornou realmente efetivo para quem mais necessitava.

A iniciativa duraria dois meses, mas foi estendida devido ao interesse crescente e aos feedbacks enviados por quem utilizava o serviço das startups. Resultado: além dos mais de 9.000 acessos ao Desafio Covid-19 na plataforma Orbia, mais de 300 resgates efetuados e mais de mais de 1,3 milhão de visualizações dos vídeos sobre o projeto no canal FieldView TV ™, ficou evidente o interesse do produtor rural por soluções digitais que resolvam seus problemas, sejam eles causados por um vírus desconhecido ou não.

Momentos extremos como o atual exercitam também o senso de responsabilidade. Cabe àqueles mais bem-estruturados, com capilaridade e respaldo da sociedade, guiar o diálogo entre diversos atores em busca das novas soluções. É papel de empresas líderes como a Bayer tirar projetos do papel que possam alcançar de forma relevante quem mais precisa, seja de maneira mais pontual como no Desafio Covid-19, seja em caráter perene como no ConectarAGRO, associação civil sem fins lucrativos que busca ampliar a cobertura de rede no campo brasileiro.

Se tantas mudanças positivas são possíveis empurradas pela chegada de um fator extremamente negativo como uma pandemia, quanto podemos avançar em condições favoráveis? Quantos fazendeiros mais estariam dispostos a digitalizar sua lavoura se não carecessem de infraestrutura de rede no campo?

Ainda há muito a se solucionar e, principalmente, muito a se aprender. Processos amplos e colaborativos não podem se tornar exceções reservadas a períodos difíceis como uma pandemia. Quando vierem os dias mais calmos – e eles virão -, será preciso relembrar toda a força e potencial transformador de soluções desenvolvidas a partir da inovação aberta e lembrar de seu papel absolutamente fundamental para a produtividade do agronegócio em nosso país.

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Com cinco anos de atuação, indústria paranaense de carne suína prevê expansão para 2021

Referência no setor de alimentos, a indústria paranaense de derivados de carne suína Alegra completa cinco anos de atuação em outubro, data celebrada com planos de expansão e representatividade local. Com 100% do quadro de colaboradores moradores da região dos Campos Gerais e 118 cooperados cadastrados para fornecimento de matéria-prima, a indústria fomenta a economia local e também o mercado de exportações do estado. 

De acordo com o superintendente da Alegra, Matthias Rainer Tigges, a chegada da pandemia da Covid-19 impactou no mercado interno, mas não afetou nos planos de crescimento. “Em abril, nós perdemos 30% do mercado interno, mas migramos para a exportação e, com isso, fechamos o mês somente 7% abaixo do esperado. Além disso, a partir de maio, o faturamento foi recomposto. Hoje exportamos um terço da produção e equilibramos de novo”, ressalta.

Em setembro deste ano, a empresa já registrou 10% de aumento na capacidade de produção e visa novos mercados para exportação. “Nossa produção passou de 8 mil toneladas por mês para 9 mil toneladas, um aumento de abate de 300 suínos por dia. Além disso, começamos o ano com 1500 funcionários e agora estamos com 1660, fruto do projeto de crescimento”, explica. 

Mercado nacional

Conhecido como o celeiro do Brasil, o Paraná tem como vantagem produtiva para o mercado suíno a presença de grãos, como a soja e o milho, que representam 60% do custo de transformação do quilo dos animais. Para Matthias, esse é um diferencial do estado. “O Paraná está em busca de certificações para aumentar ainda mais sua presença no mercado externo, já que, em outros fatores, como o clima e a presença de insumos, já temos diferenciais frente a estados como Santa Catarina, por exemplo”, conta. 

Atualmente, a Alegra conta com um volume de exportação de aproximadamente 2100 toneladas por mês. Ao todo, são mais de 30 países habilitados para receber a produção. Para o fechamento de 2020, o valor de faturamento esperado é de 800 milhões de reais. “Apesar do pouco tempo de marca, a Alegra representa as três cooperativas holandesas dos Campos Gerais, instituições que já possuem representatividade e relevância no mercado. Por isso, ressaltamos que somos jovens, porém experientes”, finaliza Tigges.

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